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A Quinta da Sr.ª de Mércules é uma exploração agrícola propriedade do Instituto Politécnico de Castelo Branco – Escola Superior Agrária. Está localizada na Beira Interior Sul – Concelho de Castelo Branco. Nos 167 ha que a constituem existem, maioritariamente, terrenos de sequeiro e algumas áreas de regadio. A cultura predominante na Quinta é o olival tradicional. Nas zonas baixas foram instalados prados de regadio e pomares. Também se fazem culturas forrageiras de Outono/Inverno e de Primavera/Verão. Para a rega destas últimas é utilizada a água armazenada nos diversos poços e nas três charcas para rega existentes na Quinta. Entre a fauna rica e diversificada que se pode encontrar na Quinta da Sr.ª de Mércules incluem-se algumas espécies piscícolas. Com o objectivo de informar sobre as espécies piscícolas existentes, foram verificadas as três charcas e os poços da Quinta (Figura 1) tendo sido encontradas três espécies piscícolas diferentes. Na charca grande (Charca B) localizada na zona Este da Quinta (39º49’27,89’’N; 07º26’57,92’’O), foram identificados achigãs (Micropterus salmoides) e gambúsias ou peixe mosquito (Gambusia holbrokii). As duas charcas mais pequenas, Charca A localizada à entrada do Parque Florestal do lado direito (39º49’34,03’’N; 07º27’49,34’’O) e Charca C localizada por detrás do Parque de Máquinas à direita da estrada que dá acesso ao Edifício Principal (39º49’22,25’’N; 07º27’26,44’’O), estão povoadas com gambúsias ou peixe mosquito (Gambusia holbrokii). Em alguns poços, Poço 1 localizado no extremo Norte da Quinta (39º49’43,37’’N; 07º27’24,75’’O), Poço 2 localizado no parque à frente da Vacaria (39º49’33,36’’N; 07º27’17,49’’O), Poço 3 localizado atrás do Picadeiro (39º49’22,70’’N; 07º27’09,71’’O) e Poço 4 localizado num parque próximo das estufas (39º49’31,42’’N; 07º27’09,88’’O), foram encontrados pimpões (Carassius carassius). Os vários locais onde existem peixes estão identificados na figura 1 e de cada uma das espécies encontradas foi feita uma descrição detalhada. No âmbito deste trabalho foram produzidos três posters, documentos elaborados com o objectivo de divulgar de forma resumida, rápida e objectiva, as espécies piscícolas existentes.
O objetivo deste trabalho é apresentar o método de otimização de Jenks como alternativa para determinar os intervalos de classe em mapas temáticos gerados por métodos geoestatísticos. As análises foram realizadas utilizando o conjunto de dados do Aquífero Wolfcamp. Devido a assimetria dos dados, realizou-se uma transformação Box-cox e utilizou-se o estimador robusto de Cressie & Hawkins para estimar o semivariograma empírico dos resíduos. Utilizando o método de estimação de mínimos quadrados ajustou-se diversos modelos teóricos de semivariograma e por meio de estatísticas de validação cruzada escolheu-se um modelo esférico. Os parâmetros obtidos no ajuste foram utilizados para elaborar a matriz dos valores preditos por krigagem universal. Os elementos da matriz dos valores preditos foram classificados utilizando intervalos de mesma amplitude e otimização de Jenks, permitindo elaborar dois mapas temáticos. O índice de acurácia tabular (TAI) foi utilizado para identificar o melhor mapa temático por meio da classificação. O resultado mostrou que a melhor classificação foi obtida pelo método de otimização de Jenks.
O solo é um recurso natural não renovável à escala de tempo humana. O uso agrícola do solo deve ter por base o conhecimento da sua constituição a nível do perfil, da localização topográfica e das propriedades físico-químicas de forma a compatibilizar a produção agro-pecuária com a sustentabilidade do recurso solo e do ambiente envolvente. No presente trabalho foi efectuada a caracterização do uso agro-pecuário das parcelas da quinta da Senhora de Mércules, a evolução da fertilidade do solo ao longo do tempo e, com base nessa informação elaborou-se uma proposta de aptidão potencial para uso agro-pecuário dessas parcelas. Os solos classificam-se como Fluvissolos, Regossolos e Cambissolos. São predominantemente ácidos a pouco ácidos, com níveis elevados de fósforo e potássio. Os teores em matéria orgânica (MO) são muito variáveis. Nas parcelas com maior intensidade de pastoreio e de uso agrícola registam-se os valores mais elevados de MO e de nutrientes no solo, o que constitui uma fonte de poluição difusa. Pontualmente, observam-se valores de Zn, Ni e Cr, acima do limite estabelecido no DL 118/2006 de 1 de Junho, o que será, em princípio, devido às características do material originário. Relativamente à aptidão produtiva potencial, dividiu-se a área em duas classes, uma de Mobilização Mínima e outra de Zonas Sensíveis, por limitação ao pastoreio, excesso de alguns metais pesados e zona de baixa com risco de degradação química e poluição difusa para águas subterrâneas e superficiais. Aconselha-se a monitorização da qualidade do solo nas parcelas da classe Zonas Sensíveis.
Os hábitos alimentares de uma população estão diretamente relacionados com a saúde, bem estar e constituição física dessa mesma população. Embora em Portugal se observe um predomínio da dieta mediterrânica, os hábitos alimentares variam entre populações e entre famílias de uma determinada população, dependendo da tradição, da cultura, da educação e do rendimento das famílias. Contudo, ao longo do período de frequência do ensino superior, os alunos vão alterando os hábitos alimentares que predominam em ambiente doméstico. Tendo em consideração que a Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESA/IPCB) tem em funcionamento o curso de Nutrição Humana e Qualidade Alimentar (NHQA), procurou-se, através deste estudo, caracterizar os hábitos alimentares dos alunos da ESA/IPCB em ambiente doméstico, de modo a, numa fase posterior, avaliar a alteração de hábitos alimentares no final da frequência do ensino superior. Para tal realizou-se um questionário dirigido aos alunos, que decorreu na 2ª feira e 3ª feira, sobre a alimentação realizada em casa da família, no sábado anterior. Do conjunto de resultados obtidos, 171 questionários válidos, podemos concluir que a maioria dos alunos da ESA/IPCB, em ambiente familiar, faz as quatro refeições tradicionais - pequeno almoço, almoço, lanche e jantar. Contudo verifica-se que 15% dos alunos não tomaram pequeno almoço e 30% não lancharam. Observou-se um baixo consumo de sopa, apenas 38% dos alunos comeram sopa ao jantar e 16% dos alunos comeram sopa almoço, assim como baixo consumo de vegetais e fruta, o que indicia um afastamento da dieta mediterrânica.
Para estudar a influência da disponibilidade de água no crescimento e qualidade do pêssego (Prunus persica L. Batch) durante a fase de rápido crescimento do fruto, foram aplicadas, na campanha de rega de 2011, diferentes dotações de rega em pessegueiros das cultivares ‘Andross’ e ‘August Orebrad’, numa exploração localizada no extremo sul do concelho do Fundão. Os tratamentos foram estabelecidos de modo a aplicar a água necessária para suprir 100% (T100), 70% (T70) e 50% (T50) da ETc, durante o período de maior crescimento do fruto (fase III). A produtividade foi muito semelhante, não se tendo registado diferenças significativas entre os tratamentos de rega. Contudo, a produtividade teve comportamento crescente à medida que a restrição hídrica diminuiu. O peso do fruto, o teor de açúcares e a dureza da polpa foram afetados pelos tratamentos de rega. O tratamento sem restrição hídrica (T100) esteve associado ao maior peso médio do fruto, ao menor teor de açúcar e à menor dureza da polpa, verificando-se o inverso no tratamento com maior restrição hídrica (T50). Um estudo económico baseado no efeito da carga no crescimento do fruto permitiu separar o efeito da carga do efeito da restrição hídrica sobre o crescimento do fruto e determinar a carga ótima correspondente ao máximo benefício para o produtor. O valor da carga ótima para as condições do modelo correspondeu a cerca de 40 t/ha na modalidade sem restrições hídricas e entre cerca de 20-25 t/ha nas modalidades de rega deficitária nas duas cultivares.
Na região da mina de Fonte Santa ocorrem filões de quartzo mineralizados em W, com scheelite, que cortam quartzitos do Ordovícico Inferior aflorantes nas imediações de granitos Variscos, e que se relacionam com a zona de cisalhamento de Moncorvo-Bemposta. Alguns filões com scheelite têm quartzo recristalizado e brechificado e sulfuretos associados, tendo sido explorados para volfrâmio (W) entre 1942 e 1982. As águas relacionadas com a mina da Fonte Santa são pouco mineralizadas, com condutividade eléctrica < 965 μ S/cm, e classificadas como de tipo misto. A maioria dos valores de pH (pH = 5.0 - 8.5) indicam que não há drenagem ácida significativa associada às actividades mineiras e os valores mais ácidos (pH = 3.4) foram obtidos numa lagoa da mina. Nas águas associadas com os filões mineralizados e antigas explorações foram encontradas concentrações elevadas de Fe e Mn que proíbem o seu consumo humano e utilização na agricultura.
