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Dissertação de Mestrado em Cuidados Paliativos. Instituto Politécnico de Castelo Branco, 2012.
Proveniente do fundo do ex-CDE existente no IPCB
O presente trabalho apresenta um estudo exploratório e descritivo da situação familiar do doente
terminal hospitalizado, durante o período de internamento. Centra-se na descrição e análise da
realidade encontrada pela família e doente terminal, dentro do hospital e na comunidade onde se
inserem. Tem como objectivos: caracterizar o perfil clínico e social do doente terminal
hospitalizado no HAL1; caracterizar a assistência recebida pela família do doente terminal
internado no HAL; Identificar algumas das atitudes da família face ao doente terminal
hospitalizado no HAL: face à doença, à revelação da verdade do diagnóstico e do prognóstico e
face à alta.
A estratégia metodológica assenta no modelo qualitativo, a qual fornece a perspectiva do
indivíduo em análise, designadamente no método de análise intensiva ou estudo de caso. A
população estudada é constituída por familiares de doentes terminais internados em quatro
serviços de internamento, no período de Abril a Junho de 1996. No total, foram entrevistados 54
familiares.
Os doentes situavam-se, na maioria, na faixa etária dos 60 e mais anos; as patologias mais
observadas foram os tumores malignos, as doenças cerebrovasculares e a diabetes mellitus,
que determinaram pela sua evolução e complicações elevados graus de dependência; a sua
situação perante o trabalho era, na maioria, de reformados e provinham do meio rural.
Na sua relação com o doente, os familiares evidenciaram limitações e dificuldades de natureza
diversa. Condicionados pelo conhecimento, nem sempre completo, da situação clínica do
doente, os familiares pareciam inteirados da gravidade do caso, essencialmente pela observação
que faziam e pela degradação progressiva a que assistiam. Dos 54 casos em análise, 42
(77,5%) dos familiares elegeram o hospital como o lugar ideal para o doente, apresentando
múltiplas justificações: porque necessita cuidados permanentes; por não terem apoio técnico e
sanitário no domicílio; por considerarem essa a única forma de garantir qualidade de vida e
menor sofrimento na morte.
A maior dificuldade reside em aceitar a alta hospitalar, a qual é independente do sexo e idade do
doente, assim como da sua patologia e grau de dependência. Concluiu-se também que é
dependente das habilitações literárias do inquirido (cumulativamente ligada às melhores
condições de vida e às diferentes condições socio-económicas), dos recursos e disponibilidade
da família que cuida do doente (condições económicas, habitacionais, profissionais, de saúde e
de tempo), dos recursos e apoio da comunidade que os envolve (familiares mais chegados e
vizinhos) e fortemente dependente do apoio e recursos do sistema de saúde com que podem
contar no domicílio.
Dos resultados deste estudo, da realidade encontrada pela família e doente terminal na
instituição hospitalar, é possível identificar necessidades de mudança prioritárias, quer ao nível
da assistência prestada à família, quer na criação de novas alternativas de apoio e assistência
no domicílio, designadamente a necessidade de informação detalhada da situação clínica do
doente como um direito seu; para dinamizar a humanização dos cuidados e a assistência ao
doente terminal é necessário promover a presença de uma pessoa da família junto dele;
alargamento do período de visitas para estes doentes; a alta destes doentes deve ser planeada
e preparada minuciosamente, por uma equipa mutidisciplinar; repensar os curricula e a formação
conferida pelas Escolas de Medicina, de Enfermagem e outras, sobre a problemática da morte,
visando o alargamento das habilidades e competências em lidar com este delicado
acontecimento. 1HAL - sigla utilizada ao longo de todo o trabalho e que se refere ao hospital em estudo.
Introdução: Os Cuidados Paliativos assumem-se hoje como uma das fronteiras do desenvolvimento futuro. São, de acordo com a OMS (2002), “uma resposta às necessidades dos doentes que apresentam doença avançada, incurável e progressiva, com múltiplos sintomas em evolução, tendo como objetivo principal a garantia da melhor qualidade de vida ao doente e sua família” Os seus pilares básicos assentam no controlo de todos os sintomas físicos e psicológicos, na comunicação eficaz e terapêutica, no cuidado à família e no trabalho em equipa, em que todos se centram numa mesma missão e objetivos.
A formação é unanimemente reconhecida por todas as associações e sociedades internacionais de cuidados paliativos como o pilar fundamental da garantia de cuidados de efetiva qualidade. Nesta perspetiva, devemos assumir a responsabilidade do desenvolvimento profissional mediante uma formação específica e especializada, para formar futuros profissionais bem preparados para responder às necessidades de saúde de uma população e, neste caso, A dos doentes em fase final das suas vidas e aos seus familiares.
