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A perda da função ventricular, causada pela Miocardopatia Hipertrófica, surge neste caso, como uma patologia com indicação para transplantação cardíaca. Apresenta-se o caso clínico de um paciente com 59 anos, do género masculino, com diagnóstico de Miocardiopatia Hipertrófica não obstrutiva, insuficiência cardíaca congestiva e síndrome cardiorrenal tipo 2, que foi submetido a transplante cardíaco. O doente era portador de um dispositivo de ressincronização cardíaca com desfibrilhador implantado, por episódios de Taquicardias
Ventriculares sintomáticas em 2005. No decurso da doença, estão documentados vários internamentos por insuficiência cardíaca descompensada e progressão da Miocardiopatia Hipertrófica não obstrutiva, tendo sido todos os episódios devidamente corrigidos. Realizou vários exames complementares de diagnóstico. No Ecocardiograma, verificou-se uma Miocardiopatia Hipertrófica não-obstrutiva em repouso, com Fração Ejeção do ventrículo esquerdo preservada e Hipertensão Pulmonar grave (PSAP >67mmHg), dilatação biauricular grave e regurgitação mitral e tricúspide grave. O cateterismo cardíaco direito, revela similarmente, uma hipertensão pulmonar moderada a severa. A Angiografia por Tomografia Computadorizada conclui, uma hipertrofia assimétrica do Ventrículo Esquerdo e uma grave dilatação biauricular. Electrocardiograficamente,
o doente apresentava, um quadro de Bloqueio Completo de Ramo Esquerdo e Fibrilhação Auricular.
A transplantação cardíaca, surgiu como opção terapêutica neste doente, tendo este procedimento sido realizado com sucesso.
A Transposição dos Grandes Vasos (TGV) é uma anomalia cardíaca que representa 5 a 10% das
cardiopatias congénitas. Pertence ao grupo das patologias cianóticas e consiste numa dextrotransposição das grandes artérias do coração, a aorta e a pulmonar. Esta anomalia é incompatível com a vida, exceto na presença de uma comunicação interventricular ou interauricular (CIA) ou ducto arterioso que permite a mistura do sangue venoso com o arterial, possibilitando assim a vida ao doente. Relata-se o caso de uma criança com 13 dias de vida, a quem foi aferido o diagnostico pré-natal de TGV através de ultrassonografia fetal às 21 semanas de gestação. Aquando do seu nascimento, foram realizados exames de diagnóstico que confirmaram
o diagnóstico pré-natal sendo a criança encaminhada para intervenção de correção total de TGV. A cirurgia teve uma duração aproximada de 7 horas, sendo que 188 minutos foram em Circulação Extracorporal (CEC). Imediatamente após o nascimento, foi efetuada a técnica de Septostomia de Rashkind, possibilitando a sobrevida da criança até á correção total da TGV, pois neste recém-nascido não apresentava CIA.
A Tetralogia de Fallot é uma doença congénita
que carece de correção cirúrgica nos primeiros
meses de vida e, em alguns casos, de reoperação.
É descrito o caso clínico de uma doente de 8 anos
que foi reoperada devido ao aparecimento de
sintomatologia consequente do agravamento
da obstrução do trato de saída do ventrículo
direito. Destacou-se, nesta reoperação, o recurso
imprescindível à circulação extracorporal e o
sucesso de todos os procedimentos cirúrgicos
que proporcionaram um pós-operatório sem
complicações subsequentes o que, pelo contrário,
não se verificou na primeira cirurgia eletiva da TOF
devido à hemiparesia manifesta após a operação.
A comunicação interauricular (CIA) representa 15-
35% das cardiopatias congénitas. Esta patologia
pode provocar sintomas a nível pulmonar como
dispneia, infeção pulmonar e intolerância ao esforço,
e ainda problemas a nível cardíaco como arritmias
cardíacas, nomeadamente, flutter e fibrilhação
auricular. A não correção deste tipo de patologia
pode piorar a qualidade de vida do doente, podendo
mesmo causar a morte do indivíduo.
O caso clínico apresentado de seguida, é de uma
paciente do género feminino com 50 anos de idade
com o diagnóstico de comunicação interauricular
desde a idade pediátrica. É seguida, há vários anos
pela equipa de cardiologia pediátrica, que chega à
conclusão de que a intervenção cirúrgica é inevitável
e inadiável. Nestes casos, o ecocardiograma
transesofágico, é o principal exame para o
diagnóstico e controlo desta patologia, o que foi
realizado ao longo de todos os anos precedentes.
