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Laboratórios Unidades de Apoio Tecnológico : Tecnologia Alimentar, Análise Sensorial, Química e Bioquímica, Instrumentação Analítica.
Laboratório de SIG e CAD, Unidade Técnico Científica - Recursos Naturais e Desenvolvimento Sustentável.
Chamaeleon V1.0B - proposta de ferramenta para a melhoria do processo de vectorização manual de dados geográficos.
Biocombustíveis em Portugal - desafios e oportunidades : enquadramento.
Este texto resulta dos conhecimentos que foram sendo consolidados no decorrer do Projecto PAMAF 6006 "Optimização das operações de pós colheita par um aumento da rentabilidade na comercialização de Cerejas". Este Projecto reúne colaboradores do ISA (DAIAT e DPAA), do IST (DEM e DEQ), da ESACB (Fitotecnia), da DRAEDM e da DRATM. Os seus principais objectivos são: 1. Aumentar o tempo de vida útil da cereja: Melhorar procedimentos na colheita para minimizar os danos mecânicos e térmicos nos frutos; Utilização de frio de forma eficaz (pré arrefecimento e conservação a temperatura baixa). 2. Introdução de mais valias na comercialização de cerejas: Calibragem; Embalagem; Desenvolvimento de produtos para uso do refugo das operações de selecção e calibragem. Este texto irá incidir na discussão de alguns aspectos a considerar na marcação da data de colheita e na conservação de cereja para o mercado de frescos.
Perspectiva de enquadramento da variedade Bravo de Esmolfe numa óptica de protecção e/ou produção integrada.
Estação GPS de referência na Escola Superior Agrária de Castelo Branco.
Actividade profissional dos diplomados pela Escola Superior Agrária de Castelo Branco.
Erosão acelerada do solo, um problema actual em Portugal e na região da Beira Baixa.
A direcção do vento é um importante factor meteorológico a ter em conta na agricultura (localização e orientação de culturas, barreiras corta-vento, na disposição e orientação de estufas, etc), na localização das unidades de conversão de energia eólica e em estudos de impacto social e ambiental de diversas obras de engenharia civil. Este fenómeno meteorológico é uma variável nitidamente direccional, cuja análise estatística requer uma metodologia específica. No presente trabalho são apresentadas algumas metodologias de análise estatística de dados direccionais, bem como a função de distribuição de probabilidades de von Mises, típica deste género de dados estatísticos.
Este estudo teve como objectivo verificar a influência da intensidade luminosa durante a aclimatização de rebentos de castanheiro (Castanea sativa x Castanea crenata) regenerados in vitro, tendo sido submetidos a dois tratamentos de luz, de 250 m mol m-2s-1 e 150 m mol m-2s-1. Para a análise dos tratamentos foram quantificados parâmetros de análise de crescimento.Verificou-se que as plantas que foram sujeitas a uma irradiância de 250 m mol m-2s-1 apresentaram maior crescimento e consequentemente maior quantidade de biomassa, desenvolvendo assim sistemas radiculares e aéreos com maior potencial, que os desenvolvidos nas plantas sujeitas a uma irradiância de 150 m mol m-2s-1.
Tutorias na Escola Superior Agrária de Castelo Branco.
O CERAS (Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco) está localizado na Escola Superior Agrária de Castelo Branco e tem como principais objectivos a recuperação e o estudo da fauna selvagem, através da recuperação, programas de reprodução em cativeiro, estudos para a protecção da fauna e dos seus habitats. Com este artigo pretendemos mostrar os primeiros resultados obtidos no centro de recuperação de fauna durante os 3 primeiros anos de funcionamento, 1999 a 2001, no qual deram entrada 157 animais, e destes 50% foram devolvidos à natureza. As principais causas de ingresso dos animais são a pilhagem/cativeiro ilegal, seguido de órfãos, atropelamentos e tiro. Existe uma variação anual na entrada de animais no centro que está relacionada com o final da época de nidificação e o começo da actividade cinegética.
A inseminação artificial em abelhas é uma técnica muito delicada e específica. Foram necessários muitos anos de pesquisa e investigação para conseguir ultrapassar as barreiras que lhe foram surgindo, até chegar a nós. A inseminação artificial é fundamental para a selecção e melhoria genética a abelha, uma vez que supõe controlo da ascendência. Não é difícil o controlo da linha mãe, mas sim o da linha pai, pois o acasalamento realiza-se durante o voo e cada rainha acasala com vários zângãos. O conhecimento da anatomia e da genética da abelha, combinado com o desenvolvimento dos equipamentos, técnica e cuidados a ter durante e após a inseminação, oferecem um excitante futuro no que diz respeito às abelhas.
Transmissible spongiform encephalopathies (TSE ou encefalopatias espongiformes transmissíveis) são doenças que atacam animais e seres humanos em várias formas. Este grupo de doenças está relacionado com a degeneração do sistema neurológico devido à acumulação de uma proteína conhecida como prion (prião), que é a forma abreviada para o termo inglês proteinaceous infections particles. Várias tentativas de controle daquelas patologias têm sido votadas ao fracasso devido ao longo período de incubação da doença. Nos animais, as formas mais conhecidas daquele grupo de doenças são: a bovine spongiform encephalopathy (BSE ou encefalopatia espongiforme de bovinos) que afecta os bovinos de uma forma geral e que é conhecida como a doença das vacas loucas; a scrapie que afecta os ovinos e caprinos; a chronic wasting disease (CWD) que ocorre em cervos e alces selvagens; a transmissible mink encephalopathy (TME) característica de martas e outros animais utilizados para produção de peles; a feline spongiform encephalopathy (FSE) que aparece no gato doméstico. No ser humano, as formas encontradas são a Creutzfeldt-Jakob disease (CJD), a new variant Creutzfeldt-Jakob disease (nvCJD), que pode estar ligada à BSE, a Gerstmann-Sträussler-Scheinker syndrome (GSS), a fatal familial insomnia (FFI) e a doença de kurú, uma forma de TSE encontrada em tribos indígenas da Papua Nova Guiné que praticam canibalismo. Em Inglaterra, a BSE provocou a morte de várias vacas leiteiras e possui uma provável, mas não demonstrada, ligação com a doença nvCJD em seres humanos. Existe uma elevada possibilidade de que outras doenças com grande importância para o homem como a doença de Alzheimer, a doença de Parkinson e a esclerose amiotrópica lateral (ALS) tenham origem semelhante aos da CJD e BSE, ou seja, todas causadas pela acumulação de uma determinada proteína, numa forma não reconhecida pelo organismo humano, que acaba por afectar o tecido nervoso, principalmente o cérebro.
O progressivo aumento de volume de pêra Rocha exportado anualmente para países da Europa e fora da Europa é prova evidente de que se trata na realidade de um produto detentor de um elevado valor económico para o país, merecedor da atenção dos vários operadores que integram a fileira que se inicia no produtor e termina no consumidor. Os frutos possuem excelentes características organolépticas e uma boa aptidão para a conservação e transporte. A respectiva qualidade final depende em larga medida das técnicas aplicadas em cada uma das etapas da vida do fruto. Este trabalho tem como principal objectivo, fazer uma abordagem sucinta à problemática da conservação frigorífica da pêra Rocha, aos factores nela envolvidos, às principais alterações fisiológicas a que é vulnerável. Serão ainda apresentados alguns dos resultados mais recentes, obtidos no âmbito da investigação desenvolvida na ENFVN (Alcobaça).
Os antibióticos têm sido utilizados na produção animal com fins terapêuticos, profilácticos e ainda como aditivos, para melhorarem índices produtivos como: ganho médio diário (G.M.D.) e índice de conversão (I.C.). Verificou-se que o resultado da sua administração em baixas concentrações na ração como aditivos, pode ser uma das razões do aparecimento de resistência a agentes antimicrobianos químicos, em microrganismos. A resistência a antibióticos, pode ser adquirida por microrganismos patogénicos através de mecanismos genéticos (Levy, 1998), como é o caso da transferência de plasmídeo in vivo (Morelli et al., 1988). A existência de genes que conferem resistência, pode dar origem a enzimas que degradam ou inactivam os antibióticos (Levy, 1998). As estirpes microbianas resistentes a antibióticos, podem ser transmitidas dos animais ao homem, pela cadeia alimentar. Tal facto, constitui um problema de saúde pública, existindo actualmente casos clínicos graves em medicina humana, como é o caso da tuberculose resistente à terapêutica antibiótica (Levy, 1998). Restrições ao uso de antibióticos promotores de crescimento (APC) em produção animal, por parte da União Europeia, conduziu a uma procura de alternativas, que mantenham a eficiência zootécnica da produtividade animal, sem que haja prejuízo na segurança sanitária dos alimentos.
