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Dissertação apresentada à Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco para obtenção do grau de Mestre em Ensino de Música – Formação Musical e Música de Conjunto
Ao nível do Canto, muito se tem interrogado acerca da predisposição de um cantor para o desenvolvimento de distúrbios ao nível da Articulação Temporomandibular (ATM), dada a sua exposição à elevada mobilidade desta zona músculo-esquelética. Efetivamente, a Disfunção Temporomandibular (DTM) é uma das desordens mais complexas do organismo capaz de desencadear alterações nos movimentos mandibulares que provocam prejuízos tanta na articulação da fala como na qualidade da voz. No sentido de verificar a relação entre ATM e produção vocal, 5 estudantes de Canto, do sexo feminino, entre os 17 e os 27 anos de idade, a frequentar instituições do ensino oficial e diagnosticadas clinicamente com DTM, participaram neste estudo, sendo submetidas à aplicação de duas ferramentas indissociáveis ao diagnóstico desta patologia, os questionários Índice Anamnésico de Fonseca (IAF) e Critérios de Diagnóstico para Pesquisa de Disfunções Temporomandibulares (CDP/DTM). Como complemento desta pesquisa, participaram ainda 8 docentes de Canto e 8 profissionais de saúde a fim de se compreender não só a importância desta articulação e o impacto que um distúrbio na mesma pode inferir no processo de ensino e aprendizagem, mas também as possíveis estratégias a implementar para a sua prevenção ou aquando do percurso de tratamento. Verificou-se que indivíduos com grau moderado de dor, principal sintomatologia provocada pela DTM, apresentam suscetibilidade a desequilíbrios das estruturas funcionais mastigatórias, articulatórias e ressoadoras, emergindo na diminuição da qualidade vocal, dada a influência resultante na ação fonatória. Observou-se, ainda, uma redução da amplitude mandibular, conduzindo a um desconforto no momento de abertura e/ou encerramento da mandíbula e confirmando, deste modo, a relevância desta articulação no dia-a-dia de um cantor. Foi também possível concluir-se que os profissionais devem reconhecer a importância da saúde e estabilidade da ATM, tomando consciência das práticas pedagógicas e performativas adotadas e percebendo se estas se direcionam no objetivo de uma abordagem da voz como um todo, apesar da sua complexidade interdisciplinar, já que uma prática inadequada pode comportar, em vários casos, um fator impulsionador ou perpetuador do problema já existente. Por fim, evidenciaram-se como terapêuticas preponderantes a fisioterapia e o acompanhamento psicológico. Se a primeira estratégia se apresenta como um ótimo recurso para o alívio da dor e reeducação neuromuscular e mandibular, a segunda expõe-se como um mecanismo de restabelecimento mental, permitindo ajustes de condutas menos apropriadas e refletoras de hábitos rotineiros considerados incorretos e prejudicais para o paciente portador de DTM.