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O ano de 2020 foi estranhamente surpreendido por um vírus que paralisou o mundo: o coronavírus COVID-19. Em março, a OMS (Organização Mundial da Saúde)1 decretou-o como pandemia2 . Este facto que gerou medo e ansiedade na população, exigiu estratégias de comunicação governamentais para este contexto de crise. Neste tipo de situações, a incerteza e as emoções misturam-se com a necessidade de respostas céleres a um problema de saúde pública. Esta situação particular de alarme social, é mais suscetível à circulação de boatos, fake news e desinformação, o que desafia as entidades estatais a saberem selecionar o melhor método para transmitir a mensagem ao público (Fearn-Banks, 2016). No período pandémico da COVID-19, a Direção Geral da Saúde ativou o dispositivo de Saúde Pública do País, colocando em prática diversas atividades, nomeadamente a comunicação diária de informação atualizada do estado da situação da infeção por novo coronavírus (COVID-19) em Portugal e a monitorização de redes sociais.3 A comunicação assumiu, sobretudo, o formato de conferências de imprensa, que eram transmitidas em direto na página do Facebook, da Direção Geral da Saúde. Com a presente proposta, pretendemos aferir a interatividade na página da Direção Geral da Saúde no Facebook, designadamente os posts com os diretos das conferências de imprensa, designadamente, através da participação dos cidadãos e dos gestores daquela página. Visualizações, comentários, reações e partilhas, uma vez que a interatividade nas redes sociais se transforma num tipo de gatekeeping para o público (Garcia Perdomo & et al., 2018), são indicadores a considerar. O objeto de estudo foi analisado no período compreendido entre os dias 9 de março e 20 maio de 2020, adotando uma abordagem metodológica de análise de conteúdo. Como dados preliminares, constatou-se que o mês de abril foi o mais interativo, com uma média diária de 239.187 visualizações, 1642 comentários, 500 partilhas, 1976 reações, das quais 1360 “gostos”. Poderá concluir-se que as conferências de imprensa emitidas na página de Facebook da Direção Geral da Saúde, promoveram implicações e práticas sociais, mensuradas pela interatividade proeminente, demonstrando o interesse dos cidadãos no assunto, na receção de notícias fidedignas e na propagação da informação, espelhado no elevado número de visualizações, reações e partilhas. Porém, só uma análise mais aprofundada, designadamente ao conteúdo dos comentários e demais interações geradas entre utilizadores e gestor(es) da página do Facebook da Direção Geral da Saúde e vice-versa, nos poderá ajudar a compreender da importância desta opção de comunicação de crise.