O cânhamo, uma das plantas utilizadas na produção de fibras celulósicas para a indústria têxtil e papeleira é originário da Ásia central e repartiu-se por todo o mundo devido à sua facilidade de adaptação climática. Apesar da Itália ser o país produtor de fibras de melhor qualidade, Portugal também se destacou neste domínio sobretudo nas regiões de Moncorvo e Ribatejo. Neste trabalho pretendemos caracterizar as fibras de cânhamo, começando por definir a sua localização na planta e os seus aspectos morfológico, biométrico e químico. Estabelecemos comparações entre estas fibras não lenhosas e as fibras de madeira utilizadas hoje em dia no fabrico de papel. Deste modo, foi possível sistematizar as suas propriedades e compreender as aplicações papeleiras relevantes.
As lamas celulósicas primárias constituem-se como um resíduo produzido em grandes quantidades cm Portugal. Este subproduto é caracterizado por apresentar um teor elevado de matéria orgânica (M.O.) e, se não utilizado, pode constituir focos de poluição em determinados locais. Com o objectivo de avaliar a influência da aplicação de diferentes níveis de lamas celulósicas (30, 60, 90 e 120 t.ha-1) e/ou estrume de aviário (2, 4 e 6 t.ha-1), no teor de M.O. de um solo Pg (pardo litólico não húmico de granito) ácido e pobre em M.O., efectuaram-se dois ensaios: um em vasos, com a cultura de azevém, e outro de incubação de terras, em estufa de ambiente controlado. Os resultados obtidos mostram haver aumentos significativos do teor de matéria orgânica no solo perante adições de doses crescentes de lamas, tendo-se podido observar, a partir do ensaio de incubação, não terem surgido alterações evidentes nos níveis atingidos, até pelo menos seis meses após a incorporação dos resíduos.
O abandono de uma mina conduz a uma série de implicações, entre as quais se destaca a afectação do meio ambiente. Os problemas ambientais existentes no Alentejo relacionados com antigas explorações mineiras, resultaram da cessação da actividade mineira sem que tivessem sido adoptadas, ou sequer previstas, quaisquer medidas mitigadoras dos seus impactes. Esta realidade prende-se com o facto de que o "mineiro" possuía outro tipo de preocupações, relacionadas com problemas de segurança e produtividade, que o levaram a relegar para um plano secundário a fase do abandono, que só era encarada, salvo raras excepções, no período final e mais crítico da operação mineira, quando as restrições económicas eram mais graves e, em muitos casos, já se haviam atingido situações ecológicas quase irreversíveis. Acresce ainda, que é bastante recente a sensibilidade para este tipo de problemas, sentindo actualmente os responsáveis por empreendimentos mineiros necessidade de abordar a fundo o abandono racional de uma mina. Igualmente a administração pública tem vindo a tomar consciência progressivamente, deste problema. As principais consequências ambientais deste tipo de problema, relacionam-se com a degradação da qualidade dos solos e do meio hídrico superficial e subterrâneo, afectando a fauna e flora aquáticas e terrestres, animais domésticos e, indirectamente, consumidores humanos.
Expõem-se algumas considerações acerca do papal da Ecologia da Paisagem, uma disciplina científica relativamente recente, na análise e diagnóstico ecológico do território, abordando-se os seus princípios base e relacionando estes com as problemáticas da conservação da natureza e do planeamento. Alude-se à emergência das redes ecológicas e ao entusiasmo que o seu desenvolvimento tem suscitado num contexto global de destruição e isolamento de habitats naturais e recursos biológicos. Faz-se uma caracterização sintética de algumas redes ecológicas já implementadas ou de concepção recente, reflectindo-se sobre as suas valências não só na promoção da diversidade biológica mas também em alguns processos ecológicos fundamentais à integridade do sistema biofísico.
Pretende-se com esta comunicação realizar uma abordagem breve à questão dos conceitos de degradação e recuperação ambiental, de forma a melhor enquadrar a perspectiva técnica da gestão e intervenção construtiva no território.
No momento actual, em que cada vez mais os industriais se empenham na redução ou mitigação dos impactes ambientais da sua empresa, é imprescindível a reflexão sobre quais os objectivos primordiais para a definição de uma verdadeira política ambiental para o sector das pedras naturais. A estratégia apresentada pela ASSIMAGRA e pelo CEVALOR, passa pela concentração de esforços sob o ponto de vista técnico, no sentido de procurar soluções exequíveis na perspectiva do presente panorama do sector das pedras naturais, procurando a definição estratégica de directivas ambientais necessárias à coerência do processo. Tal concentração de esforços, foi já posta em prática com a formação do GAPN (Gestão Ambiental de Pedras Naturais). Surgem assim várias medidas imprescindíveis, que dizem respeito quer à reformulação da legislação existente (que em muitos casos não tem capacidade de responder aos problemas específicos que individualizam uma ou mesmo um conjunto de empresas), quer à mudança de atitude relativamente às questões ligadas ao ordenamento biofísico. Relativamente à legislação, é importante referir o papel preponderante do Acordo Voluntário Sectorial assinado por: ASSIMAGRA, AIPGN, MARN E MIE. Um outro ponto fulcral a ter em conta será a complementaridade entre a indústria e as plataformas de apoio ao sector, contribuindo de forma inequívoca para o processo de tomada de decisão em matéria ambiental. Tal apoio deverá ser feito em meios técnicos de aplicação à especificidade de caso, ou ainda no apoio a estudos regionais de ordenamento e na sua aplicação prática.
Neste artigo iremos falar das operações necessárias à inseminação artificial, desde a colheita de esperma, à preparação da rainha e à inseminação propriamente dita. Apenas os zangãos sexualmente maduros são utilizados na inseminação. É necessário induzir a eversão do endófalo e consequente ejaculação. Cada zangão fornece em média 1 mm3 de esperma, embora sejam necessários 8 mm3 para assegurar a vida reprodutiva da rainha. A rainha sexualmente madura é colocada no suporte de contenção e anestesiada. O ponto mais importante é fazer a injecção do esperma nos oviductos, por detrás da válvula vaginal.
A diversidade linguística é uma realidade europeia de cerca de 500 milhões de pessoas com diversas origens étnicas, culturais e linguísticas e, desde Janeiro 2007, o multilinguismo está na agenda da União Europeia (UE) (Comissão das Comunidades Europeias 2008; Comissão Europeia, Press Release, 2007; Commission of the European Communities 2007; Eurobarometer 243 Special. 2006). O conhecimento de uma ou mais línguas estrangeiras torna-se extremamente relevante para qualquer cidadão europeu, quer seja durante o período de estudos universitários, quer para os cidadãos que ingressam no mercado de trabalho ou profissionais no activo. É também uma ferramenta que poderá ajudar a vencer alguns dos novos desafios económicos na UE pois, como refere um recente estudo sobre os efeitos da escassez de competências em línguas estrangeiras para diversas empresas (ELAN, 2006), as pequenas e médias empresas têm vindo a perder reais oportunidades de negócio em consequência das barreiras linguísticas e culturais, uma vez que têm competências reduzidas em línguas estrangeiras e também têm pouco conhecimento das diferenças culturais. Poder comunicar em línguas estrangeiras poderá ser uma mais valia em todos os sectores das empresas, e não apenas no sector de vendas e marketing, pois o processo de comunicação poderá tomar-se mais célere e eficaz se colaboradores de todos os sectores de uma empresa forem capazes de usar uma língua estrangeira. O inquérito Europeans and their Languages (Eurobarometer 243 Special, 2006) confirma esta necessidade ao referir que 44% dos inquiridos nos vários países europeus admitem que apenas falam a sua língua materna, sendo que em Portugal a percentagem é ainda mais elevada (58%). Assim, os sistemas educativos e profissionais dos vários países europeus desempenham, cada vez mais, um papel essencial na promoção do multilinguismo. Neste artigo apresentamos o projecto "A Comunicação em Contextos Multilinguísticos e as Empresas: consciencialização e desenvolvimento de competências linguísticas académicas e profissionais para estudantes em mobilidade" - CMC_E (Communicating in Multilingual Contexts meets the Enterprises: awareness and development of academic and professional language skills for mobility students) que procura encorajar o desenvolvimento de competências linguísticas em seis línguas da UE, algumas das quais menos estudadas. Apresentamos em primeiro lugar, brevemente, o projecto, as instituições parceiras e os objectivos. De seguida, descrevemos a metodologia usada. Em terceiro lugar, apresentamos a análise de necessidades em competências em línguas estrangeiras resultantes de um questionário feito a um grupo de empresas das regiões onde as instituições parceiras do ensino superior se inserem; finalmente, damos exemplos dos materiais produzidos e referimos brevemen¬te a pilotagem dos materiais.