A fraca disponibilidade de recursos energéticos não renováveis reflecte-se na crescente procura e na maior relevância dos biocombustíveis, em particular do biodiesel, no panorama nacional. Esta fonte de energia de carácter biológico pode ser obtida a partir de várias matérias-primas de onde se destacam as oleaginosas e as microalgas. Embora sendo de etiologia diferente ambas possibilitam a utilização dos seus óleos que, após sofrerem transesterificação, originam a mistura de ésteres alquílicos designada por biodiesel. Com o objectivo de produzir biodiesel a partir de microalgas foram realizados seis crescimentos da microalga Chlorella protothecoides em reactores batch, em modo fotoautotrófico. A biomassa algal foi utilizada para a extracção dos lípidos e para a produção e análise do biodiesel. Realizou-se o controlo do crescimento da biomassa através de análises diárias. A alga foi colhida durante a fase estacionária de crescimento. A biomassa colhida foi sujeita a tratamentos de centrifugação, ultracongelação, liofilização e moagem, após os quais se procedeu à extracção dos lípidos. Obteve-se um rendimento de lípidos de 12,05%. Os lípidos extraídos foram transesterificados pelo método de Lepage e Roy com o objectivo de produzir biodiesel e simultaneamente derivatizar os ácidos gordos constituintes dos triglicéridos algais de modo a poderem ser analisados por cromatografia gasosa. Pela análise cromatográfica verificou-se que o biodiesel contém uma quantidade exagerada do ácido gordo linolénico 18:3Ω3 (≈ 56% relativamente ao total de ésteres metílicos) o que potencia uma estabilidade oxidativa baixa, incompatível com as exigências requeridas para o biodiesel comercial. No entanto, se o óleo das microalgas for misturado com outros óleos bastante saturados, o biodiesel final produzido a partir desta mistura tornar-se-á viável.
O conhecimento do comportamento do fogo é essencial quando se quer organizar uma estratégia de controle de incêndios. A grande diversidade de elementos dos quais o fogo depende, torna a sua predição muito difícil, conduzindo muitas vezes a situações em que qualquer tentativa de extinção é fracassada. O sistema BEHAVE consiste numa série interactiva de programas de computador em linguagem Fortran VII, que permite prever o comportamento do fogo mediante a análise dos combustíveis da área em estudo. Este sistema é por sua vez dividido em dois outros sub-sistemas; o FUEL, que é responsável pela modelação dos combustíveis e o BURN que faz a previsão do comportamento do fogo. Na execução deste trabalho criaram- se novos modelos com base no sistema referido, sendo aplicáveis a quatro tipos de ecossistemas presentes no Parque Natural da Serra de S. Mamede.
Um dos principais objectivos da criação da Reserva Natural da Serra da Malcata foi a protecção ao lince ibérico (Lynx pardina Temminck) numa área onde se podem encontrar e preservar as fitocenoses mais favoráveis para o seu desenvolvimento, devido ao grande avanço dos povoamentos florestais intensivos. A Reserva Natural da Serra da Malcata está localizada entre a parte setentrional do concelho de Penamacor (distrito de Castelo Branco) e o extremo sueste do concelho de Sabugal (distrito da Guarda), estendendo-se para leste em direcção à fronteira espanhola. A serra da Malcata está incluída, sob o ponto de vista geológico, no complexo xisto-grauváquico, na transição do Pré-Câmbrico para o Câmbrico, existindo um filão de quartzo que atravessa a serra e que tem vários afloramentos rochosos. Do ponto de vista geomorfológico apresenta uma série de cumes arredondados orientados essencialmente na direcção NE-SW. Tem o seu ponto culminante na Machoca à altitude de 1078 m e a cota mais baixa no rio Bazágueda, a 425 m. A rede de linhas de água separa-se em três conjuntos hidrográficos, assim distribuídos de Norte para Sul: rio Côa, ribeira da Meimoa e rio Bazágueda, pertencendo à primeira à bacia hidrográfica do rio Douro e os últimos à do rio Tejo. Os solos são litólicos de origem xistosa e textura mediana, associados por vezes, nas baixas, a aluviossolos modernos, com um enclave de cambissolos a Norte. A pluviosidade média anual, nos postos udométricos do Sabugal (790 m de altitude) e de Penamacor (500 m de altitude), é de 858,5 mm e de 834,2 mm, respectivamente. Estes valores foram calculados para o período de 1932 a 1960. A precipitação estival é de 39,3 mm no Sabugal e de 34,4 mm em Penamacor. Segundo Albuquerque (1978) a temperatura média anual deve oscilar entre os 10ºC no ponto culminante e os 14ºC na base. O piso bioclimático de Emberger é húmido com variantes de Inverno frio nos cumes e vertentes norte, de Inverno fresco nas médias e altas altitudes das vertentes meridionais e de Inverno temperado na base sul da serra (Alcoforado et al., 1982).
Os primeiros métodos de identificação que se conhecem tiveram a ver com a marcação a fogo de humanos criminosos e foram utilizados em diferentes regiões do globo. Mais tarde e com a implementação de sistemas de exploração de grandes grupos de animais em regime extensivo, os criadores rapidamente perceberam que seria indispensável utilizar métodos de marcação. Estes deveriam permitir uma identificação de tal modo eficiente que relacionasse o animal com o seu proprietário. Para a grande maioria dos criadores, a marca ou ferro não era exclusivamente um método de identificação, mas também um motivo de orgulho. Nestes últimos anos, a identificação tornou-se indispensável como consequência da intensificação da exploração dos animais. Constituindo a primeira etapa dos registos zootécnicos, é a base da conduta racional de um grupo de animais, permitindo programar de modo mais eficiente o melhoramento animal, o ordenamento da sua produção e reprodução, o seu controlo sanitário e o seu comércio e transporte. A identificação animal consiste na colocação de sinais individuais suficientemente precisos, permitindo a qualquer observador reconhecer um dado animal no meio de um grupo de animais da mesma espécie. Uma identificação eficaz caracíeriza-se por ser duradoura e de fácil aplicação e observação. São dois os tipos de identificação que se podem usar: - identificação oficial ou nacional; - identificação da exploração, facultativa mas complementar da anterior. Neste trabalho vamos abordar apenas aspectos relacionados com a identificação oficial ou nacional, obrigatória para todos os animais da espécie bovina.
A prática da protecção integrada em pomares de pereira Rocha, na região do Oeste, iniciou-se durante a década de oitenta. Tal como noutros países o principal motivo de adesão dos fruticultores à protecção integrada deveu-se à inviabilidade técnica e económica dos calendários de tratamentos preconizados na luta química cega, com o consequente acréscimo dos custos de protecção. Efectivamente, o uso irracional de pesticidas de largo espectro de acção e elevada toxicidade para os auxiliares existentes no ecossistema favoreceu o aumento dos ataques de determinados inimigos da cultura como é o caso da psila na pereira. Também, as preocupações com o ambiente e as exigências dos mercados externos relativamente ao teor de resíduos de pesticidas contribuiu para a crescente consciencialização do fruticultor. Na protecção integrada pretende-se promover a limitação dos inimigos das culturas através da aplicação de meios de luta cultural, genética, autocida, biológica ou quando necessária, química tendo em consideração preocupações de natureza económica, ambiental e de saúde pública. Deste modo, o agricultor para tomar uma decisão em relação a determinado inimigo da cultura, tem obrigatoriamente de efectuar a estimativa do risco para avaliar qual a intensidade de ataque do inimigo na cultura e o risco associado. Posteriormente, deverá determinar a possibilidade de ocorrência de prejuízos, através da comparação das observações efectuadas no pomar com o nível económico de ataque. Por último, caso se verifique que o custo dos tratamentos é inferior ao valor da redução da produção justifica-se a realização de um tratamento, sendo necessário efectuar a selecção do meio de luta. Toda esta metodologia de trabalho pressupõe maior conhecimento do ecossistema agrário, nomeadamente dos inimigos da cultura (pragas, doenças e infestantes), dos auxiliares, da cultura, da influência dos factores edafo-climáticos no seu desenvolvimento e dos meios de luta disponíveis. Este aumento de conhecimento do fruticultor permite a racionalização da utilização dos pesticidas com os consequentes benefícios económicos e ecológicos, traduzindo-se pela elevada adesão dos fruticultores em vários países da União Europeia (Alemanha, Holanda, Bélgica e Itália).