A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD) foi pioneira ao incluir, desde 1999, no plano curricular do curso de Licenciatura em Enfermagem (nível pré-graduado) formação básica sobre cuidados paliativos, e que, mais recentemente, no seu Plano de adequação a Bolonha do Curso de Licenciatura em Enfermagem, incluiu uma Unidade Curricular de frequência obrigatória de Cuidados Paliativos, no 3º ano do curso. Tendo em conta os sinais emergentes da sociedade portuguesa, as recomendações da Sociedade Europeia de Cuidados Paliativos, da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, da Sociedade Espanhola de Cuidados Paliativos, do Programa Nacional de Cuidados Paliativos, do Movimento dos Cidadãos Pró Cuidados Paliativos, e das implicações decorrentes da constituição da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) (Decreto-lei nº 101 de 6 de Junho de 2006), da Lei de Bases dos Cuidados Paliativos (Lei nº 52/2012 de 5 de setembro) e da sociedade em geral, é imprescindível e urgente avançar para um nível mais avançado de formação. Nesse sentido a ESALD criou o Curso de Mestrado em Cuidados Paliativos com o objetivo de capacitar o maior número de profissionais de saúde para esta área de atuação e cuidado, podendo deste modo contribuir para a mudança que se espera alcançar.
O Mestrado foi Acreditado pela Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior (A3ES), em 2010.
Objetivos: o Poster pretende apresentar a organização curricular do mestrado, o seu plano de estudos, objetivos de aprendizagem, as competências preconizadas e, sobretudo, descrever a experiência formativa e o modelo pedagógico implícito na sua operacionalização prática.
Metodologia: Estudo e apresentação de um Caso. Na primeira parte será descrita toda a estrutura e organização curricular. Na segunda parte descrevemos o modelo pedagógico adotado, enumeramos as áreas temáticas das revisões sistemáticas da literatura, os projetos de intervenção implementados e o seu impacto na região.
Resultados/Conclusões: O Mestrado em Cuidados Paliativos é um curso de formação avançada, com 90 ECTS, num total de 2430h (distribuídas por 840h teóricas e teórico-práticas; 800h de prática clínica e relatório). No momento atual, tem início a sua 3ª edição. Foi frequentado até 2013 por 67 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, assistentes sociais e fisioterapeutas) provindos de várias regiões de Portugal.
Considerando que cada mestrando deve realizar nas unidades curriculares de Investigação I e II uma revisão sistemática da literatura, no 2º ano do curso desenvolver prática clínica e a implementar um projeto de intervenção no seu local de trabalho, deste conjunto de atividades decorre a pertinência de elencar as áreas temáticas alvo de revisões sistemáticas da literatura, com particular ênfase para as publicadas; bem como descrever o conjunto de projetos de intervenção já implementados em cada hospital e/ou centro de saúde, e assim dar conta do seu alcance e impacto na região.
Note-se que, não obstante o investimento pessoal, cerca de 80% dos profissionais (médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais) que concluíram o curso e que detêm formação avançada num nível de perito, não se encontram a trabalhar em equipas e/ou serviços de CP, por falta de estruturas e serviços de saúde no nosso país, na área dos cuidados paliativos. Apesar disso, é de realçar que muitos disseminam a boa prática de cuidados, mantendo obediência e respeito aos valores e princípios da filosofia paliativista, portanto revigora a finalidade do curso e, acima de tudo, significa uma mais-valia para a qualidade de vida de doentes e famílias. Além disso, acreditamos que se a formação é das primeiras premissas e exigências para formar equipas de qualidade, então parte do percurso a realizar no processo de implementação de novas equipas ou serviços está percorrido.
O artigo faz uma pequena revisão teórica sobre o conceito
de competência, descreve e explica as suas dimensões e
componentes, coloca em relevo a importância dos saberes
teóricos e práticos no desenvolvimento das competências.
Formação em cuidados paliativos: uma determinante no futuro dos cuidados de saúde
A Nossa Missão!
Provavelmente há muito em comum
nas nossas Missões, pelo menos
ao nível da intervenção social.
A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes
Dias concretiza a sua missão através
da realização de atividades nos domínios
do ensino, formação profissional,
investigação científica, inovação
tecnológica, produção e divulgação
do conhecimento, prestação de cuidados
e serviços orientados para a saúde
e desenvolvimento da comunidade.
Introdução: Apresentamos resultados dum estudo realizado sobre o processo de interação enfermeiro-doente em fim de vida, num hospital de agudos, com enfoque na gestão de sentimentos.
Objetivo: Caracterizar a gestão de sentimentos na interacção que o enfermeiro estabelece com o doente em fim de vida, num hospital de agudos.
Metodologia: Adotou a metodologia da Grounded Theory, com recurso à observação
participante (170h) da interação entre 28 enfermeiros e 65 doentes, 10 entrevistas narrativas;
com o uso das técnicas de análise comparativa constante, codificação aberta, axial e selectiva.
Resultados: A gestão de sentimentos acontece em cada momento e depende da construção da confiança mútua. Para tal, o enfermeiro usa perícias de comunicação, explora/fomenta a expressão de sentimentos, expectativas e vivências do doente, cria clima de abertura, compromete-se, mostra humildade, sensibilidade e disponibilidade, partilha aspectos da sua vida pessoal, não
íntimos; demonstra reciprocidade e cumplicidade, cria afectos, garante continuidade dos cuidados e da presença, “o estar lá”, facilita a presença da família. Devolve ao doente o sentimento de pertença e utilidade, ajuda-o a encontrar um sentido para cada dia. A gestão dos sentimentos é condicionada pela cultura «curativa», falta de trabalho em equipa,características e desenvolvimento pessoal de cada um. Observou-se intencionalidade
terapêutica, em que o enfermeiro atua e intervém com uma intenção, de aliviar a tensão, a ansiedade, o medo e o sofrimento existencial.