As mudanças que se estão a verificar nas zonas rurais como consequência da aplicação dos novos conceitos definidos pela Política Agrícola Comum (PAC) estão a originar que as cooperativas vitivinícolas enveredem por actividades complementares, tais como o turismo enológico. No presente trabalho apresentamos os primeiros resultados de um projecto de investigação onde se procura avaliar o potencial económico da introdução da actividade do enoturismo em três áreas geográficas (Montilla-Moriles e Alicante em Espanha, e Beira Interior em Portugal), baseada na qualidade do produto que oferecem e acordo com a sua classificação de Denominação de Origem. Para tal analisamos como se está a definir um movimento associativo que, tendo como base as tradicionais cooperativas vitivinícolas da região, está a possibilitar a criação de novos segmentos de mercado para dar resposta à procura originada por esta incipiente actividade turística.
A Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB) compreende nos seus limites um espaço que foi usado como lixeira durante muitos anos. Depois de uma avaliação do local, a Direcção, na pessoa do Prof. Vergílio A. Pinto de Andrade, decidiu reunir uma equipa técnica e levar a cabo um projecto de implementação de um Jardim Botânico naquele espaço. Segundo o projecto inicial (ESACB, 1988), foram plantadas cerca de 70 espécies diferentes, entre as quais árvores e arbustos. Todavia, num trabalho recente foram contabilizadas 97 espécies diferentes (Pereira, 2004). Foi também criado um Viveiro florestal para dar apoio aos trabalhos de implementação do Parque. Passados 24 anos após os primeiros trabalhos, o Parque e o viveiro são uma realidade e constituem instrumentos pedagógicos utilizados habitualmente nos cursos leccionados pela ESACB. Verificou-se que, apesar de haver muitas árvores no Parque e em outros locais da ESACB que já produzem semente, o viveiro não tinha por habito usá-las. Por este motivo, procedeu-se ao estudo da viabilidade dessas sementes para posterior utilização no viveiro. Pretende-se da conta desse estudo efectuado e apresentar os resultados obtidos. Serão descritos os procedimentos usados e que se consideraram ser os mais adequados em função das limitações de tempo e recursos. Contudo, não é objectivo deste artigo fazer uma descrição exaustiva de todos os procedimentos a ter quando se procede à recolha, processamento e conservação de sementes. Tais procedimentos são importantes e devem ser tidos em conta quando se pretende usar as sementes para comercialização, investigação ou conservação. Para o leitor interessado em saber mais, sugere-se a leitura da bibliografia consultada.
S. Jorge é uma ilha do arquipélago açoriano, cuja economia se baseia na produção animal, mais propriamente na produção de bovinos leiteiros e que, por condicionalismos vários, tem utilizado espécies arbustivas na alimentação desses mesmos animais, principalmente nas épocas de escassez de erva. Neste trabalho pretendemos analisar a utilização destas forragens alternativas na alimentação de bovinos leiteiros e saber qual o papel que podem desempenhar na produção animal Jorgense.
Tem vindo a aumentar o nível de consciencialização da nossa sociedade em relação à vital importância do recurso água, e aos problemas relacionados com a sua heterogénea distribuição no tempo e no espaço. A necessidade de água numa área de regadio é determinada por factores como a superfície regada e regável, as espécies e variedades cultivadas com distintas necessidades bioclimáticas, as características do solo, o nível de infra-estruturas de distribuição da água e as técnicas de rega utilizadas (Vera, 1990). O déficit hídrico e as suas consequências imediatas, especialmente infradotação das culturas, é o principal factor limitante do desenvolvimento das áreas deficitárias, dado que se repercute directamente no rendimento e produtividade das culturas e afecta negativamente a estrutura dos custos da exploração. Neste contexto têm especial relevância as estratégias destinadas a um melhor e mais eficiente uso da água consumida no regadio, como sejam as estratégias de rega deficitária capazes de reduzir a quantidade de água aplicada, com o menor impacto possível na produção. Algumas estratégias de rega deficitária, denominadas regas deficitárias de alta frequência, consistem em regar durante todo o ciclo da cultura com dotações abaixo das suas necessidades, mas praticando uma frequência de regas suficientemente alta para evitar o aparecimento de déficits hídricos transcendentes. Fereres et al . (1978) concluíram que estas estratégias se deviam restringir a culturas que sombreassem completamente o solo, mantendo neste um determinado nível mínimo de água. Esta estratégia, podendo constituir uma alternativa ante determinadas circunstâncias, apresenta o inconveniente importante de não considerar que o déficit hídrico pode resultar mais ou menos transcendente em função do momento fenológico das culturas. Por esta razão, nos últimos anos têm adquirido especial relevância abordagens mais fisiológicas da questão, prestando uma especial atenção tanto à fenologia das culturas como à sua capacidade de resistir a situações de déficit hídrico. Desta maneira surge o conceito de Rega Deficitária Controlada (RDC) (Mitchell et al., 1984), baseado na ideia de reduzir os aportes hídricos nos períodos fenológicos em que um déficit hídrico controlado não afecta sensivelmente a produção e qualidade da colheita, e cobrir plenamente as necessidades hídricas durante o resto do ciclo das culturas.
Em Portugal o consumo de fruta per capita é superior ao de muitos países da Europa. A procura de ameixa em 1998 foi sempre superior à oferta. Assim, para satisfazer as necessidades, a oferta nacional é complementada com o mercado importador, cujo principal fornecedor continua a ser a Espanha, com um peso de cerca de 81% do total das importações, tendo este país reforçado a sua posição em 1998 em relação ao ano anterior. Os principais destinos de exportação para a ameixa fresca nacional, são em primeiro lugar, o Reino Unido. Seguido do Brasil, da Espanha e da Irlanda, com pesos de 33%, 24%, 23% e 17%, respectivamente (Gama, 2000). Em Portugal, os pomares de ameixeira (doméstica e japonesa) encontram-se espalhadas por todo o país, contribuindo, a nível nacional, a região Ribatejo e Oeste com cerca de 56% para a superfície e 58% para a produção (Gama, 2000). Na Beira Interior a expansão da ameixeira encontra-se em declínio devido, em parte, à dificuldade de escoamento do produto. A cultura de ameixeira distribui-se essencialmente pelos concelhos de Belmonte, Covilhã e Fundão (Gama, 2000). Embora a cultura da ameixeira represente uma fracção relativamente pequena no sector frutícola nacional pode, no entanto, constituir-se como alternativa no aumento da diversidade frutícola. Nesse sentido, para uma mais consciente opção por parte dos agricultores foram instalados diversos ensaios com ameixeiras em Portugal. O presente artigo tem como objectivo principal a publicação de resultados referentes a um desses ensaios.