A pereira Rocha ocupa cerca de 75% da área de pereiral cultivada em Portugal (INE, 1993) assumindo particular importância na Região do Oeste, nos concelhos de Torres Vedras, Bombarral, Cadaval, Lourinhã, Óbidos, Caldas da Rainha e Alcobaça. Trata-se de uma variedade portuguesa que possui boas características pomológicas e de resistência ao transporte, bem como excelentes aptidões quer para o mercado interno, quer para a exportação. A obtenção de produtividades anuais dos pomares dentro de valores capazes de satisfazerem as necessidades de mercado, apresentando, simultaneamente, elevados padrões de qualidade dos frutos, mesmo após longos períodos de conservação, obriga a um esforço conjugado no sentido da racionalização das técnicas de produção. Entre estas inclui-se a manutenção de um estado de nutrição mineral do pomar equilibrado, dada a sua influência sobre o nível da produção e sobre a qualidade da mesma. Ora, a fertilização racional de um pomar impõe que se conheça, à partida, o estado de nutrição actual das plantas que o compõem, constituindo a análise foliar a base de diagnóstico mais poderosa que, para o efeito, se encontra actualmente disponível (Lucena, 1997; Guardiola, 1998). A utilização da análise foliar, como suporte ao diagnóstico do estado de nutrição das culturas, fundamenta-se na relação que existe entre as concentrações totais dos nutrientes nas folhas, em fases específicas do desenvolvimento das plantas, e os níveis de produção ou de qualidade desta que atingem (Bould, 1972). No entanto, a interpretação dos resultados da análise foliar constitui a fase mais delicada de todo o processo de diagnóstico, concentrando-se neste aspecto a maioria dos esforços da actual investigação nesta área. Pretende-se, assim, desenvolver sistemas de interpretação dos resultados da análise foliar que permitam identificar o nutriente, ou os nutrientes, que limitam a produção e/ou a sua qualidade (Benton-Jones Jr., 1993). Em todos os casos os resultados da análise foliar da amostra do pomar sujeito a diagnóstico são comparados com valores de referência, estabelecidos a partir de ensaios de campo ou de elevado número de pomares em observação durante determinado período de tempo. No entanto, a composição mineral das folhas está sujeita à influência de factores de diferente natureza variando, nomeadamente, com a espécie e a cultivar, a idade e a posição da folha, a fertilização aplicada, as características do solo, as práticas culturais, o estado sanitário do pomar, o porta enxerto e as condições climáticas, entre outros (Marschner, 1995). Acresce, ainda, que se estabelecem interacções entre os próprios nutrientes ao nível da sua absorção e translocação na planta definindo o equilíbrio nutricional da planta o que torna bastante complexa a interpretação dos da análise foliar. Outros aspectos, como efeitos de diluição ou de concentração dos teores foliares, devidos quer ao normal crescimento e desenvolvimento das plantas, quer os induzidos por crescimentos anormais ou, pelo contrário, por paragens de crescimento devidos à ocorrência de factores aleatórios de natureza diversa podem, também, mascarar os resultados da análise foliar. Tais limitações podem ser ultrapassadas, ainda que parcialmente, através da utilização de sistemas de diagnóstico dinâmicos que têm em consideração a fase do ciclo vegetativo da cultura e o equilíbrio entre as concentrações foliares dos diferentes nutrientes (Lucena, 1997). Deles são exemplo, nomeadamente, o sistema baseado no equilíbrio nutricional evolutivo (ENB), apresentado por Carpena e Carpena em 1982, o sistema integrado de diagnóstico e recomendação (DRIS) proposto por Beaufils (1973), desenvolvido por diversos autores como Walworth e Sumner (1987) e Beverly (1987) e, mais recentemente, o sistema compositivo de diagnóstico (CND), concebido por Parent e Dafir (1992). Do que atrás foi sucintamente referido resulta que a utilização de valores de referência, mesmo que para a mesma espécie, obtidos em condições edafo-climáticas distintas daquelas em que se encontram os pomares sujeitos a diagnóstico, deve ser feita com reserva e tendo sempre presente o seu passado cultural e as condições actuais do pomar a que se refere a amostra de folhas analisada. Acresce, ainda, que a influência das condições climáticas prevalecentes em cada ciclo cultural, conjugadas com a ocorrência de acidentes meteorológicos por vezes inesperados, condiciona a nutrição e a produtividade dos pomares levando a que diversos autores, como Failla et al. (1993) defendam que tais valores de referência devam ser ajustados anualmente. Pese embora o interesse económico da pêra Rocha no quadro da produção frutícola nacional, escassos eram os resultados experimentais publicados até há uma dezena de anos, particularmente no âmbito da fertilização racional e da avaliação do estado de nutrição dos pomares. São de referir, no entanto, os trabalhos desenvolvidos na Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade por Ferreira (1985) e Couto (1987). Mas, dada a manifesta insuficiência dos estudos então realizados e tendo em conta, sobretudo, a modernização das técnicas de condução dos pomares e as actuais exigências comunitárias em matéria de normas de qualidade dos frutos e de aplicação controlada e racional de fertilizantes, iniciou-se, em 1992, a execução do Projecto de Investigação 185/92 do Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIA) " Pêra Rocha": efeito das condições pedo-climáticas e nutricionais do pomar na qualidade e poder de conservação dos frutos submetidos a diferentes regimes de atmosfera controlada levado a cabo por uma equipa constituída por elementos do Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva (LQARS) e da Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade (ENFVN). Em sua continuação, encontra--se em curso o Projecto nº 6034 do PAMAF "Estudo do efeito das condições pedo-climáticas, do estado de nutrição do pomar e das operações pós-colheita na qualidade e poder de conservação da pêra cultivar Rocha, em diferentes regimes de atmosfera controlada" integrando na sua equipa, para além de elementos das citadas instituições do INIA, outros da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica e do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico. Parte dos resultados obtidos no decurso da realização do primeiro projecto de investigação já se encontram publicados, apresentando-se no presente trabalho os que consideramos ser de interesse mais imediato no âmbito da nutrição mineral da pereira Rocha. Entre os objectivos dos referidos projectos de investigação incluem-se alguns mais directamente relacionados com os aspectos da nutrição mineral da espécie e cultivar em questão, nomeadamente (Soveral-Dias et al., 1991;1996): - Estabelecer critérios de fertilização racional para os pomares de pereira Rocha, particularmente no caso do azoto. - Estabelecer valores de referência para os teores foliares que permitam melhor interpretar os resultados da análise química das folhas e, assim, diagnosticar o estado de nutrição dos pomares. - Definir épocas de amostragem de folhas que permitam efectuar o diagnóstico do estado de nutrição dos pomares em fases do ciclo vegetativo das plantas compatíveis com a aplicação de fertilizantes, sem prejuízo da qualidade e do poder de conservação dos frutos. - Definir a época mais adequada de colheita de frutos e estabelecer critérios para a sua determinação, mediante a aplicação de métodos laboratoriais simples, bem como a composição mineral dos frutos que indicie melhores potencialidades de conservação em atmosfera controlada. No âmbito do primeiro projecto de investigação referido foram instalados três ensaios de fertilização, em pomares tradicionais de pereira Rocha, contemplando diferentes níveis de aplicação de azoto (variando entre 0 e 240 g de N por árvore) na presença de boro (2,1 g de B por árvore) e na sua ausência. Estes ensaios, instalados em 1992, ainda se encontram em curso. Simultaneamente, foram seleccionados oito pomares tradicionais da mesma variedade, com idades distintas, instalados em diferentes condições pedo-climáticas e localizados nas zonas mais representativas da produção desta variedade de pêra. Nestes pomares, durante os anos de 1992 a 1995, foi efectuado um primeiro ciclo de observações que contemplaram, nomeadamente, amostragens foliares ao longo do ciclo vegetativo das plantas, controlo final da produção, avaliação de algumas características da sua qualidade intrínseca e da sua composição mineral à colheita. Um segundo ciclo de observações decorre, no âmbito do já citado projecto de investigação PAMAF, em oito novos pomares instalados em condições distintas de solo e clima e sujeitos a diferentes técnicas culturais, nomeadamente no que diz respeito à aplicação de fertilizantes, veiculados, na maioria dos casos, através da fertirrega.
A planta aromática e medicinal Origanum vulgare pertence à família Lamiaceae. Esta erva aromática é vulgarmente chamada de orégão vulgar ou manjerona selvagem e são utilizadas várias partes da sua estrutura física para diversos fins, pois os seus metabolitos secundários conferem-lhe algumas propriedades tanto condimentares como medicinais. Trata-se de um artigo de revisão abordando diversos aspetos das possíveis utilizações desta planta espontânea no nosso país.
