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As alterações climáticas vão, inquestionavelmente, afetar todo o ecossistema atual e os seus efeitos sobre as zoonoses são especulados desde do século XX. Hoje, sabe-se que estas vão influenciar, não só a suscetibilidade do Homem (perturbações no ambiente e nos padrões comportamentais), mas também, de forma direta ou indireta, os vetores e os patógenos. Assim, o principal objetivo deste trabalho foi reunir informações sobre as possíveis implicações das alterações climáticas no desenvolvimento de doenças zoonóticas. Para tal, foi feita uma revisão sistemática a partir de 170 artigos e relatórios, publicados entre 2000 e 2019, que evidenciassem uma relação entre as alterações climáticas e doenças infeciosas ou zoonoses; mostrassem os efeitos das alterações climáticas nos vetores e/ou relacionassem doenças que afetam o Homem com as alterações climáticas. Com as oscilações de temperatura e pluviosidade, o período de incubação externo dos agentes infeciosos será alterado, tornando-se tendencialmente mais curto. De igual modo, os ciclos de vida dos vetores (principalmente dos mosquitos) e a sua distribuição espaçotemporal será alterada, em direção aos polos. Estas perturbações vão interferir, positivamente, nas taxas de reprodução, de sobrevivência, de desenvolvimento e de infeção dos vetores, aumentando a sua capacidade de transmitirem patógenos e, consequentemente, de emergir ou reemergir patologias infeciosas. É possível concluir que, quando associado a fatores sociais, económicos e políticos, as AC irão influenciar fortemente a propagação de doenças zoonóticas num futuro próximo.