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O recenseamento de 2011, cujo momento censitário se fixou no dia 21 de Março de 2011, é o último censo realizado, não só porque é o mais recente mas, também, porque provavelmente será o último que se realiza nestes moldes mais clássicos. É um censo que segue também uma linha de inovação tecnológica, uma vez que se apostou no e-Censos, ou seja, na possibilidade de resposta pela Internet, à semelhança do que já acontece em outros países, sendo que cerca de 50% da população respondeu através deste meio.
Portugal é um país envelhecido: em 2019, 22 % da população tinha 65 e mais anos, e cerca de 7 %, 80 anos e mais. Esta realidade resulta da modernização económica e social da sociedade portuguesa. Mas quem são, onde e como vivem os idosos portugueses? A sociedade está a ser capaz de responder aos desafios do envelhecimento? Estas são perguntas a que importa ir respondendo, no quadro de uma reflexão sobre os contextos de envelhecimento em Portugal.
O envelhecimento demográfico em Portugal é uma realidade regionalmente diversa, pelo que conhecer os contextos de envelhecimento é essencial para promover políticas e ações ajustadas às necessidades das populações e ao desenvolvimento local. A elaboração do Plano Gerontológico de Idanha-a-Nova partiu destes pressupostos, utilizando uma metodologia mista : levantamento de necessidades através de ​questionários, audição da população para apresentação dos resultados e propostas de ação, entrevistas semiestruturadas aos responsáveis locais, associações e IPSS. Destacam-se as fragilidades na escolaridade e rendimento da população, na interação entre instituições e serviços e na resposta a algumas necessidades essenciais. Apesar das fragilidades, é de realçar a vontade da população e responsáveis locais em participar na discussão e resolução dos problemas. Este Plano já possibilitou mudanças, revelando-se uma ferramenta replicável capaz de contribuir para a inovação social dos territórios.
Le vieillissement de la population portugaise est actuellement une réalité bien ancrée. Si ses causes et son évolution sont connues au niveau national, c’est beaucoup moins le cas au niveau régional, en considérant les situations socioéconomiques, les conditions de santé et d’accès aux services de santé et d’aide sociale. La région de la Beira Interior est l’un des territoires les plus vieillis d’Europe. Elle se caractérise par un contexte de périphérie et par des mouvements de migration de la part des plus jeunes. Notre objectif a été (1) d’analyser les processus de vieillissement des régions intérieures du Portugal et comment les communautés perçoivent ces processus ; (2) de développer des outils d’analyse et d’intervention ainsi que préparer des instruments et des propositions pour soutenir l’élaboration de politiques de vieillissement du territoire et répondre aux besoins de la population et des organisations locales. Dans le cadre de l’élaboration d’un plan gérontologique municipal et d’un Projet PerSoParAge1, à partir d’un questionnaire adapté de l’OARS (Older Americans Resources and Services), l’Instituto Politécnico de Castelo Branco a recueilli des données sociodémographiques, sur la santé, sur les ressources sanitaires disponibles, la facilité et le temps d’accès à ces ressources, ainsi que sur les besoins et les attentes que chaque personne a par rapport à son propre processus de vieillissement. L’échantillon (n = 372) a été stratifié selon trois grands groupes d’âges à partir de 50 ans. Les données ont été analysées au moyen de tests de statistique inférentielle sur des échantillons ayant une distribution normale. Les différences au niveau de l’accessibilité des services de santé disponibles, ainsi que certaines caractéristiques sociodémographiques dans les échantillons ruraux, expliquent les différences observées en termes de santé autoévaluée et de perception de son évolution pendant les 5 dernières années. Les réseaux d’aide sociale gagneraient à davantage prendre en compte la perception du vieillissement et des conditions dans lesquelles il se produit par les personnes âgées elles-mêmes. In fine, grâce aux données récoltées, le processus de vieillissement des territoires intérieurs est mieux documenté. Sur cette base, il est possible de renforcer les orientations qui constitueront les axes stratégiques des plans gérontologiques de ces territoires, permettant aux autorités locales de prendre des décisions plus adéquates.
Investigar e analisar o processo de envelhecimento, na sua multidimensionalidade dinâmica, deve ser um propósito fundamental para enquadrar a intervenção em comunidades envelhecidas. A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2016) refere que é essencial adotar uma metodologia de recolha de dados sobre a população idosa que fundamente e valide políticas e estratégias integradoras, segundo o modelo de envelhecimento ativo (WHO, 2002). Também Skinner, Andrews & Gutchin (2019), na mesma linha, argumentam que o desenvolvimento da investigação, de políticas e programas não pode ser feito sem o conhecimento dos contextos onde ocorre o envelhecimento, ou seja, onde é vivenciado, por diferentes pessoas em diferentes lugares. Por isso, é preciso contextualizar os processos de envelhecimento nos territórios, de modo a alicerçar políticas integradas de envelhecimento que, de forma fundamentada, respondam às reais necessidades das populações e apoiem o aparecimento de novos modelos organizacionais centrados nas especificidades dos recursos existentes e nas características e expectativas das populações.