A conservação da Emys orbicularis tem vindo a ser desenvolvida em várias zonas de Portugal, nomeadamente no Monte Barata. Nesse sentido, elaborou-se uma análise fitossociológica que poderá ser concluída com base nos dados recolhidos; análises à água que mostram que as ribeiras detêm uma boa qualidade da água; realizaram-se censos que nos permitiram depreender que a população de E. orbicularis no Monte Barata é pequena e análises dos dados meteorológicos que nos informaram sobre a atividade da espécie. Desta forma, estabelecemos possíveis ameaças e sugerimos novas medidas a adotar para que se possam criar melhores condições ao nível de habitat, alimentação e reprodução da espécie.
O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo comparativo em microplantas de castanheiro com dois sistemas de expressão e desenvolvimento radicular, in vitro e ex vitro, e com duas intensidades luminosas (150 e 250 μmol m-2 s-1) durante a aclimatização, e a sua influência no desenvolvimento das microplantas durante esta fase, através da quantificação de parâmetros fotossintéticos. A concentração de clorofilas, após os tratamentos de aclimatização, dependeu quer do tipo de sistema radicular que as plantas possuíam no início da aclimatização, quer do regime luminoso a que as plantas estiveram submetidas. As plantas com enraizamento in vitro e aclimatizadas sob menor irradiância foram as que apresentaram valores superiores para a clorofila total (7,74 mg g-1ps), mas com o valor mais baixo na razão entre clorofila a/b (2,7). Quando comparamos os valores registados para os parâmetros fotossintéticos das plantas dos diferentes tratamentos, verificamos que as taxas de fotossíntese aparente vão gradualmente aumentando à medida que as novas folhas se vão desenvolvendo (0,75 μmol CO2 m-2 s-1 nas folhas persistentes e 3,43 μmol CO2 m-2 s-1 na folha 3 das plantas aclimatizadas a 250 μmol m-2 s-1). O mesmo acontece na capacidade fotossintética (3,93 μmol O2 m-2 s-1 nas folhas persistentes e 7,87 μmol O2 m-2 s-1 na folha 3 das plantas aclimatizadas a 250 μmol m-2 s-1). Estes valores foram tendencialmente superiores nas plantas com enraizamento ex vitro e aclimatizadas a maior irradiância, pelo que a um melhor sistema radicular e uma maior disponibilidade luminosa correspondeu um acréscimo na competência fotossintética, o que resultou num melhor desenvolvimento morfofisiológico das plantas.
Em solos de menor aptidão agrícola a figueira-da-índia tem interesse como cultura alternativa, quer para a produção de fruto quer como espécie forrageira. Foram caracterizados e avaliados, quanto ao vigor vegetativo e produção de biomassa, por métodos não destrutivos e nos dois primeiros anos após a plantação, 16 ecótipos portugueses e duas variedades italianas (“Gialla” e “Bianca”) de figueira-da-índia (Opuntia ficus-indica (L.) Miller). A produção de biomassa e vigor vegetativo foram aferidos através da determinação do número de cladódios, área de cladódios e peso verde por planta. Através da análise biométrica de 180 cladódios, foram estabelecidos modelos lineares para a quantificação não destrutiva da área de cladódios e do peso verde por planta. Não foi possível estabelecer um modelo linear para a quantificação não destrutiva da matéria seca. Relativamente aos parâmetros estudados, verificou-se a existência de diferenças significativas entre as populações. Das dezasseis populações portuguesas de O. ficus-indica em avaliação, é possível eleger um grupo de quatro ecótipos que não diferem significativamente da variedade “Gialla” em termos de produção de biomassa. A variedade “Gialla” destaca-se das restantes populações, o que reflete a sua origem como material vegetal melhorado. O grupo de ecótipos eleitos apresenta reduzido número de espinhos e poderá constituir material de partida para iniciar um programa de melhoramento desta espécie.
No início de junho de 2014, efetuou-se um ensaio de estacaria de medronheiro (Arbutus unedo L.) na estufa do viveiro florestal da Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESA/IPCB). Selecionou-se um medronheiro no Parque Botânico da ESA/IPCB, de origem seminal (com cerca de 30 anos), com bom vigor vegetativo, onde foram recolhidas 150 estacas. Utilizaram-se, também, 150 estacas terminais provenientes de plantas jovens com um ano, provenientes de sementes de plantas de medronheiro do campus da ESA/IPCB. Pretendeu-se comparar a capacidade de enraizamento de estacas obtidas a partir de plantas jovens com estacas retiradas de uma planta adulta, sujeitas a diferentes tratamentos: a aplicação de diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB) (0, 2000, 5000 e 8000 ppm) após realização de uma ferida longitudinal na base da estaca. Os parâmetros analisados foram a taxa de enraizamento e o número de estacas com callus, mortas e vivas. Contou-se o número de raízes (NR) e mediu-se o comprimento da maior raiz (CMR), em cada estaca enraizada. A recolha de dados teve lugar três meses após o estabelecimento do ensaio. Nas estacas ”jovens” e adultas os tratamentos não tiveram efeitos significativos nos diferentes parâmetros analisados, exceto no parâmetro formação de callus em estacas adultas e no NR e CMR das estacas jovens. Nas estacas provenientes de plantas jovens obtiveram-se valores entre 80% e 90% de enraizamento com a aplicação de AIB, valores não significativamente diferentes dos tratamentos testemunha (73%) e só ferida (80%). Nas estacas provenientes da planta adulta obteve-se 10% de enraizamento nos tratamentos com 2000 e 5000 ppm de AIB e no tratamento com 8000 apenas enraizaram 3% das estacas. Nos tratamentos testemunha e apenas ferida não enraizou nenhuma estaca. Nas estacas jovens, os valores mais elevados para o NR e o CMR foram obtidos no tratamento de 8000 ppm de AIB, com 13,3 raízes e 9,6 cm, em média, respetivamente. Pudemos comprovar que esta espécie é recalcitrante ao enraizamento no estado adulto, embora só tenha sido testado um genótipo e, em estado jovem, a aplicação de auxina (juntamente com a realização de ferida) aumenta a qualidade do enraizamento, mas não a quantidade.
Dada a verificação da existência de inúmeros incidentes de várias origens, em toda a vida útil de um qualquer edifício, foi publicado em 12 de novembro de 2008 o Decreto-Lei n.º 220/2008, o qual estabeleceu o novo Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndios em Edifícios (SCIE). Este novo diploma procurou garantir que os novos edifícios, bem como os já existentes, dispusessem de um maior grau de segurança para os seus utentes através da obrigatoriedade de implementação de equipamentos e sistemas de segurança, bem como de uma efetiva manutenção, durante todo o ciclo de vida e utilização desses mesmos edifícios. Com a publicação deste normativo legal, surgiu também uma nova preocupação de forma a dar resposta à gestão de segurança contra incêndios em edifícios e recintos, durante a exploração ou utilização dos mesmos, preocupação esta, denominada por Medidas de Autoproteção. De modo a garantir o encaminhamento rápido e seguro dos ocupantes de um determinado espaço ou edifício para o exterior é necessário, antes de mais, conhecer bem o espaço que se está a ocupar, mas também ter consciência de que a evacuação se torna mais fácil quando se está na presença de utentes com boas capacidades de perceção de um alarme e com boas capacidades de locomoção. Tal não se verifica quando estamos na presença de utentes com idades inferiores a seis anos e pessoas idosas. Numa situação de incidente a maior preocupação deverá ser a evacuação dos utentes do edifício. Neste trabalho procura-se focar a problemática do planeamento da evacuação de utentes com capacidades vulneráveis durante a execução do Plano de Evacuação, parte constituinte do Plano de Emergência Interno tal como previsto através do número 5 do Artigo 205º da Portaria n.º 1532/2008 de 29 de dezembro, bem como formular propostas que sejam aplicadas em projetos futuros, de modo a que a evacuação deste tipo de utentes seja entendida como a maior preocupação a observar numa situação de emergência.
