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O mel é um alimento natural composto maioritariamente por hidratos de
carbono (sobretudo frutose e glucose) e quantidades menores de proteínas, vitaminas,
ácidos orgânicos e compostos fenólicos. Neste trabalho foi avaliado, para 49 méis da
região de Castelo Branco, o teor de água, teor em hidroximetilfurfural (HMF), índice
diastásico, pH e acidez livre, condutividade elétrica, perfil de açúcares, cor e atividade
antioxidante. Foi efetuada a contagem de fungos no mel, sendo que 42 amostras
apresentaram valores inferiores a 100 UFC/g e apenas uma das amostras apresentou
contagem de 2500 UFC/g, o que é indicador de boas práticas de higiene por parte dos
produtores da região. O teor de água e acidez livre encontram-se dentro dos limites
legislados. Verificou-se que 4 amostras apresentam condutividade elétrica superior a 0,8
mS/cm e três amostras teores de HMF superior a 40 mg/kg. O rácio frutose/glucose varia
entre 1,2 e 1,6 sendo que a trealose apenas foi detetada nos conselhos de Sabugal e Sertã,
levantando a hipótese de que o perfil de açúcares pode ser um parâmetro diferenciador
do mel. Observou-se que os méis mais escuros apresentam menor teor de maltose, e
valores mais elevados de acidez, condutividade elétrica e atividade antioxidante. A
análise em componentes principais revela que apenas os méis provenientes de Sabugal e
Belmonte se diferenciam dos restantes, sendo, no entanto, necessário analisar mais
amostras para validar estes resultados.
Em linha com o estilo de vida saudável, em Portugal, nos últimos anos o
consumo de frutas aumentou. Os consumidores elegem a qualidade como o fator mais
importante na escolha de produtos frescos, sublinhando a sua disponibilidade para pagar
mais por produtos de melhor qualidade. Neste sentido, o setor hortofrutícola avança para
tecnologias expeditas e não destrutivas para a determinação de índices de colheita,
baseadas, por exemplo, em espetroscopia do visível e infravermelho próximo. Numa
primeira fase, são definidos modelos quimiométricos de calibração que incluem
parâmetros não destrutivos e destrutivos (geralmente os de referência). Assim, este
trabalho tem como objetivo a definição de índices que caracterizam a data ótima de
colheita de cereja ‘Prime Giant’. Para o efeito, durante a campanha de 2019, com início
a 21 de maio e término a 11 de junho (nove datas de amostragem), seguiu-se a evolução
de parâmetros referência de qualidade em 135 frutos, designadamente calibre, massa, cor
(L*, a*, b*), firmeza (força a 5% de compressão), sólidos solúveis totais e acidez. Na data
ótima de colheita, definida pelo produtor, esta cereja apresentava calibre de 22 mm, 12 g,
parâmetros de cor com 32,09 (L*), 25,66 (a*) e 7,96 (b*) unidades, firmeza de 5 N,
21,15ºBrix e 0,17 g ácido málico 100 g-1. Posteriormente, serão definidos os modelos
quimiométricos de calibração para determinação de colheita em cereja.
Neste trabalho utilizou-se a desidratação com o objetivo de encontrar soluções
para PME frutícolas localizadas no Distrito de Castelo Branco, relativamente ao
escoamento dos excedentes das produções sazonais de prunóideas e ao aproveitamento
de fruta com calibre reduzido e com pouca aceitação no mercado. Foram selecionados
quatro produtos (ameixas, cerejas, nectarinas e pêssegos) que, depois de lavados com
água potável, descaroçados e/ou fatiados, foram colocados num desidratador com 4 m3,
com capacidade para dois carros verticais de 12 tabuleiros com tapetes anti aderentes. O
programa de desidratação foi o seguinte: 60°C; humidade máxima 10%; velocidade 75%;
ciclo de desidratação até 26 horas. A desidratação reduziu o teor em água dos quatro
frutos (83,1% para 7,4%) e aw (0,968 para 0,372). A atividade antioxidante, os polifenóis
totais, o valor energético, o °Brix e a fibra aumentaram, respetivamente, 9,6, 6,1, 4,4, 4,3
e 3,4 vezes. As ameixas desidratadas apresentaram valores mais elevados de acidez e
polifenóis totais (p≤0,05), as cerejas de água, glucose, frutose e aw (p≤0,05), as nectarinas
de proteína, sacarose e fibra (p≤0,05) e os pêssegos de atividade antioxidante, gordura e
hidratos de carbono (p≤0,05). A cereja foi o único fruto que apresentou teores médios de
sódio acima do LQ (0,520 mg/100g). Conclui-se que a tecnologia utilizada apresenta
enorme potencial para conservação (sem aditivos) e consequente valorização de
prunóideas para comercialização fora de época.
Na Região Centro de Portugal são produzidos três queijos com DOP, Queijo da
Serra da Estrela (QSE), utilizando leite cru de ovelhas das raças autóctones Bordaleira
Serra da Estrela e Churra Mondegueira e Queijos do Rabaçal (QR) e Amarelo da Beira
Baixa (QABB), produzidos com misturas de leites de ovelha e de cabra de diferentes
raças. O Programa de Valorização da Fileira do Queijo da Região Centro pretende
conhecer a composição química e a qualidade microbiológica do leite utilizado na
produção destes queijos. Desde fevereiro de 2019 que estão a ser recolhidas amostras de
leite em 12 explorações indicadas por 5 agrupamentos de produtores. De 15 em 15 dias
são recolhidas amostras nos tanques de refrigeração e transportadas para o CATAA onde
são processadas para determinação da PB, GB, Lactose, SNG, ST e mesófilos. Os valores
de PB (6,2%), GB (7,6%), ST (19,3%) e SNG (11,8%) dos leites de ovelha destinados ao
fabrico do QSE foram superiores (p≤0,05) aos leites destinados ao QR e QABB e os leites
de cabra destinados ao fabrico de QABB tiveram valores de PB (3,8%), GB (5,4%) e ST
(14,3%) mais elevados (p≤0,05) do que os leites destinados ao fabrico de QR. Nas
amostras de leites de ovelha e cabra, os valores médios de lactose e mesófilos foram,
respetivamente, 4,6% e 1698677 UFC/ml e 4,5% e 880856 UFC/ml e 87% das amostras
apresentaram mesófilos abaixo do legislado. Os resultados obtidos sugerem a necessidade
de melhorar a qualidade microbiológica do leite de algumas explorações.