Este exame revelou ainda uma insuficiência aórtica
ligeira e uma dilatação das cavidades direitas.
A doente foi então submetida a uma intervenção
cirúrgica para correção da CIA, de modo a melhorar
a capacidade funcional e a função cardíaca e evitar
complicações e deterioração da sua qualidade de
vida.
A estenose aórtica por válvula bicúspide, é
caracterizada pelo comprometimento da abertura
da válvula aórtica, estreitando-a, o que por sua
vez dificulta a ejeção sanguínea ventricular, tendo
como consequência direta um aumento do esforço
do músculo cardíaco e uma ectasia/aneurisma da
aorta. Tanto a estenose como o aneurisma da aorta,
apresentam sintomatologia, nomeadamente dor
torácica, fadiga, sincope. No que diz respeito ao
aneurisma da aorta, este pode tornar-se fatal em
caso de rutura.
Paciente do género masculino, 54 anos, com
diagnóstico de estenose aórtica, (bicuspidía
valvular de origem congénita), aneurisma da aorta
ascendente e doença arterial coronária de um
vaso. Deu entrada num hospital central, onde foi
submetido a uma cirurgia de substituição da válvula
aórtica por prótese mecânica, excisão do aneurisma
da aorta ascendente com implantação de conduto
e cirurgia de revascularização coronária da artéria
mamária interna esquerda pediculada para a artéria
coronária Descendente Anterior, apresentado um
bom prognóstico à saída do bloco operatório
A Tetralogia de Fallot é uma doença congénita cuja
reparação dos seus defeitos deve ser realizada o
mais cedo possível. Os exames complementares
de diagnóstico apresentam-se fundamentais na
caracterização desta. A cirurgia corretiva deve
ser executada no timing recomendado e utilizar a
técnica de circulação extracorporal a fim de manter
o doente estável e garantir as condições ideais ao
cirurgião. No presente caso clínico apresenta-se
um doente com Tetralogia de Fallot à qual estavam
associadas outras comorbidades não esperadas
e evidenciadas durante a cirurgia, com destaque
para a rara persistência da veia cava superior
esquerda e ausência da veia cava superior direita.
Estas comorbidades são normalmente detetadas
em exames e cirurgias, referidas em casos clínicos
pontuais com mais exemplos na população adulta,
têm impacto no outcome e na execução da técnica
de circulação extracorporal. O doente estudado
revela-se um caso a abordar, considerando os
achados e relevância científica, por se tratar de um
doente em idade pediátrica.
Introdução: A cirurgia cardíaca apresenta um papel relevante no diagnóstico e tratamento de patologias do foro
cardiovascular. A Circulação Extracorporal (CEC) tem como finalidade a substituição das funções cardiopulmonares
de forma temporária. Apesar do suporte cirúrgico que proporciona, esta técnica está por vezes associada a
complicações que podem surgir no período pós-operatório.
Objetivos: O presente estudo tem como finalidade relacionar a idade com as complicações pós-operatórias em
doentes submetidos a cirurgia cardíaca sob a técnica de CEC.
Metodologia: Estudo do tipo observacional transversal constituído por uma amostra não probabilística por
conveniência. A amostra incluiu 114 indivíduos, com idades superiores a 18 anos que foram submetidos a cirurgia
cardíaca com recurso à técnica de CEC, realizada no serviço de Cirurgia Cardiotóracica no Centro Hospitalar de Lisboa
Ocidental - Hospital de Santa Cruz (CHLO-HSC).
Resultados: O tipo de complicações mais prevalente foi do foro cardíaco, seguido das complicações pulmonares e
neurológicas. Os indivíduos com idade avançada, tempos de circulação extracorporal mais prolongados e graus de
hipotermia mais profundos apresentaram um prognóstico menos favorável. Diversos estudos são apresentados na
literatura, com o mesmo objetivo do que o presente estudo, embora com algumas discrepâncias na forma de
Complicações pós-operatórias em doentes de faixas etárias diferentes, submetidos a cirurgia cardíaca …
Salutis Scientia – Revista de Ciências da Saúde da ESSCVP Vol.14 Março 2022 www.salutisscientia.esscvp.eu 10
tratamento e cruzamento de variáveis. Resultados semelhantes foram encontrados quanto ao impacto do tempo de
CEC, os graus de hipotermia e o tipo de complicações observadas.
Conclusão: A área da cirurgia cardíaca e as complicações pós-operatórias merecem um estudo mais aprofundado de
forma a diminuirmos o impacto que diversos fatores pré, intra e pós-operatórias têm no desfecho das cirurgias