O risco de incêndio nos centros históricos tem sido uma problemática de difícil resolução ao longo de vários anos. A resolução de problemas desta natureza será tanto mais fácil quanto melhor conhecermos a realidade existente. Assim, neste trabalho, caracteriza-se o risco de incêndio de um conjunto de edifícios que representam de forma genérica o edificado existente no centro histórico de Castelo Branco, com base na sua ocupação, volumetria e utilização. Os edifícios em estudo são, como na maioria dos centros urbanos antigos, de pequena altura (inferior a 4 pisos) com uma construção mista de pedra e madeira. De entre os vários métodos de análise de risco de incêndio existentes, neste estudo utilizou-se o Método de Gretener para calcular o risco de incêndio na zona do centro histórico da cidade de Castelo Branco, a Rua dos Peleteiros. Os resultados obtidos permitiram concluir que os edifícios de construção tradicional com um máximo de 2 pisos e utilizações correntes, tais como habitação e comércio, apresentam um risco de incêndio dentro dos valores aceitáveis. Obtém-se os mesmos resultados para os edifícios com construções em betão. O Método de Gretener permitiu uma avaliação expedita do risco de incêndio, no entanto, de forma a obter um valor de risco admissível, foi necessária a implementação de medidas ativas em alguns edifícios, tais como a instalação de um sistema automático de deteção de incêndios e a formação de pessoal.
As medidas de autoproteção são disposições de organização e gestão da segurança, que têm como objetivo incrementar a segurança de pessoas e dos edifícios/recintos face ao risco de incêndio. Estas medidas incluem no seu conjunto procedimentos de prevenção, preparação e resposta face a um cenário de incêndio. Aplicam-se a todos os edifícios e recintos, incluindo os existentes, de acordo com o estipulado no artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro (regime jurídico da segurança contra incêndio em edifícios). Estas medidas são determinadas em função da utilização-tipo e da respetiva categoria de risco. As medidas de autoproteção são atualmente um instrumento preventivo e de gestão operacional que sistematizam um determinado conjunto de procedimentos estabelecidos com o objetivo de reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio, de limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios, de facilitar a evacuação e salvamento dos ocupantes em risco e ainda de permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro. O presente trabalho consiste na verificação das medidas de autoproteção do Conservatório Regional de Castelo Branco localizado em zona histórica. A localização do edifício, os antecedentes históricos e os processos construtivos que o caracterizam, são fatores que constituem um risco acrescido na resposta a situações de emergência por parte dos utilizadores que usufruem das instalações e serviços. Para que as medidas de autoproteção possam ser implementadas é necessário o levantamento de várias condicionantes dos edifícios, tendo sempre em consideração a utilização-tipo dos edifícios/recintos, assim com a categoria de risco. O Conservatório Regional de Castelo Branco, estando dotado dos meios necessários de combate ao incêndio, nomeadamente o sistema automático de detecção de incêndios, deve também implementar as medidas de autoproteção.
Se analiza la influencia sobre el peso al destete precoz, comprendido entre los 16 y los 35 días de vida, en corderos de raza ovina Segureña, de los efectos fijos sexo, época de nacimiento, zona geográfica y tipo de parto de la oveja. Se analizaron los datos del peso de 27083 corderos pertenecientes al registro histórico de la Asociación Nacional de Criadores de Ovino Segureño – ANCOS – de los últimos 13 años. Fueron realizados análisis estadísticos en cada factor, basados en el test t para las medias, análisis de varianza y el test de Tuckey para analizar los grupos homogéneos. Se llevó a cabo un análisis de varianza multifactorial mediante la utilización del software IBM SPSS Statistics v.19, utilizando los factores no genéticos como efectos principales y considerando las interacciones dobles significativas. Los machos presentaron un peso promedio superior al de las hembras. El efecto de la época de nacimiento fue significativo (P<0,001), de forma que los corderos nacidos en primavera e invierno, presentaron un peso promedio superior. La localización geográfica no afectó el peso de los corderos (P>0,05). Sin embargo, el tipo de parto influenció el peso promedio de una manera muy significativa (P<0,001), poniéndose de manifiesto que los corderos nacidos de partos simples fueron más pesados que los corderos nacidos de partos múltiples. Las interacciones dobles época de nacimiento × tipo de parto, zona geográfica × época de nacimiento y sexo × tipo de parto fueron significativas (P<0,001) para el modelo, que se presentó con un coeficiente determinativo (R2) de 0,127. Como conclusión general puede indicarse que los factores no genéticos tienen un papel muy importante en peso de los corderos de raza Segureña en el destete precoz. El conocimiento de la influencia de estos factores podrá ser útil en el desarrollo de estrategias de producción para que los promedios totales del peso puedan ser mejorados.
Subterranean clover pastures (SC) have a higher nutritive value than Portuguese natural pastures (NP). However, this assumption does not include anti - quality factors and potential intake (determined by stocking rates - SR). Therefore, we tested the hypothesis that advantages of SC over NP are different if we consider feeding value (FV=nutritive value x intake x SR) instead nutritive value (NV) alone. Productivity of SC and NP was compared at Castelo Branco region, Portugal. Nutritive value components used for contrasts were: dry matter (DM), metabolizable energy, crude protein (CP) and ADF concentrations. Nutrient requirements of a merino ewe (50 kg live weight, 0.53 kg milk day-1 in 150 days) were considered. Minimum levels assumed for daily intake were 1.48 kg DM with 21% ADF and 40% DM. NV results per se do not match with FV. Apparently, NV limits milk production only in the end of spring, due to CP%. However, considering FV and the limitations to intake, autumn and winter periods presented stronger limitations to sheep production on SC than NP. To achieve nutritional balance, SC demand more roughage per year and ewe than NP: roughage 90 kg vs 45 kg and less concentrate 11 kg vs 12 kg, respectively.
O Lobo-ibérico (Canis lupus signatus Cabrera, 1907) encontra-se, em Portugal nas regiões fronteiriças dos distritos de Viana do Castelo e de Braga, em Trás-os-Montes e parte dos distritos de Aveiro, de Viseu e da Guarda. Podem-se considerar duas subpopulações: uma a norte do rio Douro, em continuidade com a população espanhola e outra a sul daquele rio, muito isolada e com elevado nível de fragmentação. Estatuto de conservação: em perigo (Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, 2005); legislação nacional especifica (Lei n.º 90/88, de 13 de agosto e Decreto-Lei n.º 139/90, de 27 de abril (revogado) e DL n° 54/16, de 25 de agosto), que lhe confere o Estatuto de Espécie Protegida. Em áreas onde as presas naturais abundam, os prejuízos provocados pelo lobo nos efetivos de produção são pequenos ou quase inexistentes. A principal causa de conflito é, na regido de intervenção correspondente ao distrito da Guarda, a predação exercida pelo lobo sobre efetivos de produção e os prejuízos económicos daí resultantes.
A nogueira e uma espécie lenhosa produtora de frutos e, como tal, o sucesso de um pomar de nogueiras dependera, entre outros fatores, do sucesso da função reprodutora. Deste modo, o conhecimento sobre os seus órgãos e hábitos de frutificação será imprescindível a quem pretenda dedicar-se à nucicultura, em particular nas decisões a tomar na fase de implantação, ao nível da polinização (dicogamia e escolha de polinizadoras), das cultivares (vigor, tipo de frutificação), dos sistemas de plantação (nível de intensificação, ocupação do terreno, colonização do espaço aéreo) e da poda de formação. Todas essas decisões irão ter reflexo na capacidade produtiva dos pomares, na longevidade e desenvolvimento harmonioso das árvores e, consequentemente, no rendimento dos produtores.
As nozes são dos frutos secos mais consumidos em todo o mundo. Possuem um elevado valor nutricional, apresentando a relação mais elevada de ácidos gordos ω3/ω6, entre todos os frutos secos. Contêm ainda vários compostos bioativos relacionados com a prevenção de diversas doenças. As evidências científicas atuais permitem a utilização de uma alegacão de saúde específica para a noz designadamente "As nozes contribuem para a melhoria da elasticidade dos vasos sanguíneos".
A raça ovina Churra do Campo derivou dos primitivos ovinos do tronco ibérico-pirenaico que povoaram todo o norte montanhoso da Península lbérica. Foi descrita por Sobral et al. (1987) como sendo uma raça de pequeno formato, dotada de extrema rusticidade, o que lhe permitia subsistir em zonas muito pobres de pastagens, na raia da Beira Baixa com Espanha, norte do concelho de Idanha-a-Nova, Penamacor e algumas manchas no concelho do Fundão. Explorada em regime extensivo, caracterizava-se pela sua tripla função carne, leite e lã, no entanto não revela nenhuma aptidão especializada (Sobral et al., 1987).
A raça ovina Mallorquina encontra-se localizada na Ilha de Mallorca (Espanha), com um censo, a 31 de dezembro de 2015, de 14635 reprodutores, e está considerada em perigo de extinção. Esta raça, cuja produção principal é o cordeiro pascal e de leite, tem uma função importante na ilha sobre a conservação do meio ambiente pela sua clara adaptação ao meio. O estudo do crescimento é uma ferramenta fundamental para o conhecimento da raça e está integrado no programa oficial de melhora genética.