Os enfermeiros têm consciência dos seus limites e assumem-nos. Têm dificuldades
acrescidas com doentes desinformados e com sofrimento arrastado. Fazem gestão dos
sentimentos de impotência ao lidar com sofrimento inútil, adoptam estratégias de superação,
uns pela negativa, outros pela positiva. Alguns protegem-se privilegiando apenas tarefas
técnicas. A prática reflexiva não tem carácter regular, organizado, nem universal
Conclusões:
Na interação enfermeiro-doente em fim de vida num hospital de agudos, a gestão de
sentimentos acontece numa escalada progressiva, depende da construção da confiança
mútua e tem um potencial terapêutico variável. É fortemente condicionada pela: gestão da
informação, cultura «curativa», a falta de trabalho em equipa, características do doente e
família e sobretudo pelo desenvolvimento pessoal e profissional do enfermeiro. A prática
reflexiva revela-se uma boa prática, mas não acontece de modo regular, organizado, nem é
universal.
PROBLEMÁTICA: O papel dos cuidados paliativos enquanto acompanhamento do doente e família é muito vasto, surgindo ao longo de todo o processo de doença incurável, desde o seu diagnóstico, aos últimos dias de vida do doente e para além da morte. Os doentes na fase de últimas horas ou dias de vida são indivíduos que necessitam de cuidados especializados. No entanto, existem muitas barreiras que impedem os profissionais de saúde em diagnosticá-lo. Barreiras inerentes ao próprio doente, relacionadas com a equipa e muitas vezes a própria família também funciona como impedimento ao diagnóstico clinico da agonia.
OBJECTIVO: Com esta revisão sistemática da literatura pretende-se identificar os fatores que funcionam como obstáculos aos profissionais de saúde, á identificação dos doentes na fase agónica.
DESENHO: Estudo qualitativo, revisão sistemática da literatura, metasíntese
MÉTODOS: Foram incluídos 10 estudos de natureza qualitativa: 4 artigos de fonte primária, 2 teses de mestrado, 3 artigo de revisão sistemática da literatura e 1 estudo de caso, publicados no horizonte temporal de 2002 a 2012.
RESULTADOS: Existem vários fatores que funcionam como impedimento aos profissionais de saúde á identificação do estado de agonia. Foram identificados, após a pesquisa, 3 categorias: Obstáculos entre a equipa e o doente, nomeadamente relacionado com as trajetórias das patologias, e ainda relacionado com os doentes cardíacos; obstáculos entre a equipa e a família, neste inclui-se as barreiras espirituais e culturais e também questões relacionadas com a comunicação; obstáculos no contexto interdisciplinar, relacionados principalmente com a falta de formação profissional.
CONCLUSÃO: Apesar da imensidão de estudos no âmbito da medicina paliativa, verificou-se que relacionados com os obstáculos ao diagnóstico do estado de agonia são ainda muito poucos, destacando-se um ou dois autores mais presentes na pesquisa.
No entanto, ficou evidente que o principal fator que funciona como impedimento ao diagnóstico clinico do estado de agonia, referido por vários autores, é sem dúvida a falta de formação, essencialmente na identificação dos sinais e sintomas característicos desta fase, e relacionado com competências básicas de comunicação com o doente e família.
O presente artigo tem como objetivo caracterizar o
processo de tomada de decisão de não reanimar
nas Equipas de Emergência Médica Intrahospitalares,
elegendo como ponto nuclear de
pesquisa o papel do enfermeiro, do doente e/ou
família neste processo, bem como as diretivas
antecipadas de vontade, que benefícios/
implicações na tomada de decisão.
Para a realização deste estudo de investigação
recorreu-se à revisão sistemática da literatura, com
o horizonte temporal de janeiro de 2005 a
novembro de 2015. Para a seleção dos artigos foram
definidos critérios de inclusão e exclusão bem
como, descritores de pesquisa, utilizando o método
PICOD. Pesquisando a partir de bases de dados de
texto integral e de referência, foram incluídos 9
artigos dos quais 2 de natureza qualitativa e 7 de
natureza quantitativa.
Com este trabalho ficou explicita a necessidade de
definir normas de orientação, para que os
profissionais de saúde tenham clara noção do
referencial de atuação ética e legal em doentes
terminais, implementando boas práticas no que se
refere à suspensão ou abstenção de tratamentos
desproporcionados. As decisões antecipadas de
vontade (a seu comunicação deve ser semelhante
ao consentimento informado) e o envolvimento dos
enfermeiros nessas decisões devem ser incluídos.
Só desta forma a Decisão de Não Reanimar (DNR) é
considerada uma prática digna, enquadrada na
visão da ortotanásia.
Segundo a WHO (2002), as sociedades estão a envelhecer, sendo possível
observar uma transformação demográfica sem precedentes na história da humanidade.