O ensino, a formação profissional e a informação são essenciais para qualquer sector económico. Em Portugal, a Horticultura Ornamental, englobando os sectores da floricultura (flor e folhagem de corte, órgãos de propagação), plantas ornamentais envasadas (de interior e de exterior) e jardinagem, exibe fraca competitividade nas áreas de produção e dificuldade de inovar e criar nichos produtivos concorrenciais a nível nacional e europeu. Hoje as áreas com maiores expectativas de inovação, competitividade e empregabilidade têm sido a jardinagem e os espaços verdes, dando origem, à nova geração de emprego verde, em que se impõe a formação ambiental e a conservação da natureza. Daí que a denominação utilizada pela Associação Portuguesa de Horticultura (APH) para designar o sector a nível nacional, tenha sido alterada de forma a acompanhar esta evolução, razão pela qual o mesmo já foi apelidado de Floricultura, Plantas Ornamentais e, já neste ano, aprovada a designação de Horticultura Ornamental (Ambiental). O ensino em Portugal, nesta área, teve fugazes tentativas de implementação a nível da formação de professores do ensino básico e secundário pela reforma educativa implementada na Primeira República em 1911, em que constaram matérias diferenciadas para o sexo feminino de jardinagem e de horticultura e para o sexo masculino de trabalhos agrícolas. Esta reforma, teve início a 30 de Março de 1911 e foi suspensa a 16 de Dezembro do mesmo ano, não tendo com certeza tido grande impacte a nível do ensino destas matérias. As reformas seguintes ainda na Primeira República (1910 a 1926) englobaram sempre uma formação ao nível agrícola, mas nada específico sobre a floricultura e jardinagem. A escola no Estado Novo (1926 a 1974) foi considerada a instituição para a formação do Homem “submisso” e, a formação dos professores fora do âmbito dos assuntos ligados a “Deus, Pátria, Família” sofre uma enorme recessão tendo as taxas de analfabetismo subido para níveis superiores aos 50%. Após os anos 70 as reformas educativas criam para os professores necessidades de progressão através de cursos e especializações, o que leva a que se iniciem pequenos cursos de 40 horas com áreas específicas ligadas à Jardinagem e Hortas Pedagógicas implementando também nas disciplinas de Ciências Naturais, cada vez mais, o contacto dos alunos com a natureza. Esta corrente, teve início com o despertar de consciências para as questões ambientais, tendo gerado alguma motivação para o desenvolvimento desta área a partir dos anos 80 do século passado. Desde a instituição do ensino agrícola em Portugal, em 1852 (reinado de D. Maria II) que à parte de se ter criado, a partir de 1855, o Instituto Agrícola, as Escolas Regionais de Agricultura e o ensino técnico agrícola, só em 1911 é criado o Instituto Superior de Agronomia (ISA) e o curso de Engenharia Agronómica, que para além do arranjo de espaços verdes da Tapada Real, tinha agregado para instrução de alunos, técnicos e agricultores o Jardim Botânico da Ajuda. O ensino da Arquitectura Paisagista só teve início, como curso livre, no mesmo Instituto em 1943, abordando aspectos de paisagismo e de espécies ornamentais a integrar nos espaços verdes. Em 1966, pelo DR 26/66, Série I, o Ministério do Ultramar - Direcção Geral do Ensino, aprovou os programas dos cursos secundários agrícolas nas províncias ultramarinas onde foram incluídas as primeiras disciplinas de Jardinagem. O curso de Regentes Agrícolas foi só aprovado em 1931 e são os seus diplomados que em 1977 e em 1979 adquirem equivalência formativa nas então criadas Escolas Superiores Agrárias. O ensino iniciou-se nesta altura, nestas escolas, com uma disciplina nos curricula dos cursos de Produção Agrícola denominada por Floricultura e Jardinagem. É ao nível da formação profissional que o sistema educativo e formativo público inicia a formação específica nestas áreas de cursos profissionais, tendo iniciado a formação em 1997 com o Curso Profissional de Técnico de Gestão e Recuperação dos Espaços Verdes, sendo substituído pelo Curso Profissional de Técnico de Jardinagem de Espaços Verdes (Dec. Lei nº74/2004 de 26 de Maio). São cursos que podem ser frequentados por jovens a partir dos 18 anos ao nível do ensino secundário com formação ao nível do 10º, 11º e 12º anos. Ao nível do sector agrícola, a necessidade de formação é tanto mais importante se atendermos ao baixo nível de habilitações literárias e de qualificação profissional dos nossos activos agrícolas, condições que são totalmente desfavoráveis para a competitividade do sector. Esta formação não tem sido relevante ao nível da Horticultura Ornamental, destacando-se algumas intervenções ao nível da Beira Litoral, Ribatejo e Oeste e Algarve, notando-se que os floricultores e viveiristas nacionais procuram formação na Europa, Estados Unidos, África do Sul e até Austrália (para sectores de produção mais específicos). A investigação também não acompanha as crescentes solicitações dos nossos produtores e os alicerces para a criação de novas empresas nestas áreas não tem crescido da ligação Investigação-Produção, tão necessária para a inovação de produtos num país. Terá que partir das Instituições de ensino, investigação e desenvolvimento experimental, as medidas de instrução, formação e divulgação das tecnologias de produção, alternativas produtivas e de integração ambiental, quer seja ao nível do ensino académico como ao nível da formação profissional. Iremos agora abordar as áreas do Ensino, Formação e Investigação das Plantas Ornamentais para se tecerem depois algumas considerações sobre a melhoria da dinâmica do sector.
A agricultura de regadio tem uma importância indiscutível na estrutura da produção final agrária, já que permite fazer culturas com maior valor acrescentado que as tradicionais culturas de sequeiro. Actualmente os 271.4 milhões de hectares de regadio existentes a nível mundial, representam unicamente 5% da superfície agrícola e contribuem com 35% da produção agrária total (estatísticas da FAO). Aumentar a produtividade agrícola com a rega é um objectivo que produz importantes efeitos positivos, mas também comporta uma série de efeitos negativos que têm que ser considerados responsavelmente, para evitar a sobreexploração e degradação dos recursos naturais de que depende a agricultura de regadio. A compatibilidade ambiental desta actividade começa a ser questionada devido ao aparecimento de problemas tais como a erosão, a salinização e por consequência a degradação dos solos, e por outro lado a diminuição da qualidade das águas superficiais e subterrâneas e a perda de diversidade biológica. O problema ambiental dos regadios é particularmente sério em áreas onde as práticas agrícolas intensivas se combinaram com estruturas de propriedade baseadas em grandes unidades de exploração, cuja gestão se faz de forma homogénea e sem a suficiente precisão. O excesso de fertilizantes e outros agroquímicos, pode interferir com os sistemas circundantes e ameaçar a própria sustentabilidade dos regadios. Os fluxos de retorno das zonas de regadio, quando acumulados ao longo de uma bacia hidrográfica, podem deteriorar a qualidade da água até ao ponto de as tornar inutilizáveis. Nos países em desenvolvimento, às elevadas perdas na rede e sistemas de rega, há que juntar os problemas de salinização, de saúde pública (pelos múltiplos usos que tem a água de rega), e a escassa participação dos usuários na gestão da água (Villalobos et al., 2002).
Referem-se alguns dos aspectos históricos que mais contribuíram para o desenvolvimento do conhecimento na área da cultura de tecidos vegetais, bem como a grande diversidade de aplicações e utilização destas metodologias, desde os estudos fisiológicos, interacções substâncias/planta, produção de metabolitos secundários, manipulação genética e melhoramento até à sua utilização como uma poderosa metodologia na multiplicação de plantas, quer por rebentamento adventício, axilar quer por embriogénese somática. Faz-se uma descrição sucinta dos aspectos que maior impacto têm vindo a ter com a utilização destas metodologias nos diferentes grupos de culturas vegetais, nomeadamente nas culturas extensivas, hortícolas, ornamentais, fruteiras e florestais.
A aplicação dos processos de conversão termoquímica (combustão, gaseificação e pirólise) da biomassa para a produção de energia a partir de recursos biomássicos, apresenta-se actualmente do ponto de vista técnico e económico bastante interessante. Destes processos, para a combustão directa e a gaseificação com ar, dispõe-se de tecnologias em comercialização pelo sector industrial, enquanto que, para a produção de gás de médio poder calorífico (gaseificação com oxigénio ou vapor), o desenvolvimento atingiu a fase de demonstração. No que respeita à obtenção de combustíveis líquidos pelo processo de pirólise, este apresenta-se com potencialidades de mercado mas necessita ainda de mais investigação e de uma maior dinamização e valorização dos combustíveis obtidos. A valorização da biomassa como fonte de energia através de processos termoquímicos é também atractiva do ponto de vista ambiental, uma vez que os combustíveis alternativos produzidos não contêm enxofre nem azoto, minimizando assim os níveis de emissões de SO2 e NO2. Além disso é possível consumir quantidades significativas de hidrocarbonetos sem aumento significativo de CO2, em termos de balanço no ciclo do carbono, minimizando assim também o impacto em termos de efeito de estufa (LNETI, 1994). Do ponto de vista histórico, ainda não há muito tempo que a actividade agrícola assegurava todas as necessidades energéticas exclusivamente pelos seus próprios recursos. Estima-se que 30 a 40% da terra agrícola era utilizada para cobrir as necessidades da energia para tracção, mão-de-obra e aquecimento das casas. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial até 1973, ano da 1ª crise petrolífera, o combustível mais utilizado foi o thich-fuel-oil e só nos casos em que existiam, numa indústria, resíduos lenhosos resultantes do processo fabril, é que se utilizavam esses resíduos como combustível. O excesso da produção de produtos alimentares à escala mundial ou regional, em conjunto com o peso excessivo para a economia nacional representado pelas importações de energia leva à necessidade de repensar os sistemas tradicionais de aprovisionamento de energia ao mais alto nível: neste caso, a agricultura pode funcionar como um produtor activo e efectivo da energia para a economia nacional. Quando se atingir este objectivo, o sector agrícola ganha emprego (postos de trabalho) e meios financeiros que tem perdido pelo decréscimo das vendas como produtor de alimentos. Atendendo ao estado actual de desenvolvimento da tecnologia utilizada para a gaseificação de biomassa e apresentando-se a palha como um produto (combustível) abundante e subaproveitado, pareceu-nos ser interessante efectuar um conjunto de ensaios utilizando esta tecnologia para a realização da sua valorização energética. São pois as principais conclusões desses ensaios experimentais que apresentamos neste trabalho.