Tendo em atenção a procura de soluções alternativas de construção em meios com difícil acesso e a utilização de materiais sustentáveis, o presente trabalho analisa o ciclo de vida de uma construção de adobe moldado, composta por paredes resistentes de sacos de terra, baseando-se num protótipo desenvolvido no Nhangau, na província de Sofala em Moçambique. Partindo duma matéria prima considerada frágil e caracterizando os materiais que servem de base para o presente estudo, demonstra-se as qualidades e a sustentabilidade dos referidos materiais para a aplicação nas construções de baixo custo e onde o acesso aos materiais é difícil. Não obstante o preconceito em relação a este tipo de construções associadas à pobreza e desprezadas pela sociedade, em Moçambique são correntes as construções com terra, sendo a tecnologia mais usual a de terra de recobrimento. Desta forma, é necessária uma consciencialização da população para a execução deste tipo de construções como forma alternativa para a melhoria das condições de habitabilidade.
A cultura da nogueira (Juglans regia L.) para exploração do fruto é uma prática de longa data em diversos países do mundo. As características organoléticas da noz que até aos nossos dias estavam na base do interesse comercial do fruto, enquanto elemento da dieta alimentar humana, têm vindo a ser alvo de um reconhecimento crescente nos últimos anos, por força do aumento da capacidade de análise dos constituintes do fruto bem como do conhecimento dos efeitos que estes podem exercer na saúde alimentar do Homem. Contribui ainda a favor da cultura da nogueira a grande diversidade de utilização dos seus produtos além da alimentação humana, designadamente na indústria farmacêutica, no fabrico de corantes, de licores e ainda na indústria da madeira e seus transformados.
No âmbito de um levantamento sobre a flora da Serra do Moradal, no intuito de se publicar um Guia Botânico da mesma, foram efetuadas diversas saídas de campo - durante o ano de 2015 - para caracterização, identificação e localização de espécies. No sítio da Fraga da Água de Alto, freguesia do Orvalho, considerada uma das maiores quedas de água da Beira Baixa, identificou-se uma significativa comunidade de azereiros, vestígios da Laurissilva. Dado o interesse conservacionista destas formações a nível europeu, efetuamos a sua caracterização. Para além disso, efetuamos algumas abordagens históricas, taxonómicas e morfológicas do Prunus lusitanica, bem como de alguns aspetos da sua propagação e utilizações mais comuns.
La raza bovina Marismeña es muy característica por estar localizada casi exclusivamente en el Entorno Natural de Doñana (Parque Natural y Nacional). Con objeto de caracterizar el crecimiento, se tomaron pesos individualizados de los animales durante los últimos cinco años. En total se recogieron 1771 pesos, 470 de machos y 1301 de hembras. Los datos fueron utilizados para hallar la curva de crecimiento con los modelos de Brody, Von Bertalanffy, Logístico y Gompertz. Para la elección del mejor modelo se usaron dos parámetros: el coeficiente determinativo (R2) y el cuadrado medio del error. El modelo más apropiado fue el de Brody tanto para machos como para hembras, con un R2 de 0,92 y 0,86, respectivamente. El modelo resultante fue: machos, peso = 633,95 * (1 - 9515 * exp (-0,0009 * edad)); hembras, peso = 387.60 * (1 - 0,9429 * exp (-0,0016 * edad)). La raza Marismeña mostró un lento crecimiento y un claro dimorfismo sexual, muy notable a partir de los 2 años de edad.
Na perspetiva de encontrar culturas alternativas e com valorização económica para os terrenos das zonas abrangidas pelo Regadio da Cova da Beira, e por solicitação empresarial e dos agricultores da associação de Regantes (ARCB), desenvolveu-se um projeto-piloto, conjunto, para a produção de plantas e frutos de pimento (Capsicum annuum L.) com o objetivo de obtenção de pimentão doce, vulgo colorau, cujos intervenientes foram sete agricultores da ARCB, a Escola Superior Agrária do IPCB, a CM de Penamacor e a empresa Ibersaco.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América (DoD), sentindo necessidade de dispor de um sistema de posicionamento e navegação, com grande alcance, elevada precisão e segurança, liderou, a partir dos primeiros anos da década de 70, os estudos que levaram ao aparecimento de um sistema baseado na utilização de satélites artificiais da constelação NAVSTAR (Navigation Satellite Timing and Ranging), que designaram por GPS (Global Positioning System). Este "Sistema de Posicionamento Global" apresenta características que permitem a sua utilização a um número ilimitado de operadores, tanto militares como civis, aos quais garante, independentemente das condições ambientais, da hora, do dia e do local em que se encontrem, informações, em tempo real, com precisão muito elevada, para determinação da sua posição tridimensional, estática ou cinemática (latitude, longitude, altitude, velocidade e tempo).
O diagnóstico das causas de mortalidade acentuada dos sobreiros nos concelhos de Castelo Branco, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova, veio contribuir para um conhecimento quantificado da situação destes ecossistemas. Foi assim possível avaliar a acção de vários factores relativos à situação fisiológica, ecológica, edafo-climática, sanitária, de exploração e de condução destes sistemas agro-florestais e também das interacções entre eles. Concluiu-se que a situação de declínio verificada é consequência da acção conjugada dos factores acima referidos, que actuam a médio/longo prazo e como tal difíceis de controlar. Consideramos também que o futuro destes ecossistemas, de grande importância económica e ecológica, depende eventualmente de um reordenamento do espaço por eles ocupado, o qual deverá ser definido por condicionantes de ordem não só florestal mas também de opções agrícolas e sócio-económicas que conduzam a um desenvolvimento sustentado das zonas de montado.
Considerando que as regiões com características edafoclimáticas acentuadamente mediterrânicas se encontram em maior risco de desertificação, o montado de azinho, com as suas características e especificidades, é o sistema humanizado mais adequado a suster este processo e o que melhor valoriza os respectivos solos. Importa assim conservar o actual património que se encontra em acelerada degradação. Os incêndios florestais, ao destruírem a vegetação, aceleram o processo de destruição dos solos; a baixa ocorrência de incêndios em montado tem levado ao esquecimento do estudo dos efeitos do fogo nesta formação. Embora o montado de azinho não se apresente como um ecossistema propício à ocorrência de incêndio, o seu efeito não é, contudo, negligenciável, sendo de todo o interesse avaliar a sua acção sobre os solos. Uma das principais preocupações actuais por parte dos responsáveis pela gestão dos recursos naturais é a que se refere à conservação do solo. Os processos erosivos e a lixiviação de nutrientes como consequência da ausência de vegetação após os incêndios constituem o primeiro objectivo deste estudo para que, deste modo, se obtenham conhecimentos conducentes à aplicação de uma adequada gestão do solo florestal.
O enorme atraso verificado, nas últimas décadas, no sector agrícola nacional, provocou que, com a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia, se desse uma especial atenção à estrutura fundiária existente, nomea¬damente às suas infra-estruturas físicas. Inserido no Programa Especifico de Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa - PEDAP, que vigorou de Janeiro de 1986 a Dezembro de 1993, surgiram vários subprogramas destinados à construção e/ou beneficiação de infra-estruturas, destacando-se os seguintes: i) Acção Florestal (PAF), ii) Caminhos Agrícolas e Rurais, iii) Electrificação das Explorações Agrícolas e iv) Irrigação (englobando 6 subprogramas). O número de projectos apresentados, assim como as verbas envolvidas, foram enormes, conforme se pode verificar na tabela 1. À semelhança do resto do País, também na Beira Interior houve urna grande capacidade de concretização de projectos como demonstram bem os seguintes números exemplificativos: - mais de 400 Km de caminhos agrícolas/ rurais; - mais de 900 Km de rede viária florestal; - mais de 300 Km de aceiras; - cerca de 100 barragens florestais. As infra-estruturas criadas para esta região totalizaram um investimento de cerca de 16 milhões de contos. Com a recente aprovação comunitária do Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) para o nosso País, pretende-se que a área das Infra-estruturas Rurais/Florestais seja novamente uma parte integrante prioritária da componente agrícola daquele Plano. Em seguida, apresentar-se-ão algumas considerações versando apenas a problemática das infra-estruturas florestais.