O sucesso das transformações sociais, ao acolherem o envelhecimento saudável, é
proporcional à precariedade dos mecanismos que dispomos para lidar com a velhice
frágil e dependente. É um facto que se acrescentou mais anos de vida à população em
geral; contudo, a inexorabilidade da velhice só poderá ser evitada se houver uma morte
prematura. Para muitos idosos, os últimos anos de vida são devastados pela doença
crónica, deficiência ou demência, e dependência maior. Do ponto de vista histórico da
humanidade, somos uma sucessão de gerações, cada vez mais velhas, amparadas pela
ilusão da renovação. O passado foi mais jovem que o presente, e o futuro terá ainda
mais idade. Este artigo pretende apresentar a reflexão acerca do envelhecimento
individual, realizada durante a investigação acerca da Promoção e Preservação da
Dignidade no contexto de cuidados em lares de idosos, realizada no contexto do
Doutoramento em Enfermagem da Universidade de Lisboa, Portugal.
Objetivo: Esta revisão sistemática da literatura pretende esclarecer as indicações do uso da
alimentação entérica na pessoa com demência. As dificuldades na alimentação da pessoa
com demência podem surgir em qualquer fase da doença, manifestando-se por desnutri-
ção, perda de peso, decréscimo da qualidade de vida, entre outras. A alimentação entérica
por sonda pode ser uma das opções para minorar o seu efeito, onde ainda se discute os seus
benefícios. Métodos: Foram incluídos 8 estudos de natureza qualitativa: 5 artigos de fonte
primária, 3 artigos de revisão sistemática da literatura, publicados no horizonte temporal
de 2008 a 2013. Resultados: A alimentação entérica por sonda na pessoa com demência pode
ter efeitos na sobrevivência/taxa de mortalidade (sem evidência de benefício), estado
nutricional (sem melhorias), estado funcional e cognitivo (sem melhorias), aspiração (não
reduz o risco de aspiração), úlceras de pressão (sem evidência de benefício na incidência e
na evolução das úlceras), qualidade de vida (sem dados concretos na maioria dos estudos).
Conclusões: A evidência que a alimentação por sonda nas pessoas com demência proporciona
benefícios não foi conclusivo, podendo até ter o efeito oposto. Faltam ainda dados
sobre os efeitos adversos destas intervenções.
Our world is very noisy. It’s the shrill sound of deafening music, the unbearable
screams of hysterical people, is the constant aggression to our ears coming from
mobile commercial advertising, and finally, there is a foreign conspiracy, under
various forms of protest, against the need for peace and stillness . The world must
think. We need, everyone, to hear more. Life calls for silence and reflection. Respect
the patient’s silence implicit a deep respect for his personality, a sublime professional
act that demonstrate the ethic of the health professional. It is, probably, in the moment
of serene acceptance of death, that haunt the quiet periods of silence. The patient
no longer wants explanations, is mind grasps the great truth. At such moments the
health professionals should not abandon the patient. They must maintain this silence, a
understanding glance, the gentle touch of hands. They must establish a better dialogue,
never a empty set of words. Caring is also carefully listening, being present, sharing
the silence, complicity; be challenged by the lack of words. It’s welcoming. This
article is based on a narrative review of the literature related with the therapeutic use
of silence in end-of-life care.
O Ser Humano conhece e compreende através da observação e quando da observação resultam dúvidas, o Ser Humano questiona.
A observação e a entrevista, como ato intelectual de questionar o fenómeno estudado, tornam-se uma técnica científica a partir do momento em que passam pela sistematização, planeamento e controlo da subjetividade. Não se trata apenas de ver, de questionar, mas de examinar. Não se trata somente de auscultar, mas de entender.
Este artigo pretende apresentar uma revisão metodológica acerca da utilização da entrevista e observação como instrumentos de recolha de dados, elaborada durante a investigação apoiada na Grounded Theory, realizada no contexto do Doutoramento em Enfermagem da Universidade de Lisboa. A partir da exploração teórica e da vivência pessoal da utilização dos instrumentos apresenta-se as contribuições e riscos da aplicabilidade dos mesmos. Conclui-se que a entrevista e a observação constituem elemento fundamental na investigação qualitativa.
Este artigo apresenta alguns dos resultados da investigação acerca da Promoção e Preservação da Dignidade no contexto de cuidados em Lares de Idosos, tese final do Doutoramento em Enfermagem, Universidade de Lisboa, concluído em 2017.
Dentro do paradigma interpretativo, adotou-se a Grounded Theory (GT) como metodologia. Os dados foram recolhidos durante 21 meses, através da observação participante e entrevistas, num Lar de idosos (IPSS) com cerca de 350 residentes distribuídos por três estruturas residenciais no concelho de Castelo Branco, tendo como participantes idosos residentes, enfermeiros e ajudantes de ação direta. Resultados: Uma abordagem comparativa constante entre a recolha e análise de dados foi aplicada até alcançar a saturação teórica, incorporando um quadro inovador interpretativo e ilustrativo. Da análise dos dados foi possível construir uma teoria de médio alcance - Promoção e Preservação da Dignidade em Lares de Idosos:
A Conservação do Eu. Um fenómeno complexo, imprevisto, multidimensional, edificado no entrelaçado de saberes, valores e competências de forma contínua, sistemática e dinâmica. Nesta teoria encontramos subcategorias importantes relacionadas com o cuidado no final de vida dos idosos como “cuida dos detalhes”, “respeita vontades antecipadas” e “acompanha últimos momentos” que agrupados formam a categoria “Preserva a Identidade”.