Las enfermedades bacterianas y víricas de la abeja han perdido en los últimos años parte de su protagonismo en la Patologia Apícola, debido al auge de parasitosis como la Varroasis y de micosis como la Ascosferosis. Sin embargo, no han desaparecido de nuestros colmenares, y pese a las mejoras en el manejo, en las prácticas higiénicas y a la eficacia de los tratamientos, las loques siguen amenazando a la cria, y las virosis ven aumentar su incidencia vehiculadas por Varroa.
A oliveira atravessa hoje em dia, tal como os restantes sectores da agricultura nacional, uma gravíssima crise em resultado de um abaixamento do rendimento dos olivais, a que nem as actuais ajudas comunitárias têm obstado. Esse abaixamento dos rendimentos deve-se à conjunção de diversos factores negativos, entre os quais salientaremos os seguintes: • elevada idade dos olivais; • baixas densidades; • árvores de grande porte; • localização em zonas marginais e/ou de difícil acesso; • baixo índice de mecanização da colheita; • baixa frequência de regas, fertilizações e tratamentos fitossanitários; • concorrência com os outros óleos vegetais (que se deve apenas ao seu baixo preço e não a uma melhor qualidade do produto). Estes factores são ainda agravados por uma indústria transformadora de carácter sazonal, tradicional e, em muitos casos, com equipamento obsoleto e uma organização comercial deficiente, com pouca ou nenhuma intervenção dos produtores. Para enfrentar este desafio, ou seja, ultrapassar a crise instalada no sector, são necessárias, concerteza, medidas político-administrativas, nomeadamente de: • certificação e demarcação de zonas características de reconhecida especificidade e qualidade; • controlo qualitativo dos azeites importados; • promoção ao consumo e exportação, baseada na qualidade de um produto natural e uma das gorduras mais saudáveis na alimentação humana. Para além destas medidas, o desafio de fazer sair o sector da crise passará também pela tomada de consciência dos próprios olivicultores de que é necessária uma maior aplicação dos conhecimentos técnico-científicos disponíveis e pôr de lado certos princípios tradicionais da exploração do olival errados, pois vão contra os hábitos de frutificação e a fisiologia da oliveira. Uma das técnicas culturais em que mais se evidencia esse facto é a poda do olival. A alteração da poda tradicional para um sistema de poda que respeite os hábitos e a fisiologia da oliveira nem sequer significa um acréscimo dos custos dessa operação, muito pelo contrário. Claro que os problemas do sector não se resolverão só com a mudança do tipo de poda, dado que alguns olivais idosos, dispersos, marginais e de difícil acesso continuarão a ser úteis, mas apenas no embelezamento da paisagem e como coberto em sistemas de pastoreio. Mesmo nos olivais "recuperáveis", a mecanização da colheita. as fertilizações e, eventualmente. a rega, a reconversão varietal (por reenxertia) e os tratamentos fitossanitários serão também decisivos para alterar a tendência negativa actual. Por outro lado, as novas plantações, ainda demasiado jovens para que possam ter um papel imediato na melhoria do sector, têm já compassos mais apertados, cultivares mais adequadas, rega, fertilizações e os restantes cuidados culturais comuns a generalidade da exploração das espécies fruteiras. Contudo, mesmo após a sua entrada em plena produção serão insuficientes para que possamos descurar os olivais existentes, apesar das suas reconhecidas limitações. É nesse sentido que surge este trabalho que, baseando-se na proposta de alteração da poda tradicional para um sistema de poda mais "racional", pude dar um contributo positivo na melhoria desses olivais, permitindo aplicar neles alguns conhecimentos técnico-científicos que os ajudem na sua recuperação física e económica.
En relación con una serie de cambios acontecidos en los modelos tradicionales de explotación, durante estos últimos años ha venido presentándose una serie de patologías que afectan principalmente a los rumiantes neonatos. Dentro de estos procesos, cabe señalar el síndrome de mortalidad neonatal de los pequeños rumiantes, conocido popularmente como «borrachera de los cabritos». Es este un síndrome que afecta a los pequeños rumiantes, y de forma especialmente grave a los cabritos durante los 10 primeros días de vida, caracterizado clínicamente por el desarrollo de un importante cuadro septicémico y/o toxémico, acompañado o no de diarrea, que los conduce a la muerte en un corto periodo de tiempo. Este proceso, considerado en un principio de etiología sencilla, ha venido a presentarse con el tiempo más complejo de lo que cabría suponer, mostrando en muchos de los casos etiologías multifactoriales con múltiples interrelaciones entre los elementos que las determinan. Dentro los factores que pueden estar involucrados en la aparición de la enfermedad, se encuentran alteraciones de índole alimenticio, inmunita¬ria, o higiénico, y secundariamente, factores de tipo microbiológico o parasitario. Con el objeto de contribuir en la medida de lo posible al mejor conocimiento del proceso, hemos planteado los siguientes objetivos en el transcurso de nuestro trabajo: 1 - cuantificar económicamente las pérdidas anuales producidas en Extremadura por la enfermedad. 2 - evidenciar la relación existente entre la instauración del síndrome y las distintas formas de explotación y manejo presentes en Extremadura. 3 -caracterizar clínica y lesionalmente el proceso. 4 -identificar los distintos agentes etiológicos implicados.
O efeito da doença "sooty blotch ou black blotch", causado pelo fungo Cymadothea trifolii Wolf (est:ado conidial: Polythrincium trifolii Kunze), na produtividade, foi investigado em quatro espécies de trevo: trevo morango (Trifolium fragiferam L. cv. palestine), trevo dos prados (Trifolium pratense L. cv. quinquelt), trevo branco (Trifolium repens L.) e Trifolium glomeratum L. Foi encontrada variação significativa no trevo dos prados e trevo morango; baixa variação no trevo branco e nenhuma variação na produtividade no T. glomeratum L.
A adulteração de leite de ovelha por leite de vaca é uma prática relativamente comum. Ela surge como consequência das flutuações sazonais na produção do leite ovino e também por motivos económicos, pois o leite bovino é mais barato. Certamente que o leite de ovelha falsificado vai ter alteradas as propriedades organolépticas do respectivo coágulo conduzindo à formação de queijos de inferior qualidade (Aranda et al., 1988). O desenvolvimento de métodos analíticos para a detecção de fraudes na mistura de leites e nos respectivos queijos tem grande interesse para os países que produzem ou importam queijo de ovelha. Entre os procedimentos de análise já propostos, baseados na composição lipídica ou proteica contam-se os métodos electroforéticos, cromatográficos e imunológicos (Ramos e Juarez, 1984). O grande número de publicações relacionadas com o assunto justifica uma revisão bibliográfica crítica como seguimento e complemento ao último estudo efectuado (Ramos e Juarez, 1984). Com esse objectivo pretendo discutir somente os métodos imunológicos utilizados nos últimos anos, na detecção das fraudes em leites e queijos, chamando a atenção para os aspectos fundamentais dos ensaios (imunogénio utilizado, objectivo técnico do método, natureza das amostras utilizadas, carácter qualitativo ou quantitativo, sensibilidade e duração da análise). Os pormenores técnicos não serão considerados, pois podem ser examinados nas próprias publicações citadas e também em obras especializadas, como por exemplo o manual "Imunologia" (Ivan Roit, Jonathan Brostoff e David Male, 1989, Editora Manole, São Paulo, SP, Brasil).
Referem-se alguns dos aspectos históricos que mais contribuíram para o desenvolvimento do conhecimento na área da cultura de tecidos vegetais, bem como a grande diversidade de aplicações e utilização destas metodologias, desde os estudos fisiológicos, interacções substâncias/planta, produção de metabolitos secundários, manipulação genética e melhoramento até à sua utilização como uma poderosa metodologia na multiplicação de plantas, quer por rebentamento adventício, axilar e embriogénese somática. Faz-se uma descrição sucinta dos aspectos que maior impacto têm vindo a ter com a utilização destas metodologias nos diferentes grupos de culturas vegetais, nomeadamente nas culturas extensivas, hortícolas, ornamentais, fruteiras e florestais.
As metodologias normalmente utilizadas para distinguir e caracterizar o material vegetal baseiam-se, fundamentalmente, nas diferenças fenotípicas observadas nas variedades e nas cultivares estudadas. Apesar deste tipo de avaliação fenotípica ser muito importante, é difícil fazer a interpretação dos dados ao nível genético já que a maioria das características estudadas são de natureza poligénica, além da sua expressão ser marcadamente mediada por interacções com o ambiente. Pode-se tentar realizar a distinção de genótipos pela comparação dos seus cromatogramas quando se separam moléculas como flavonóides e antocianinas. Contudo, na cromatografia, à semelhança do que acontece nos descritores morfológicos, é difícil estabelecer uma relação directa entre fenótipo e genótipo pois a maioria desses compostos resulta de complexos processos metabólicos. De entre os métodos bioquímicos, a electroforese de isoenzimas constitui um instrumento analítico de grande eficácia e precisão, constituindo estas óptimos "marcadores moleculares" em estudos de identificação e caracterização de genótipos. As diferenças existentes entre os genes que codificam para os polipéptidos traduzem-se, na electroforese, por variações na mobilidade das enzimas, permitindo o estudo destas o estabelecimento de unia directa relação entre fenótipo e genótipo.