De acordo com a OCDE (1983), “a riqueza de um país reside na qualidade e na formação dos seus homens e mulheres". É o mesmo que dizer que o futuro do nosso país depende largamente da eficácia do sistema educativo, da sua capacidade de se adaptar ao mundo moderno e das suas faculdades de inserção numa sociedade e numa economia em mudança. Os estudos de diagnóstico sobre a inserção profissional poderão contribuir para a solução de alguns problemas ou para o esclarecimento de algumas situações, como por exemplo: - o desemprego dos jovens; - a gestão e acompanhamento da passagem da escola para a vida activa e de todas as consequências depreendentes dos programas de formação; - a concepção de um ensino ou formação orientado para aumentar a produtividade do trabalho; - o fornecer de informações relativas à procura de mão de obra não disponível no mercado de trabalho, bem como explicar o funcionamento deste mercado; - a avaliação dos efeitos previsíveis que as inovações técnicas terão sobre o mercado de trabalho (OCDE, 1983). A dificuldade de fazer previsões de emprego por especializações ou qualificações é um facto que existe, não só pelo aspecto metodológico (não existindo metodologias que satisfaçam plenamente), mas também pelo facto de nos países industrializados a aceleração da mudança tecnológica afectar um grande número de empregos e modificar, por vezes de forma radical, as competências e qualificações requeridas (Bretrand, 1992). Para que o planificador da formação possa maximizar os investimentos, é-lhe necessário saber com precisão como é que este sistema de formação interage com o mercado de trabalho e o modo mediante o qual este absorve os que saem das escolas profissionais, escolas superiores, universidades, etc. Surge, assim, a necessidade de um diagnóstico, que se estruturará repartidamente por diversas áreas, nomeadamente, sobre a eficácia externa do sistema de formação (adaptação da formação às necessidades do mercado de trabalho) e sobre a necessidade de formação. Em termos conceituais, surge-nos aqui a necessidade de definir o que é o diagnóstico e quais as atitudes perante a sua execução. Segundo a Unesco (1987), "diagnóstico é, antes de mais, um conhecimento. Em matéria de planeamento é a investigação, a análise da natureza ou da causa dum problema ou duma situação". No seu estado final, o diagnóstico inclui igualmente a formulação dos resultados dessa análise, bem como a exposição de conclusões. O diagnóstico baseia-se na investigação e na análise, pelo que tem poucos pontos comuns com o julgamento, com a impressão pessoal, com a apreciação subjectiva ou com a opinião, por bem formada ou fundamentada que seja. A tomada de decisão requer, pois, uma abordagem mais científica e objectiva, susceptível de captar a realidade total na sua complexidade, de apreender ao mesmo tempo o conjunto dos elementos que entram em jogo numa dada situação e de pôr em evidência múltiplas interacções que se estabelecem entre estes elementos.
O crisântemo (Chrysanthemum spp.), planta da família das Compostas, originária do Extremo Oriente, é considerada a flor nacional do Japão (Gancia, 1981). Chrysanthemum hortorum é a denominação científica criada para denominarmos vários híbridos resultantes de cruzamentos entre o C. indimus, o C. morifolium (= C. sinensis) e o C. articum, ou seja, representa todos os crisântemos vivazes de Outono (Onis, 1975). Na região de Castelo Branco, à semelhança do que acontece na generalidade do país, esta planta assume particular importância no Outono, por altura do dia de Finados, sendo porventura a flor mais utilizada nos nossos cemitérios para ornamentação das sepulturas. Daí que seja depreciada no resto do ano, no que respeita fundamentalmente ao tipo de flor grande (Veloso et al., s/d). Dado o carácter vincadamente sazonal desta produção, com elevada procura durante poucos dias, e a programação da produção tem, nesta cultura, um papel fundamental na valorização do produto. Segundo Tesi (1985), na base desta programação cultural deve existir um perfeito conhecimento das exigências climáticas e culturais da espécie ou cultivares, o domínio perfeito das tecnologias de forçagem e das possibilidades de mercado. Sendo a plantação de crisântemos para floração no dia de Finados feita no início do Verão, o principal objectivo deste trabalho foi a comparação de 3 datas distintas de plantação, com a finalidade de estabelecer a época de plantação mais favorável e, também, o estudo de alguns métodos de conservação.
As brássicas são cultivadas no mundo inteiro numa área superior a 2 milhões de ha, cabendo aos 15 países da Comunidade Europeia, cerca de 267.000 ha, num total de 422.000 ha para toda a Europa (F.A.O., 1992). Em Portugal mais do que em qualquer país da Europa, as plantas cultivadas do género Brassica têm um papel preponderante. A produção hortícola nacional é caracterizada pela grande produção e consumo de couves, sobretudo couve-lombarda, repolho, brócolo e couve portuguesa. O consumo de couves em Portugal é um dos mais elevados com cerca de 750.000 t/ano, o que corresponde a uma capitação de aproximadamente 75 Kg/ano (Portas e Costa, 1977). O maior consumo é da couve lombarda, próximo dos 42 Kg/hab./ano, seguido da couve portuguesa com cerca de 19 Kg/hab./ano. Rosa (1991) sugere que estas capitações são variáveis de região para região, podendo nalguns casos atingir valores mais elevados ou favorecer a couve portuguesa em detrimento da couve lombarda, coma acontece na regido de Trás-os-Montes. O míldio das crucíferas é uma doença causada pelo fungo Peronospora parasitica (Pers. ex Fr.) Fr. sendo bastante importante nas brássicas cultivadas em Portugal, já que existem condições favoráveis de temperatura e humidade para o seu desenvolvimento durante grande parte do ano. Integrado no projecto comunitário intitulado "The location and exploitation of genes for pest and disease resistance in European gene bank collections of horticultural brassicas" em que colabora a Secção de Horticultura do Departamento de Produção Agrícola e Animal (D.P.A.A.) do Instituto Superior de Agronomia (ISA), houve a necessidade de estudar o agente patogénico causador do míldio das crucíferas, o fungo Peronospora parasitica. Este estudo foi tema de dissertação final do Mestrado em Produção Vegetal sob a orientação do Professor Doutor António Almeida Monteiro. Aproveitando o trabalho de dissertação desenvolvido sobre o fungo responsável pelo míldio das crucíferas, pretende-se analisar no âmbito da teoria de Sistemas de Agricultura e na óptica de Ferris cit in Portas (1993) o subsistema Peronospora parasitica no sistema planta-fungo. A abordagem do tema utilizando a teoria dos sistemas é neste caso geral. Spedding (1979) considera a relação planta-fungo um sistema biológico. Este sistema só será relevante para a agricultura, se representar um subsistema da globalidade dos sistemas de agricultura. Neste artigo, é apresentada uma proposta para um modelo explicativo da interacção dos elementos numa geração de Peronospora parasitica e com base nela um diagrama de fluxos.
Pela necessidade de reconversão varietal do pomar de cerejeira na Cova da Beira, tentou-se numa 1ª fase fazer o levantamento da situação actual através da realização de um inquérito aos produtores, para que de um diagnóstico correcto resultasse uma microzonagem da região como ponto de partida. Numa 2ª fase tenta-se introduzir no pomar já existente, novas técnicas culturais, como a poda e a rega por exemplo, para que simultaneamente com a execução da experimentação de novos porta-enxertos e cultivares, se possa atingir "conscientemente" a 3ª fase, a da replantação.
O fogo é um factor ecológico de grande importância em muitos ecossistemas, dele dependendo varias das suas características. Algumas plantas e animais são muito suscetíveis aos efeitos do fogo, enquanto outras se mostram muito tolerantes. Devido a estas diferenças das espécies na resposta ao fogo, nós podemos por vezes usá-lo para manipular os ecossistemas, para os modificar para nossa conveniência. O uso do fogo envolve a escolha da melhor altura, local e tipo de fogo para que sejam atingidos os efeitos desejados. Esses efeitos desejados são consequência dos objectivos de gestão. Os diferentes usos do fogo podem, portanto, ser descritos de acordo com os seus objectivos. Pode ser usado na obtenção de uma variedade de objectivos, dependentes da situação concreta. O fogo controlado é usado em grande escala em muitos países, mas o seu uso extensivo é limitado por considerações sociais e políticas, pela necessidade de proteger bens e vidas humanas e, muitas vezes, pelos seus custos.
Apresentar-se-ão dados referentes à comercialização das Plantas Aromáticas e Medicinais (PAM) a nível internacional comparando-os em simultâneo com o que se passa a nível nacional. Relativamente aos mercados, existem fundamentalmente dois tipos de mercados e indústrias que utilizam as PAM, por um lado, temos circuitos de comercialização muito curtos com utilização dos produtos no mínimo da sua transformação. For outro lado, temos indústrias e mercados que utilizam compostos muito específicos implicando extracções e técnicas muito complicadas. Assim serão apresentadas sugestões para uma maior implantação deste sector no nosso País. Por fim analisar-se-ão os resultados provenientes de um inquérito Nacional levado a cabo no âmbito do Projecto PAMAF IED "Plantas aromáticas e condimentares. Selecção e avaliação de usos tradicionais e aplicações alternativas em agroindústrias", para a definição dos circuitos internos de comercialização.