PROBLEMÁTICA: A comunicação e o apoio à família são considerados pilares fundamentais para a prestação de Cuidados Paliativos de excelência. Uma das ferramentas apontada como facilitadora da comunicação e apoio à família são as Conferências Familiares. Contudo, existe pouca evidência empírica que suporte quais as vantagens e benefícios da realização de Conferências Familiares em Cuidados Paliativos. OBJECTIVOS: Demonstrar a importância do apoio da equipa de saúde à família de doentes com doença prolongada, incurável e progressiva; Identificar os objectivos das Conferências Familiares em Cuidados Paliativos; Reconhecer as vantagens e os benefícios das Conferências Familiares em Cuidados Paliativos.
DESENHO: Revisão Sistemática da Literatura.
METODOLOGIA: Foram incluídos seis estudos primários, publicados entre 2009 e 2013, pesquisados em bases de dados de referência e com acesso ao texto integral.
RESULTADOS: Este estudo demonstra a importância do apoio à família pela equipa de saúde. Clarifica os objectivos da realização de Conferências Familiares em Cuidados Paliativos e revela vantagens e benefícios da sua concretização para os utentes, familiares e profissionais de saúde.
CONCLUSÃO: A família inclui-se no cuidado integral ao doente em Cuidados Paliativos. As Conferências Familiares são úteis. Focam o cuidado no doente e orientado para a família, possuindo um impacto multidimensional, reduzindo o sofrimento e promovendo a qualidade de vida do binómio utente-família.
PROBLEMÁTICA: Segundo a OMS os cuidados paliativos não se destinam apenas a doentes oncológicos sem hipótese de cura e devem ser integrados numa fase inicial da trajectória da doença. Os doentes pós-AVC são um dos grupos que pode beneficiar de cuidados paliativos. No entanto existe pouca literatura e investigação sobre as necessidades em cuidados paliativos de doentes pós-AVC.
OBJECTIVO: Identificar as necessidades dos doentes pós-AVC em cuidados paliativos.
DESENHO: Estudo qualitativo, revisão sistemática da literatura, metassíntese.
MÉTODOS: Após pesquisa em bases de dados e repositórios científicos foram seleccionados 12 estudos que abordavam a temática em estudo.
RESULTADOS: Os profissionais de saúde têm dúvidas sobre quais os doentes pós-AVC que podem beneficiar de cuidados paliativos e quando referenciar. Deve ser usado um instrumento de avaliação de necessidades para se identificar doentes pós-AVC com necessidades em cuidados paliativos. As necessidades destes doentes passam por controlo sintomático; comunicação e informação; decisões de fim de vida e atender às necessidades dos cuidadores. Os sintomas com maior prevalência são a dor e dispneia. Decisões de fim de vida relacionadas com a alimentação e hidratação são as que causa maior ansiedade na família e conflito com os profissionais.
CONCLUSÃO: Uma forma de identificar doentes pós-AVC com necessidades em cuidados paliativos pode passar, talvez, por aferir impacto do AVC na vida do doente e posteriormente avaliar as necessidades em cuidados paliativos com um instrumento próprio para o efeito. As necessidades identificadas não são exclusivas de cuidados paliativos, mas quando presentes os doentes podem beneficiar da intervenção da equipa de cuidados paliativos.
PROBLEMÁTICA: A dispneia é um dos sintomas mais desestabilizadores e frequentes em pacientes com doença crónica, progressiva e incurável nos seus estádios mais avançados, aumentando de prevalência e intensidade ao longo das últimas semanas de vida do utente. As opções terapêuticas para este tipo de utentes devem focar o alívio ou eliminação da dispneia, restaurar a normalidade funcional, minimizar ou eliminar a hospitalização e tornar mais eficiente o uso dos recursos humanos e materiais disponíveis.
OBJECTIVOS: Nesta revisão sistemática da literatura definimos como metas identificar e descrever os métodos farmacológicos e não-farmacológicos no alívio eficaz da dispneia num contexto de Cuidados Paliativos.
DESENHO: Revisão Sistemática da Literatura
MÉTODOS: Foram incluídos 11 artigos, 4 revisões sistemáticas da literatura e um trabalho de investigação académico, publicados entre 2007 e 2012 e pesquisados em bases de dados de referência e com acesso a texto integral.
RESULTADOS: No controlo da dispneia em Cuidados Paliativos intervém sobretudo estratégias farmacológicas e não farmacológicas. Os opióides constituem a primeira linha farmacológica, quer usados isoladamente quer em conjunto com uma benzodiazepina. Tem sido estudada a ação da furosemida inalatória, embora a sua evidência seja ainda reduzida. O uso de oxigenoterapia é útil, mas apenas em casos de dispneia associada a hipoxia, caso contrário o uso de oxigénio medicinal ou de ar atmosférico tem um efeito semelhante. No que refere às estratégias não farmacológicas, o uso de ventiladores, de técnicas de relaxamento, o apoio psicossocial, o treino respiratório e as terapêuticas alternativas como acupunctura ou estimulação elétrica neuromuscular têm também sido abordadas na literatura de referência.
CONCLUSÕES: Em doentes terminais, pese embora os diversos processos de doença em evolução, estão presentes um número comum de problemas que necessitam de uma resposta eficaz por parte dos profissionais. Ao nível do controlo da dispneia, foram identificadas uma série de respostas farmacológicas e não farmacológicas com reconhecida validade científica, que deverão ser utilizadas sempre com critério e atendendo às características particulares de cada indivíduo.