A utilização de programas de desenvolvimento regional como instrumentos de política económica acentuou-se após a data da adesão de Portugal à União Europeia, tendo-se assistido à progressiva implementação de programas específicos sectoriais e regionais. A recente reforma dos fundos estruturais e a criação do fundo de coesão, principais fontes de financiamento destes programas, veio obrigar a uma maior concentração das dotações orçamentais nas zonas mais deprimidas e à sua utilização mais racional, de modo a aumentar a eficácia da sua intervenção. A atenuação dos desiquilíbrios regionais (principal objectivo da política regional da União Europeia) vai implicar uma coordenação das políticas e instrumentos financeiros, nacionais e comunitários. Assim, os financiamentos serão canalizados, prioritariamente, para acções integradas em programas de desenvolvimento regional. A concretização de uma estratégia de desenvolvimento é feita através da implementação de projectos, que se enquadrem no referencial subjacente ao modelo de desenvolvimento adoptado. A existência de projectos alternativos visando o mesmo fim, aliada à escassez de recursos produtivos, implica a adopção de uma técnica de apoio à decisão que permita seleccionar a opção mais adequada à consecução dos objectivos de desenvolvimento pré-definidos. A multiplicidade de objectivos a atender no planeamento regional, "a natureza, por vezes conflitual das suas inter-relações" (Avillez, 1984) e as imprecisões na definição dos custos e benefícios sociais de um projecto, dificulta, senão impossibilita, o estabelecimento de uma metodologia de avaliação objectiva e de aplicação universal. "Como consequência surgiram, na prática, uma multiplicidade de métodos e critérios de avaliação, que correspondem a formas diferentes de tentar superar as insuficiências da teoria" (Barata, 1987). Seguidamente iremos abordar as principais metodologias utilizadas.
Desta análise depreende-se que, geralmente as obras tradicionais procuram minimizar os efeitos de determinados fenómenos, Não através da resolução das causas, mas sim através de obras cujos resultados só localmente se revelam satisfatórios, não evitando, por isso, a contínua degradação das zonas a montante e a jusante. Nas últimas décadas tem-se efectuado, nos países mais desenvolvidos, muitos estudos de investigação sabre os efeitos ecológicos e morfológicos das obras tradicionais de engenharia fluvial, tendo-se verificado que podem ser nefastas para o ambiente e mesmo contraproducentes do ponto de vista hidráulico. Compreendeu¬-se, ainda, que os cursos de água constituem sistemas dinâmicos e ecologicamente ricos, sendo necessário fazer uma gestão cuidada em que as técnicas de engenharia integrem aspectos ambientais. Desse modo, em países como o Reino Unido, os Estados Unidos ou a Alemanha, onde o grau de artificialização dos rios ainda é, apesar disso, extremamente elevado, iniciaram-se acções concretas de reabilitação e protecção de cursos de água. Assim, começou-se a recorrer à construção e promoção de configurações ambientalmente aceitáveis, implementando e protegendo traçados curvos (meandros e curvas), empoçamentos laterais, rápidos e fundões, mouchões e pequenas ilhas, esporões, travessões, etc., associados à promoção e manutenção de vegetação do leito menor e/ou do leito de cheia. Verifica-se que estas técnicas são ecológica e hidrauli¬camente funcionais, permitindo, desse modo, conjugar os objectivos de defesa das actividades humanas e de preservação ambiental. Os resultados destas acções são muito positivos, podendo ocorrer recolonizações por fauna e flora autóctones, que entretanto tenham regredido ou desaparecido devido às obras tradicionais. Em Portugal, infelizmente, ainda existe um relativo desconhecimento das técnicas de engenharia fluvial ambientalmente aceitáveis, não se verificando cumulativamente uma significativa sensibilidade dos agentes de decisão e dos diferentes técnicos em relação à preservação do ambiente fluvial. Neste artigo procurar-se-á, referir os principais tipos de obras tradicionais, apontando as principais vantagens e desvantagens, bem como abordar algumas medidas de minimização de impactes e descrever algumas das principais, e mais bem sucedidas, configurações e obras fluviais ambientalmente aceitáveis.
Continuação do artigo publicado em : RÉFEGA, A. (1997) - Desertificacao : realidade ou mito?. Agroforum : Revista da Escola Superior Agrária de Castelo Branco. ISSN 0872-2617. Ano 6:12, p. 23-28.
Dentro da diversidade das áreas rurais europeias, a tão frequentemente referida marginalização rural cobre na realidade uma grande variedade de processos, ocorrendo a escalas diferentes, muitas vezes com diferentes causas e diferentes consequências. Como noutras mudanças que têm lugar no mundo rural, os principais actores são os agricultores, visto que são eles que tomam as decisões sabre o use do solo. O projecto que se apresenta neste artigo foi concebido justamente com o fim de compreender o processo de marginalização nas suas variadas facetas e de detectar os factores de marginalização e identificar as estratégias dos agricultores. Além disso, pretende-se seleccionar indicadores que permitam detectar e gerir as mudanças que ocorrem no mundo rural e, consequentemente, na utilização do solo e na paisagem. A análise baseia-se no estudo de áreas exemplo na Bélgica, na Dinamarca e em Portugal e, fundamentalmente, em entrevistas pormenorizadas realizadas a cada um dos agricultores dentro de cada uma das áreas.
Numa perspectiva de melhor gestão do recurso água usado na agricultura, é fundamental a caracterização e avaliação dos processos de rega, assim coma a sua regular monitorização. Torna-se por isso necessário o estabelecimento de esquemas experimentais, que permitam por em prática várias técnicas para recolha de dados de campo, muitas vezes condicionadas pelas condições existentes. O aperfeiçoamento das técnicas usadas é deveras importante para o rigor das avaliações de campo, para que os erros de observação não sejam propagados e acumulados na avaliação dos processos de rega.
O sector florestal em Portugal Continental assume uma grande importância no meio agrário nacional uma vez que cerca de um terço do continente se encontra ocupado por floresta. A floresta deve ser entendida como um factor beneficiador da qualidade do ambiente e protector e melhorador dos solos em que se encontra implantada. Além destas vantagens que por serem difíceis de contabilizar são por vezes menosprezadas, a floresta é sem dúvida um factor de desenvolvimento económico pelos produtos que dela se extraem. Estes produtos através dos diversos ramos da fileira florestal contribuem para o desenvolvimento económico das regiões em particular e do país em geral. Contudo, a floresta portuguesa apresenta algumas particularidades que lhe são inerentes, a grande maior parte da floresta é privada e encontra-se fragmentada em propriedades de pequena dimensão, cujos donos .na sua maioria se consideram descapitalizados e como tal pouco dispostos a intervir na floresta. É a estas características que normalmente é atribuída a responsabilidade do estado da floresta portuguesa, considerada subaproveitada, com baixos rendimentos e isenta de qualquer tipo de ordenamento florestal (DGF, 1994; DGF, 1992). Com a perspectiva de integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia, foi definida para a fase de adesão, o Programa Específico para o Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa (PEDAP) o qual incluía um subprograma afecto à floresta, o Programa de Acção Florestal (PAF). Para o PAF foram definidas, de acordo com as diferentes regiões, as espécies a fomentar, as áreas disponíveis, o tipo de intervenção a desenvolver em áreas já florestadas e as frentes de trabalho prioritário tendo sido fixados os seguintes objectivos: - arborização de novas áreas e rearborização de áreas ardidas; - beneficiação de áreas florestais já existentes; - construção e ampliação da rede de infra-estruturas correspondentes (Teixeira, 1994). Uma vez terminado o PAF, (período de execução entre 1987 e 1993) importa tentar-se fazer a sua avaliação, não ficando apenas pelos números que foram divulgados pelo Instituto Florestal, admitindo ao mesmo tempo o sucesso do programa apresentado como resultados alcançados: - Aumento e melhoria da superfície florestal; - Criação de empregos e novas empresas no sector florestal prestação de serviços; - Contribuição para a prevenção e combate aos fogos florestais; - Contribuição para a melhoria da protecção ambiental. O objectivo deste trabalho reside na caracterização da forma como o PAF decorreu na Zona do Pinhal Sul e fazer algumas reflexões sobre as principais limitações encontradas durante a implementação dos projectos PAF. A Zona do Pinhal Sul é constituída pelas áreas dos conselhos de Sertã, Vila de Rei, Proença-a-Nova, Oleiros e Mação, abrangendo uma área de cerca 190.679 ha. O interesse do estudo reside fundamentalmente, no facto de a Zona do Pinhal constituir uma região com características específicas, dada ser a maior mancha contínua de pinhal da Europa e, no facto que através do conhecimento detalhado da informação sobre a forma como decorreu a implementação do PAF, poderá constituir-se uma base de reflexão que apoie a procura de soluções para os problemas encontrados. Podendo-se, assim, vir a conseguir melhor aproveitamento dos novos programas de intervenção na floresta que se irão implementar no futuro, como sejam nomeadamente o PDF e o Regulamento 2080/92. Dado que ainda há projectos em curso não é possível uma análise qualitativa e quantitativa sobre a implementação dos projectos na sua totalidade. Contudo, pensamos que a análise e a reflexão sobre os dados relativos à execução material e financeira, que é a única possível no momento, revelar-se-á de grande interesse de onde se podem extrair alguma aprendizagem da experiência com a implementação dos PAF, donde poderão ser retiradas algumas considerações que deverão merecer alguma atenção aquando da implementação de novos programas. Em termos metodológicos, este estudo baseia-se numa pesquisa documental a todos os projectos PAF aprovados e implementados na Zona do Pinhal. Assim, os dados que apresentamos sem referência à sua origem, reportam-se a valores por nós determinados no decurso da referida pesquisa.