O sector florestal em Portugal Continental assume uma grande importância no meio agrário nacional uma vez que cerca de um terço do continente se encontra ocupado por floresta. A floresta deve ser entendida como um factor beneficiador da qualidade do ambiente, protector e melhorador dos solos em que se encontra implantada. Além destas virtudes que por serem difíceis de contabilizar são por vezes menosprezadas, a floresta é sem dúvida um factor de desenvolvimento económico pelos produtos que dela se extraem. Estes produtos através dos diversos ramos de actividade florestal contribuem para o desenvolvimento económico das regiões em particular e do país em geral. No entanto, a floresta portuguesa apresenta algumas particularidades que lhe são inerentes: a maior parte da floresta é privada e encontra-se fragmentada em propriedades de pequena dimensão, cujos donos, na sua maioria, se consideram descapitalizados e como tal pouco dispostos a intervir na floresta. É a estas características que normalmente é atribuída a responsabilidade do estado da floresta portuguesa, considerada subaproveitada, geradora de baixos rendimentos e desprovida de qualquer tipo de ordenamento (IF, 1994; DGF, 1992). Com a perspectiva de integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia, foi definido para a fase de adesão o Programa Específico para o Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa (PEDAP), o qual incluía um subprograma afecto à floresta, o Programa de Acção Florestal (PAF) cujo período de implementação decorreu entre 1987 e 1993. Posteriormente à implementação do PAF, surgiram novos programas decorrentes da aplicação de programas Comunitários (CEE 2080 e PAMAF), os quais estão ainda em fase de implementação.
A determinação do conteúdo proteico em leites é uma prática comum dada a importância de que se reveste para programar a transformação do leite nos seus respectivos derivados (queijos, iogurtes, etc.). Alguns dos métodos que têm sido utilizados fornecem como informação o conteúdo proteico total sendo por isso bastante limitativos. É o caso do método de Kjeldahl (que exige destruição da amostra) e do método da espectrometria do infravermelho (Marth, 1978). Há outros métodos, porém, como a electroforese em gel de poliacrilamida (McLean et al., 1982) e as técnicas cromatográficas mais modernas como o HPLC (cromatografia líquida de alta resolução) (Bican e Blanc, 1982), bem assim como o FPLC (rápida cromatografia líquida de proteínas) (Andrews et al., 1985) que além de serem muito sensíveis permitem conhecer rapidamente o conteúdo individual das várias proteínas. Contudo não têm sido utilizados rotineiramente na indústria leiteira, provavelmente, além de outros razões, por exigirem instrumentação sofisticada e de elevado custo. Nas últimas décadas, técnicas imunológicas têm também merecido uma atenção muito cuidadosa no sentido de serem aplicadas a leites e seus derivados. Têm-se mostrado muito úteis, pois além da sua sensibilidade, especificidade e rapidez exigem instrumentação mais acessível à maioria dos laboratórios. É o caso da imunoelectroforese (Hanson e Mansson, 1961; Hanson e Johansson, 1970), da técnica radioimunológica (Beck e Tucker, 1977), do ELISA (imunoanálise com enzima ligada) (Lefler e Colin, 1982; Rittemburg et al., 1984) e da imunonefelometria convencional. A imunonefelometria clássica constitui-se num método imunoanalítico baseado na quantificação nefelométrica da reacção antigénio-anticorpo. Embora seja uma técnica de fácil manuseio e tenha sido utilizada amplamente para a análise de proteínas em vários sistemas biológicos (Sieber e Cross, 1976; Schliep e Felgenhauer, 1978; El Hamoui et al., 1982), apresenta um baixo índice de detecção se a compararmos com os métodos, também imunológicos, que utilizam marcadores, como os aplicados em radioimunologia e em imunoenzimologia. Além disso exige pré-tratamento das amostras. Mais recentemente foi desenvolvida a técnica da imunonefelometria em micropartículas por investigadores do Laboratório de Imunologia da Faculdade de Medicina de Vandoeuvre-les-Nancy em França e do Laboratório de Bioquímica Aplicada da Faculdade de Ciências da mesma cidade. As aplicações dessa técnica à análise biomédica e de proteínas de leite têm-se sucedido a ritmo crescente nos últimos anos pois é superior à imunonefelometria convencional, pelas características que lhe têm sido referidas (sensibilidade, reproductibilidade, facilidade de execução, rapidez e ausência de qualquer pré-tratamento das amostras). A descrição súmaria dos fundamentos dessa metodologia e a apresentação de algumas aplicações à determinação de caseínas de leites e de queijos constituem o obectivo deste trabalho de divulgação.
O estudo analisa as potencialidades da utilização da biomassa residual proveniente do Parque Natural de Montesinho (PNM) e Serra de Nogueira (SN) como fonte de energia para produção simultânea de água quente e electricidade (cogeração) na cidade de Bragança. Neste âmbito, estimou-se a quantidade de resíduos existentes no PNM e SN, integrando o conceito de exploração sustentada com a preservação do equilíbrio ecológico da área em estudo. As áreas florestais foram determinadas através de mapas e, algumas delas, confirmadas no local. Determinou-se uma área florestada de 22 530 ha, correspondendo a uma produção estimada de resíduo de 34 000 ton secas/ano que, admitindo uma eficiência de recolha de 60% originaria 20 400 ton/ano de resíduos secos correspondendo a uma substituição de energia fóssil primária de 8,9 ktep. O consumo de energia fóssil para a obtenção da biomassa é de 5,6% ± 0,8 da energia fornecida por esta, sendo fortemente condicionado pelas condições de exploração das máquinas nomeadamente na manutenção preventiva. O custo horário da produção de resíduo estimado é 170 ± 10% contos, estando este valor dependente do processo de estilhagem adoptado. Este montante, traduz-se num custo unitário de 12$25 ± 10% por kg anidro e a um custo por unidade de energia produzida de 2$45 ± 10% por kWh medido pelo Poder Calorifico Inferior (PCI). O investimento necessário para a montagem da fileira integrada de recolha e abastecimento de resíduos de biomassa, excluindo os custos para a central de combustão, é de 262,5 ± 10% mil contos. O emprego criado é de 53 ± 4 postos de trabalho (PT) sustentados, gerando receitas anuais superiores a 100 mil contos, sendo necessários cerca de 5 mil cantos de investimento por PT criado correspondendo a 6 a 7 PT por ktep substituído.
Desde 1991 que a Queijaria Experimental do Laboratório de Apoio Regional da Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior tem vindo a desenvolver um Programa Experimental para as Queijos da Beira Baixa. Como objectivo prioritário deste programa estabeleceu-se o aperfeiçoamento da tecnologia de fabrico do Queijo de Castelo Branco. Assim, respeitando as características artesanais da sua produção, pretendeu-se criar um processo racional, capaz de responder à necessidade de redução da mão-de-obra, melhorar as condições higio-sanitárias a nível da produção, garantir uma homogeneidade do produto final e responder às exigências legais, definidas para este tipo de queijo. A estrutura principal da tecnologia de fabrico está definida tendo já sido adoptada por algumas queijarias da sub-região do Queijo de Castelo Branco. Os ensaios realizados permitiram obter resultados que vão ao encontro dos objectivos propostos, no entanto, será necessário futuramente particularizar o estudo no que respeita determinadas fases do processo. Quanto aos queijos em estudo verificamos que estes apresentam as características típicas do queijo de Castelo Branco.
No desenvolvimento deste estudo aplicaram-se diversas metodologias de calculo tais como dias disponíveis, reacção das alfaias, características de tracção do tractor, capacidades reais de trabalho e custos horários. Estas, aliadas aos meios informáticos actuais, transformam-se em ferramentas extremamente úteis e eficazes no dimensionamento de um parque de máquinas. Elaborou-se um programa informático em linguagem FORTRAN que contempla a metodologia de cálculo do dimensionamento do parque de máquinas, a qual designamos de S.O.M.A. (Selecção Optimização Maquinaria Agrícola). O S.O.M.A. é constituído por 4 subprogramas, não tendo os seus resultados ligação directa aplicada entre si. No entanto esses resultados convergem todos para a concretizarão do objectivo principal, que é a selecção da máquina/alfaia que melhor sirva uma determinada situação. Realizou-se um ensaio de campo numa parcela de 2.4 hectares da Escola Superior Agrária de Castelo Branco em que foram acompanhadas várias operações culturais, com o objectivo de comparação dos resultados observados com os simulados pelo programa S.O.M.A. Dos registos efectuados, o cálculo dos dias disponíveis apresenta o maior erro relativamente aos valores observados; nos restantes métodos parcelares de cálculo o erro verificado é mínimo, o que traduz a validade desta metodologia como ferramenta útil no dimensionamento do parque de máquinas.
Ferramentas de apoio à gestão da floresta de pinheiro bravo.