PROBLEMÁTICA: O envelhecimento populacional tendencialmente crescendo, associado ao aumento de doenças crónicas de evolução prolongada levam ao aumento significativo do número de internamentos de doentes terminais em hospitais de agudos. Este facto exige formação adequada dos profissionais de saúde para cuidar de doentes em que o intuito curativo deixa de ser a exigência.
OBJETIVOS: Este estudo pretende identificar as vantagens e desvantagens da terapêutica e hidratação subcutânea em cuidados paliativos bem como, mais especificamente, descrevê-las reportando-as para o contexto de controlo sintomático em emergências, nos últimos dias e horas de vida e em cuidados domiciliários, cruzando com os objetivos principais e secundários deste estudo.
DESENHO: Revisão sistemática da literatura que inclui estudos de natureza qualitativa, quantitativa e mista.
METODOLOGIA: Para a sua realização foram incluídos 23 estudos empíricos, 17 de fonte primária e 6 revisões sistemáticas da literatura, publicados no horizonte temporal entre janeiro de 2007 e junho de 2012, pesquisados a partir de bases de dados de texto integral e de referência.
RESULTADOS: Este estudo evidenciou não só a existência de vantagens e desvantagens da via subcutânea, como também a presença de fatores promotores, de dificuldades e entraves com que se deparam o doente, o cuidador, o profissional e as organizações de saúde.
CONCLUSÃO: A via subcutânea é um recurso importante em cuidados paliativos. As suas imensas vantagens superam as suas possíveis desvantagens, sendo pouco frequentes, facilmente ultrapassáveis e previsíveis. As barreiras ao seu uso precipitam as suas desvantagens ofuscando muitas vezes as suas vantagens. Os ganhos em saúde com o recurso a esta via, são notórios.
Problemática: O recurso aos serviços de urgência por parte dos doentes em final de vida
é frequente sobretudo quando existem sintomas descontrolados. A abordagem paliativa
necessária nesta fase colide com o contexto “urgência” e limita a intervenção do
enfermeiro.
Objetivo: Nesta revisão da literatura pretendemos identificar as dificuldades dos
enfermeiros na prestação de cuidados aos doentes em fim de vida no serviço de urgência
assim como caracterizar a natureza dos cuidados prestados neste contexto.
Desenho: Revisão sistemática da literatura.
Métodos: Foram incluídos 10 artigos de investigação entre os quais 2 revisões da
literatura no período temporal de 2007-2012.
Resultados: Na maioria dos artigos encontrados é dado ênfase aos obstaclos e
dificuldades enfrentados pelos enfermeiros existindo pouca referencia a prestação de
cuidados ao doente em fim de vida no serviço de urgência. As dificuldades são
inúmeras desde da falta de formação em cuidados paliativos á própria filosofia destes
serviços.
Conclusões: As principais dificuldades citadas pelos enfermeiros prendem-se com o
modelo organizacional e arquitetónico dos serviços de urgência que não favorecem a
comunicação nem a relação de ajuda. Os enfermeiros preocupam-se não só em
propocionar conforto através de controlo de sintomas, como também em dar apoio aos
familiares do paciente em fim de vida.
Os cuidados paliativos pretendem ajudar os doentes terminais a viver tão activamente quanto possível até à sua morte, através de uma abordagem multidisciplinar, incluindo as componentes física, psicológica, social,
espiritual, etc., sendo o grande objectivo promover a qualidade de vida e aliviar o sofrimento. Este objectivo estende-se à actuação do psicólogo, porém a intervenção psicológica neste contexto não está claramente definido. Assim, o objectivo deste estudo é averiguar as competências do psicólogo, em cuidados paliativos, na intervenção tanto com o doente, como com a família. Para responder à questão de partida, realizou-se uma revisão sistemática da literatura, com um horizonte temporal entre 2005 e 2014. Como forma de seleccionar a informação importante foram definidos critérios de inclusão e exclusão assim como, descritores de pesquisa, complementando-se com o método PICOD, para a selecção dos artigos. Como
resultados apuraram-se os seguintes: na intervenção psicológica com os doentes e os
familiares (gestão de sintomas; questões espirituais, de significado e sentido da vida; psicopatologias; no processo de luto/de perda; ajuste de expectativas; resolução de problemas/preocupações); claudicação familiar. Concluiu-se então que existe benefício na existência de, pelo menos um psicólogo, na equipa de cuidados paliativos, as intervenções deverão seguir maioritariamente uma abordagem cognitivo- comportamentais e a necessidade de um investimento na formação dos psicólogos em cuidados paliativos.
Introdução: Atualmente existe um elevado número de pessoas com diagnóstico de demência. No âmbito dos cuidados Paliativos
as intervenções de reabilitação são muitas vezes minoradas. Desta forma è importante o estudo de medidas não farmacológicas
com vista a melhorar o estado funcional e qualidade de vida destes doentes.
Problemática: Qual a intervenção do fisioterapeuta no doente com demência em cuidados paliativos?
Objetivos: Nesta revisão sistemática da literatura pretendemos identificar quais as intervenções que os fisioterapeutas utilizam
com doentes com demência em cuidados paliativos e quais os benefícios dessas técnicas.