Uma das técnicas culturais imprescindíveis na cultura do morangueiro é a cobertura de solo ou "paillage". O polietileno preto (PEP) foi nos últimos anos o mais utilizado, tendo sido mais recentemente introduzido o polietileno castanho (PEC), colocados no solo antes, durante ou após a plantação. Os estudos efectuados incidiram ao nível da caracterização da cv. Oso Grande em termos de fenologia, precocidade, qualidade e homogeneidade produtiva, com a utilização de PEP e PEC em cobertura do solo, de forma a encontrar aquele que originava melhores condições em termos de temperaturas óptimas de produção. Os ensaios foram efectuados em estufa, no concelho de Odemira, na época de Outono/Inverno. O PEC mostrou-se vantajoso na maioria dos aspectos observados: precocidade de produção, n° de frutos colhidos, produção total e produção comercial.
A utilização intensiva, em agricultura, de produtos químicos, principalmente fertilizantes e pesticidas, foi até há pouco tempo a melhor solução à necessidade constante do aumento da produção agrícola. Foi, porém, só a partir dos finais do séc. XIX que se intensificou a aplicação de produtos químicos na luta contra pragas e doenças (HEITZ, 1987). Durante a Segunda Guerra Mundial verifica-se uma grande evolução da síntese química, incrementando¬-se, a partir daí, a produção de pesticidas sintéticos (hidrocarbonetos clorados, compostos organofosforados e carbamatos, para citar os mais importantes). O uso continuado e crescente destes produtos tem originado sérios problemas de toxicidade, contaminação de águas, persistência no meio ambiente, resíduos em alimentos, acumulação nos tecidos adiposos dos animais e do homem e resistência dos parasitas aos próprios pesticidas, originando sérios desequilíbrios ecológicos. O panorama actual não é, ainda, promissor para o total abandono da utilização de compostos químicos nas práticas agrícolas, nomeadamente no controlo de infestantes ou no combate a pragas e doenças. A tentativa de controlo destes agentes patogénicos com base em técnicas biológicas, como a agricultura biológica, a proteção integrada ou a biotecnologia, tem levado ao desenvolvimento de linhas de investigação dentro destas áreas, interrelacionando-as ou associando¬-as à utilização de compostos naturais ou dos seus análogos de síntese biologicamente activos (WHITEHEAD et al., 1988). Surgem assim, como promissores, os pesticidas naturais pelo facto de serem compostos por substâncias que apresentam acção selectiva, sendo, em geral, tóxicos somente para os organismos-alvo, actuando em quantidades muito reduzidas e sendo facilmente degradáveis. São exemplos já em utilização corrente os pesticidas a base de piretrinas e alcalóides. BAJAJ (1989) apurou que ocorrem frequentemente nas plantas superiores compostos naturais, biologicamente activos, que podem vir a ser utilizados como novos agentes de protecção das culturas (Tabelas 1 e 2). O conhecimento do metabolismo, processos biossintéticos, mecanismos de acção e regulação e outros aspectos da bioquímica das plantas, dos insectos e microrganismos, são fundamentais para a compreensão do modo de acção deste tipo de pesticidas. Recentemente, tem sido objecto de investigação substâncias bioactivas, em alguns casos fazendo parte dos mecanismos de defesa dessas plantas contra organismos indesejáveis, substâncias estas, cuja acção pesticida decorre da absorção da luz solar, designadas por fotopesticidas (DELGADO,1993). Os fotopesticidas possuem uma acção específica, são eficazes a concentrações muito baixas, muito inferiores as usadas nos pesticidas tradicionais, são pouco persistentes no meio ambiente e são degradados pela própria luz (HEITZ,1987). O seu modo de acção baseia-se na captação de fotões tendo como intermediário o oxigénio, originando na maior parte dos casos radicais de oxigénio altamente energéticos e perigosos para as células dos agentes patogénicos. Foi a partir de estudos efectuados nos Estados Unidos (REBEIZ,1988) em herbicidas fotodinâmicos, também conhecidos por herbicidas laser, tendo como base de actuação a inibição da síntese da clorofila nas plantas a destruir, que estes trabalhos tiveram sequência em termos de investigação, levando o estudo a campos que envolvem acções insecticida, fungicida, bactericida, antiviral, anti-leveduras e nematodicida. No nosso País existem algumas equipas interligadas, que estudam compostos desta natureza, efectuando-se, a posteriori, modificações das estruturas dos compostos naturais de forma a optimizar o seu modo de acção. Um dos compostos com interesse como fotofungicida foi obtido por nós do extracto de folhas de coentro. Foi identificado como sendo uma isocumarina e é designado por coriandrina. Possui uma acção fotodinâmica ao nível de 0,35g/mm2 de gota aplicada em placa de sílica gel onde se pulverizaram os esporos dos fungos a testar. A sua acção foi evidenciada em Cladosporium cucumerinum, fungo polivalente mas característico da família Cucurbitaceae e em Fusarium culmorum fungo característico da família Graminae (Fig.1). A diversidade de compostos fotoactivos isolados de plantas, fungos e bactérias leva-nos a admitir que são frequentes na natureza. Porém, é muito provável que mais de uma centena destes constituintes se encontrem ainda por identificar. Muito trabalho terá ainda de ser realizado, de modo a conhecer melhor estes compostos e os seus mecanismos de acção, uma vez que estudos sobre a sua importância em termos ecológicos se encontram também em fase inicial de investigação (DELGAD0,1993).
O presente artigo diz respeito à classificação dos documentos na Biblioteca da Escola Superior Agrária de Castelo Branco (BESACB). Algumas referências são também feitas ao processo de indexação na medida em que classificar um documento é também indexá-lo. Finalmente dá-se uma breve explicação sobre qual o objectivo de aplicação de duas classificações distintas a um mesmo fundo documental.
Com o objectivo de avaliar o possível interesse da utilização de água residual (A.R.) na rega, foi efectuado um ensaio em vasos com azevém (Lolium multiflorum Lam.) cultivado num solo Pg (pardo litólico não húmico de granito), ácido e pobre em matéria orgânica (M.O.). A água residual utilizada na rega provinha da Estacão de Tratamento de Águas Residuais de Beirolas - Lisboa, onde foi sujeita a um tratamento de nível secundário pelo processo das lamas activadas. Verificou¬-se que a rega com A.R. conduziu a aumentos significativos na produção do azevém sem afectar sensivelmente a sua qualidade, mas a sua aplicação não dispensou a adubação NPK nem a calagem. Quanto às características do solo avaliadas após o ensaio sobressaiem, como parecendo susceptíveis de apresentar mais interesse para a sua fertilidade o facto de a rega com A.R. ter provocado aumentos de condutividade. eléctrica, no teor em nitratos, boro e sódio de troca e ter diminuído o teor em potássio "assimilável". A diluição da A.R. conduziu a um decréscimo no nível de M.O. do solo bem como de sódio de troca.
A qualidade da cortiça natural (cortiça de reprodução em bruto, preparada ou trabalhada por simples talha) baseia-se, fundamentalmente, no rendimento de rolhas de boa qualidade. Uma rolha de boa qualidade é aquela que apresenta um mínimo de porosidade, cor clara e uniformidade, ausência de incrustações estranhas e elasticidade regular para que seja perfeitamente estanque. Para além da porosidade e da elasticidade, a resistência de uma rolha à torção é uma característica importante para o seu uso, uma vez que, o rolhamento e desenrolhamento de uma garrafa exige por parte da rolha um elevado esforço de torção. Neste contexto e no seguimento de um trabalho anteriormente realizado sobre a determinação da porosidade, pareceu justificar-se uma breve análise a esta característica, bem como a sua possível correlação com estes parâmetros.
