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Um ensaio de campo decorreu durante três anos em três pomares comerciais de cerejeira (Prunus avium L.) localizados na Cova da Beira, região centro-interior de Portugal. Foi monitorizado o crescimento do fruto da cultivar "Lapins" enxertada em P. mahaleb. O objectivo deste estudo foi recolher dados para a construção de um modelo e determinar o efeito da carga de frutos na produtividade da árvore, no crescimento e nos parâmetros físicos e químicos que determinam a qualidade do fruto. A relação entre a acumulação da matéria seca, e a sua partição entre a polpa e o caroço, e o tempo térmico foi traduzida numa equação empírica. Os valores do peso médio do fruto, do teor em sólidos solúveis totais e da dureza do fruto (Durofel) só decresceram para um número superior a 1000 frutos por árvore.
Trabalho apresentado no 2.º Simpósio Nacional de Fruticultura que decorreu em Castelo Branco, na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, de 4 a 5 de Fevereiro de 2010.
O desenvolvimento fenológico da oliveira é importante para estudar a sua adaptabilidade, para a gestão e para a modelação do crescimento e produção do olival. No entanto, muitos estudos que prevêem a data de floração da oliveira não consideram as necessidades de frio, que são baixas, mas que podem não ser satisfeitas, em alguns anos, em climas mais amenos ou quando o aquecimento global se faz sentir. Em estudo anterior De Melo-Abreu et al. (2004) desenvolveu-se um modelo que permite prever a data de floração de algumas cultivares. Trata-se de um modelo em duas fases. Na primeira, acumulam-se unidades de frio segundo um modelo que tem quatro parâmetros. A segunda, simula a forçagem dos gomos florais, utilizando a soma de temperaturas acima da temperatura base. Verificou-se também que os parâmetros do modelo de acumulação de frio, excepto a soma das unidades de frio, são conservativos para todas as cultivares estudadas. Utilizou-se um algoritmo especialmente desenvolvido para determinar a soma de unidades de frio necessárias para a quebra da dormência dos gomos florais e a soma de temperatura correspondente à fase de forçagem. O modelo assim calibrado é utilizado para prever o impacto do aquecimento global nas datas de floração das oliveiras ‘Arbequina’, ‘Gordal’, ‘Hojiblanca’, ‘Manzanilla’, ‘Moraiolo’, ‘Picual’ e ‘Verdial’ para quatro localizações representativas das principais regiões olivícolas portuguesas. O tempo presente foi representado por séries de 19 a 30 anos de temperaturas máximas e mínimas diárias (Cen0). Criaram-se três cenários de alteração climática consubstanciados por aumentos da temperatura em 1°C (Cen1), 2°C (Cen2) e 3°C (Cen3), tanto nas máximas como nas mínimas. Em Vila Real, as projecções indicam avanços crescentes da data de floração, de 11 a 12 dias no Cen1 até 33 a 37 dias no Cen3. Em Castelo Branco, as projecções indicam avanços crescentes da data de floração, indo de 11 a 13 dias no Cenl até 23 a 36 dias no Cen3. Em ambas as localizações, não se prevêem florações anormais ou inexistentes devido à falta de frio. Em Beja, as projecções indicam que os avanços entre os Cen1 e Cen2 são modestos, que a ‘Moraiolo’ não tem uma floração normal no Cen2 e que todas as cultivares estudadas têm anos com florações anormais ou inexistentes no Cen3. Em Faro, existem atrasos muito grandes na floração em todos os cenários, não havendo floração normal em muitos anos. No Cen3, as projecções indicam que as florações seriam anormais ou inexistentes em quase todos os anos. Os resultados obtidos permitem assistir o olivicultor na decisão de incluir ou não algumas cultivares em novos olivais.