Métodos: Desenho do Estudo - Revisão Sistemática da Literatura;
Foram incluídos 12 estudos com um intervalo temporal de 2003 a 2015, em que são abordadas técnicas que possam ser
utilizadas por fisioterapeutas no tratamento ou alívio do sofrimento e na melhoria de qualidade de vida destes doentes. Os
artigos científicos foram encontrados em diversas bases de dados online e de texto integral tais como: Biblioteca do
conhecimento Online, Pubmed e PEdro.
Resultados: Nesta revisão sistemática da literatura foram encontradas diversas técnicas não farmacológicas que contribuem
para o aumento da qualidade de vida dos doentes com demência. Dentro destas técnicas encontradas são referidas o exercício
aeróbico, manutenção da força muscular, treino de equilíbrio, o toque, treino cognitivo, intervenções comportamentais,
estimulação cognitiva, estimulação elétrica transcutânea, musicoterapia, reminiscência, treino de atividades da vida diária
(AVD´s), massagem, terapia de recreação, sala snoezelen, estimulação multissensorial, apoio e psicoterapia, e relaxamento
muscular.
Conclusões: Dentro dos programas multidisciplinares analisados nesta revisão o Fisioterapeuta faz todo o sentido, sendo este o
profissional que utiliza o maior número de técnicas não farmacológicas abordadas. Estes programas podem ser bastante
benéficos para que a diminuição da cognição ocorra de forma mais lenta e consequentemente permita a manutenção das
faculdades físicas e o aumento da qualidade de vida do doente e dos seus cuidadores. O exercício é a técnica mais estudada,
com resultados positivos na qualidade de vida. Constatamos que existe pouca evidência da intervenção do fisioterapeuta na fase
terminal do doente com demência.
PROBLEMÁTICA: Com o aumento da população e comummente com o aumento de
doenças crónicas, leva a um crescimento de doentes que necessitam de cuidados
paliativos. A intervenção em cuidados paliativos visa o alívio do sofrimento e melhorar a
qualidade de vida do doente e sua família, respeitando as suas preferências e desejos. Os
profissionais de saúde necessitam de formação em Cuidados Paliativos, respeitando as
expetativas dos doentes e permitir que a pessoa seja cuidada no seu local preferido de
cuidados e não recorrer consecutivamente a urgências e internamentos de agudos.
OBJETIVOS: Demonstrar a importância da identificação da preferência do local de
cuidados dos doentes em fim-de-vida, compreender a importância do planeamento de
cuidados e Diretivas antecipadas de vontade (DAV), relacionar a escolha do local de
cuidados com o local de morte, identificar os fatores que influenciam e condicionam a
escolha do local de cuidados dos doentes em fim-de-vida e por fim, perceber a
organização e qualidade dos serviços.
DESENHO: Revisão sistemática da literatura que inclui estudos de natureza qualitativa.
METODOLOGIA: Foram incluídos oito estudos, publicados entre 1 de Janeiro de 2016
e 31 de Agosto 2016, pesquisados em bases de dados de referência e com acesso ao texto
integral.
RESULTADOS: Este estudo demonstra a importância das preferências dos doentes e
serem registadas, a importância das Diretivas Antecipadas de Vontade, bem como o
planeamento do cuidado de forma antecipada. É fundamental ter em conta os fatores que
influenciam e condicionam a escolha do local de cuidados.
CONCLUSÃO: Deve dar-se importância às preferências do local de cuidado dos doentes
em fim-de-vida. Os doentes em fim-de-vida na sua globalidade preferem ser cuidados e
morrerem em casa. As equipas multidisciplinares desenvolvem um papel preponderante
no cuidado aos doentes em fim-de-vida. Quando os cuidados prestados são de alta
qualidade, permite ao doente ser cuidado e morrer no seu local preferido.
Background: Coping is essential to manage palliative care professionals’ challenges. The focus has been on the effects of coping mechanism; however, little is known about coping itself in palliative care.
Aim: To synthesise evidence of coping strategies in palliative care professionals, and how different strategies play roles over time.
Design: Systematically conducted integrative review.Data sources: PubMed; CINAHL; Medline; PsycINFO and B-ON were searched (1996–2021) combining ‘coping’ AND ‘palliative care’. A predefined data extraction sheet was developed to report data. Two researchers performed constant comparative analysis using Nvivo®.
Results: Thirty-one studies were included. Four main strategies with recurrent reference to time were found: (a) proactive coping, involving activities to achieve self-confidence and control situations and emotions; (b) self-care based coping, including self-protection and self-awareness activities, with behavioural disconnection; (c) self-transformation coping, involving activities to accept limits; and (d) encountering deep professional meaning, is a coping mechanism based on meaning, frequently considering the deepest meaning of work. The dynamic and influencing factors were training, team interaction, professional motivation and family. They were usually protective factors, though sometimes they represented risk factors. The emotional burden associated with healthcare and systemic stressors were always risk factors. An explanatory model describes a complex and dynamic process, in which everyday strategies and more introspective strategies are combined.
