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Two models were developed to evaluate total volume under and over-bark of Blackwood (Acacia melanoxylon R. Br.) stand trees. By variance analysis regarding volume with and without bark it was confirmed that trees age is responsible for 48 to 50% of its volumetric behaviour. Considered the averages of those variables and regarding the three homogeneous groups of the studied sites, a single model type was used (v=β1dβ2hβ3) for estimating volumes. The critical errors are between 72 and 195 dm3 under-bark, and 82 and 212dm3 over-bark. The model that uses sites as dummy variables to the estimation of stand tree volumes is the same, and this method performs maximum expected errors with values of 155 dm3 (under-bark) and 169dm3 (over-bark), to mean maximum volumes of 1362 and 1459 dm3 respectively. The use of dummy variables is a more expedite and rapid modelling method, and its maximum expected errors perform lower values.
In this paper we analyze the transversal variation of Acacia melanoxylon R. Br. wood porosity, using five trees with 40cm dbh collected in the Ponte de Lima region, in northwestern Portugal. Variation of porosity, vessel area, width and density were used to evaluate tree vessel variation, in order to relate it with other wood properties. Each value of these variables represents a mean of 60 vessels measurement. We collected five wood disks at the bottom, 5, 15, 35 and 65% of total height, and commercial top of those five trees, in order to acquire three radial cores at 10, 50 and 90% near the pith, and in north and south directions. We found great variability along the tree concerning the axial and radial positions. Porosity is higher near the bottom and lower at the top; vessel number varies inversely. Vessels width and density are similar at the different height levels. Radial variation show that porosity, vessel area and vessel width all increase, and density decreases, with distance to the pith. Principal components analysis was used to investigate the differences in vessel characteristics and levels in the trees, as well as their interaction. This methodology allowed us to determine how close, or how independent, the study variables were. We conclude there is a group of vessel morphologic characteristics which depend strongly on each other – porosity and vessel area and vessel number are negatively correlated with the other. The variation between North and south direction is not significant, because the values are very similar and the trees don’t present a higher eccentricity.
This text presents some results on the variation of Blackwood (Acacia melanoxylon R. Br.) annual growth rings thickness in Portugal, as well as the best models to evaluate total volumes stand trees, under or over-bark. Annual ring thickness evaluations were done on 261 wood sample disks collected at the usually used levels. With the purpose of obtaining those disks, 20 sample trees of 40cm dbh were harvested in four northwest sites of Portugal. The study of earlywood and latewood thickness leads to the conclusion that the wood type is responsible for 16% of ring size variance, and earlywood is 61% larger in average than latewood. The site, number of ring and its interaction are responsible for 12% of annual woody increment variation. Respective residuals are very relevant in both cases - 75 and 88%. Based on the study of those wood variables, the four places were arranged into three independent homogeneous groups. Differences between averages of earlywood and latewood thickness were significative, as well as those between North and South exposures. The selected model (v=β1*dβ2*hβ3) that uses sites as dummy variables for stand tree volumes estimation is also presented. Maximum expected errors perform values between 155dm3 to mean maximum volumes of 1362dm3 under-bark, and 169dm3 to mean maximum volumes of 1459dm3 over-bark.
A Acacia melanoxylon R. Br. (acácia-austrália ou austrália) cresce bem em Portugal, em povoamentos puros ou mistos com Pinus pinaster Aiton, ainda que apresente fortes constrangimentos ecológicos e legais. Apesar de algumas dificuldades, por exemplo na secagem, a madeira de austrália é usada em mobiliário e produtos manufacturados devido, principalmente, à sua textura e cor escura. Pode também ser usada para pasta, sendo plantada em muitos países com esse propósito juntamente com Acacia mangium e A. dealbata. O seu potencial papeleiro tem sido estudado por vários autores (CLARK et al., 1991; GUIGAN et al., 1991; FURTADO, 1994; GIL et al., 1999; PAAVILAINEN, 2000; SANTOS et al., 2002; SANTOS et al., 2006). A indústria florestal em Portugal depende fortemente do pinheiro-bravo e do eucalipto, com a consequente competição negativa, entre as várias indústrias, para a mesma matéria-prima. Em Portugal existem muitos povoamentos espontâneos com acácia, nomeadamente A. dealbata e A. melanoxylon. Enquanto a A. dealbata é considerada um problema ecológico, a A. melanoxylon não o é e está bem adaptada às condições portuguesas. Por este motivo poderá ser considerada uma espécie produtora de matéria-prima alternativa das serrações e da indústria papeleira, e poderá evitar largas áreas de monocultura e minimizar o risco de incêndio. O acréscimo anual em diâmetro da acácia (0,89 cm.ano-1) excede o do pinheiro-bravo (0,58 a 0,85 cm.ano-1) (TAVARES et al., 2004) e aproxima-se do eucalipto (0,84 a 0,96 cm.ano-1) (TOMÉ et al., 2001). As propriedades da madeira sólida de acácia (Massa volúmica média - 650 kg.m-3 ± 75, Tensão média de rotura à flexão ± sd - 146 N.mm-2 ± 24, Módulo de elasticidade médio ± sd - 14200 N.mm-2 ± 2160 e Tensão média de rotura à compressão axial ± sd - 61 N.mm-2 ± 7) permitem considerá-la uma espécie alternativa ao pinheiro-bravo (630 kg.m-3 ± 75, 130 N.mm-2 ± 33, 10500 N.mm-2 ± 3590 e 47 N.mm-2 ± 10) (MACHADO e CRUZ, 2005). As madeiras de pinheiro-bravo e de acácia podem ser, em geral, classificadas como de fraca a média densidade, de média resistência e rigidez. A qualidade do pinho é muito variável, sendo o seu potencial reconhecido a partir de dados provenientes de povoamentos de elevada qualidade (MACHADO e CRUZ, 2005). Relativamente ao potencial papeleiro, para uma dada resistência à drenagem (30 ºSR), os papeis produzidos a partir de acácia apresentam densidades aparentes mais elevadas que as de eucalipto (0,80 to 0,66 g/cm3) (SANTOS et al., 2004). Isto é devido à menor massa linear e mais elevada flexibilidade e colapsabilidade das suas fibras (SANTOS et al., 2006). Apesar do ligeiramente maior comprimento de fibra, esta produz papeis com boa relação entre a dispersão de luz e a lisura, ainda com boa resistência à tracção e a baixos níveis de consumo de energia na refinação. Este comportamento demonstra que as fibras de acácia apresentam um potencial de utilização interessante, pelo menos quando usadas juntamente com fibras de eucalipto na produção de papel para impressão e escrita. Este artigo diz respeito à análise do potencial da acácia como fonte de matéria-prima para a indústria Portuguesa (como madeira sólida e pasta e papel), reunindo informação da gestão florestal, da qualidade da madeira e da fibra. Será usado conhecimento adquirido em projectos de investigação anteriores e resultados preliminares da investigação em curso sobre A. melanoxylon proveniente de povoamento mistos (com P. pinaster) e puros, no norte de Portugal.
O género Acácia inclui numerosas espécies, algumas economicamente importantes, que ocorrem naturalmente em zonas áridas na Austrália, Ásia, África e América. Em Portugal espécies destes género foram introduzidas no início do século XX, em solos secos e arenosos ao longo da costa. A Acacia melanoxylon apesar de bem adaptada às condições ecológicas do país, não tem sido aproveitada, em parte devido ao desconhecimento das suas propriedades.