Conclusions: The model showed a process of adaptation and learning to persevere in palliative care. It changes over time under factors and strategies, and evolves in a personal and professional transformation, parallel to the working life. It would be worth assessing coping in healthcare professionals who chose to leave palliative care and to investigate the reasons they did so and their coping mechanisms.
The transition into the twenty-first century brought about important changes in society, including the areas of education and teaching. The establishment of the European Higher Education Area represents an effort to face these changes together in Europe. The changes in the teaching and learning models in higher education led to the institutional promotion of extensive interventions in order to alter the status quo that has prevailed for decades. The need for a cultural renewal of the teaching staff involved in higher education, attending to the centrality of student’s learning rather than knowledge per se, is also a challenge to be overcome. This study intends to highlight the central elements concerning the Bologna Process and the topics connecting the objec- tives and their intrinsic principles. This initial approach is the basis for the design of a proposal for monitoring the implementation of the Bologna Process in an institution of higher education in Portugal. The results suggest a proposal consistent with the needs in terms of monitoring the implementation of the Bologna Process. This proposal allows, in addition to static analysis relative to a specific academic year, dynamic analysis between academic years, uncovering best practices and areas for improvement.
A Agência para Avaliação e Acreditação da Qualidade no Ensino Superior em Portugal, assim como a Lei da Qualidade no Ensino Superior, foram publicadas em 2007. Foi solicitado a
cada Instituição de Ensino Superior (IES) a conceção de um sistema de avaliação da qualidade ajustado à sua dimensão e funcionamento, compatível com a política da qualidade
existente e estratégia definida. Este trabalho apresenta a conceção do Sistema Interno de Gestão da Qualidade no Percurso Formativo definido para o Instituto Politécnico de Castelo
Branco. Neste sentido são abordadas as várias fases de desenvolvimento do sistema e que consiste no desenvolvimento progressivos dos vários subprocessos identificados: Unidade
Curricular; Curso; Unidade Técnico Científica; Unidade Orgânica; Instituição. A estes subprocessos estão associados os referenciais definidos, considerando-se os European Standard
and Guidelines, e a lógica organizacional existente.
O período que vivem atualmente as Instituições de Ensino Superior (IES) é considerado por todos os agentes envolvidos como um período de mudança, uma vez que se assiste a
grandes alterações, quer na cultura de ensino, quer na cultura de aprendizagem. Neste sentido, não é possível deixar de refletir sobre estas transformações, tendo como pano de fundo
a promoção de um nível adequado de exigência académica que deve ser uma característica das IES.
A elaboração e divulgação de um relatório anual de concretização do Processo de Bolonha que, para além da exigência legal, e face às transformações verificadas no ensino superior
resultantes do Processo de Bolonha, pretende mostrar o que tem sido desenvolvido pelas IES e especificamente pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) para garantir uma
formação orientada para o desenvolvimento das competências específicas e transversais, para as medidas de apoio à promoção do sucesso escolar e para as medidas de estímulo à
inserção na vida ativa dos estudantes e podem ser consultados em www.bolonha.ipcb.pt
O presente artigo expõe os dados relacionados com a metodologia seguida pelo IPCB para acompanhar a implementação do Processo de Bolonha na Instituição, assim como os indicadores utilizados para a realização do relatório anual. São apresentadas as estratégias adotadas por cada Unidade Orgânica para a transição entre planos curriculares, nomeadamente a metodologia para adoção de ECTS e para adaptação aos novos ciclos de estudos. Aborda-se ainda a estratégia centralizada de acompanhamento do Processo e de planificação de iniciativas que envolvem todas as Unidades Orgânicas. Posteriormente é apresentada a evolução sentida em diversas matérias como as mudanças pedagógicas, a evolução das componentes de trabalho, a adoção de medidas para a promoção do sucesso escolar, a aquisição de competências transversais e o contributo da Instituição na inserção dos diplomados na vida ativa. De todas as medidas adotadas e iniciativas promovidas, apresenta-se como fundamental a continuidade de uma estratégia institucional vocacionada para o incentivo à mudança, nomeadamente a plena adoção de um modelo de ensino e aprendizagem ativo e efetivamente centrado no estudante. Apresentam-se as iniciativas ainda em andamento para que se garanta a efetiva implementação do Processo de Bolonha no IPCB, considerando toda a sua abrangência e a necessidade de concertar esforços para a dinamização de iniciativas pedagógicas que estimulem a iniciativa e criatividade dos estudantes.
A implementação de paradigmas no Ensino Superior resultantes da introdução do Processo de Bolonha abre portas para a renovação. A qualidade passa pela revisão dos curricula, pela reorganização dos processos de ensino-aprendizagem, pela estruturação das unidades curriculares e cursos, pela qualificação e formação de docentes, pelo sucesso e resultados escolares, pela avaliação das competências atingidas e pela confiança social no ensino superior. Em 2010 foi delineado o Projeto “Construção da Aprendizagem” /ConstAp) com o objetivo principal de motivar as mudanças, nomeadamente ao nível das metodologias adotadas e da implementação do trabalho autónomo, para garantir uma carga de trabalho do estudante contínua ao longo do semestre. A questão central é a melhoria da qualidade no ensino ministrado. Este artigo analisa a execução do projeto implementado no IPCB, desde o ano letivo 2009/10, no âmbito do processo de Bolonha, contextualizando os seus objetivos, implementação e condicionantes.