Lavandula luisieri (Rozeira) Rivas-Martinez (Rivas-Martinez,1979), uma espécie endémica do sudoeste da Península Ibérica está incluída na família Lamiaceae (=Labiatae). E uma espécie característica da classe Cisto-Lavanduletae. Esta classe compreende espécies produtoras de compostos aromáticos, as quais caracterizam os matos do oeste mediterrâneo nos andares termo a supramediterrâneo seco e semiárido a sub-húmido (Rivas-Martinez et al. 2002). É uma espécie pioneira em áreas recentemente ardidas, reproduzindo-se, essencialmente, por semente (Upson & Andrews, 2004). As designações referidas por diferentes autores, para L. luisieri, são: Lavandula stoechas L. subsp. luisieri (Rozeira) Rozeira (Guinea in Tutin et al., 1981); Lavandula luisieri (Rozeira) Rivas-Martínez (Franco, 1984); Lavandula stoechas L. subsp. luisieri (Rozeira) Rozeira (Valdés et al. 1987) Lavandula stoechas L. subsp. luisieri (Rozeira) Rozeira (Morales, 2010). Franco (1984) considerou a inexistência de L. stoechas para Portugal pelo que menciona 5 espécies portuguesas de Lavandula: Lavandula luisieri (Rozeira) Rivas-Martínez; L. pedunculata (Miller) Cav.; L. viridis L’Hér.; L. latifólia Medicus e L. multifida L. A espécie Lavandula luisieri é referida por Upson & Andrews (2004) como sendo utilizada medicinalmente em áreas rurais. Na região da Beira Interior é valorizada como espécie melífera, condimentar e medicinal, sendo mencionada em estudos etnobotânicos, com indicações para constipações, tosse, digestões difíceis, urticária e dores de cabeça (Silva, 2003). A espécie não é, no entanto, atualmente, valorizada economicamente. Neste trabalho apresenta-se a inventariação da espécie na Beira Interior. Após definida a área de ocorrência da espécie, selecionaram-se 4 locais distintos, em que dois integram Sítios de Importância Comunitária (Parque do Tejo Internacional e Reserva Natural da Serra da Malcata), efectuando a sua localização e caracterização geoclimatológica e ecológica. Na ausência de bibliografia para L. luisieri desenvolveu-se uma ficha de caracterização morfológica baseada nas normas internacionais do International Plant Genetic Resources Institute (IPGRI) para L. angustifolia. A referida ficha, foi testada e os resultados de análise de plantas in situ e ex situ apresentados em Delgado (2010), assim como estudos preliminares de caracterização genética de indivíduos das 4 populações, baseadas na técnica de AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism). Os parâmetros morfológicos, genéticos e ecológicos que contribuem para a melhor caracterização da espécie foram avaliados e quantificados em quatro populações da Beira Interior, permitindo a sua caracterização através dos parâmetros distintivos das mesmas.
No início de Maio de 2010, efectuou-se um ensaio de germinação de pinheiro manso, no viveiro da Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB). Utilizou-se semente recolhida no Parque Botânico. Pretendeu-se comparar a produção de plantas em contentor em dois substratos, na proporção de 2:1 v/v, de turfa com areia e turfa com superlite. A percentagem de germinação foi anotada no final de Maio, após o que se efectuaram mais quatro observações, com intervalos de uma semana entre cada uma. No final, em meados de Julho, foi anotada a altura de cada planta germinada. A percentagem de germinação foi melhor no substrato com turfa e areia. A germinação de pinheiro manso no substrato com turfa e superlite foi mais irregular. Relativamente à altura média por planta, o melhor resultado foi o obtido com o substrato com turfa e superlite.
O objectivo deste trabalho foi explorar a tecnologia WebSIG ou Web-Mapping e mostrar todos os processos necessários à instalação e utilização do software ArcIMS. Entre estes processos estão referidos: a forma de criar serviços de visualização, extração de informação e edição on-line. Também foram abordados aspectos relativos ao visualizador Java utilizado e formas de personalização do mesmo. Foi também efectuada uma comparação entre a tecnologia “open source” e a tecnologia comercial da ESRI. Todo este trabalho culminou na criaçào de um WebSIG que integrou dados referentes ao Plano de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Concelho de Idanha-a-Nova (PDFCI), com um objectivo futuro de disponibilizar essa informação geográfica na internet às entidades competentes de forma a constituir uma ferramenta de apoio à tomada de decisão, contribuindo para o auxílio dos vários agentes que se debatem com a tarefa de prevenir e combater incêndios florestais.
A paisagem actual da Bacia do Mediterrâneo não se assemelha minimamente à sua identidade primitiva. Durante o Mioceno, o clima da região era mais temperado e húmido, e a transição entre estações mais suave, favorecendo a vegetação Laurisilva. Após as glaciações, grande parte das espécies são forçadas a procurar refúgio ao abrigo das copas de formações arbóreas caducifólias (Antunes & Ribeiro, 2007), encontrando aí uma maior afinidade climática. Após esta evolução, os estados mais desenvolvidos das sucessões ecológicas da paisagem mediterrânica passam a ser dominados pelas espécies esclerófilas. Até à Revolução Neolítica, a floresta então dominada por quercíneas permaneceu mais ou menos indiferente à acanhada alteração humana. Com a sedentarização das populações, inicia-se a progressão das práticas agrícolas e pecuárias e do irretornável processo de desflorestação. O crescendo populacional, decorrente da maior disponibilidade de alimento, e o constante esgotamento da fertilidade do solo, conduzem à procura de novos espaços que respondam às necessidades de cultivo, pastagens, e lenha (Récio, 1989). Surge um sistema de exploração baseado na roça e no pousio, com uso recorrente do fogo, através do qual se faz regressar o bosque a uma etapa anterior da sucessão ecológica, o maquis, composto por formações arbustivas altas e fechadas. A continuidade da intervenção humana leva a um novo estádio de degradação, a garrigue, caracterizada por vegetação esparsa e baixa. São estas duas formações vegetais que dominam hoje a paisagem mediterrânica, completadas por espaços mais ou menos humanizados e resquícios de bosques primitivos, que apenas por obra do acaso lograram chegar às etapas clímax (Massoud, 1992). Neste contexto de paisagem mediterrânica profundamente alterada pelas actividades humanas, onde os ecossistemas nativos estão já consideravelmente fragilizados, importa relacioná-la com os cenários de mudança global previstos. A intenção deste artigo é, pois, reflectir sobre estes temas, procurando ainda contribuir para a divulgação da temática das invasões biológicas e realçar a importância da biodiversidade na bacia do Mediterrâneo.
Com este trabalho foi possível implementar na ESACB a técnica de biologia molecular Amplified Fragment Length Polymorphisms (AFLP), com vista à tipagem molecular de culturas de Listeria monocytogenes e outras Listeria spp., as quais tinham sido isoladas maioritariamente de queijo, leite cru e ambiente de uma queijaria. A técnica apresentou uma boa reprodutibilidade e poder discriminatório para Listeria monocytogenes e L. innocua. Relativamente à espécie L. ivanovii, obtiveram-se perfis com um reduzido número de bandas. Verificou-se a presença de uma banda com aproximadamente 850 pb, comum às amostras estudadas de L. monocytogenes e L. innocua.
Since the end of the 20th century, the European ma¬rkets and particularly the one of the North of Europe have a growing demand of medicinal and aromatic plants (MAP). The consumers' interest for polifontional species has been a reality in growth. A same species or genera of this group of plants can possess a series of uses: to feed, perfume, ornamental, cosmetics and pharmaceutical. The growing search of products of natural origin as al¬ternative to the use of synthesis products easy to obtain but with a semi craft labour, it has constituted a hard incentive for the development of larger produced volumes and ma¬rketed of aromatic and medicinal plants as well as a de¬mand in new ways vegetables of bioactive products. These last ones they are used so much in the domain of the health as in other sectors where are used that respect the ambient like phytopharmaceutical products. There are literally hundreds of medicinal and aromatic plants used in European herbal industry. The French pharma¬copoeia, for example, lists 421 plants that it considers as va¬lued sources of herbal medicine. As a consequence, the safety and quality of herbal medicines have become increasingly im¬portant concerns for health authorities and public alike. One in each five patients consume medicinal plants, 60-70% of the patients don't reveal to the doctor / pharmacist because: consider natural product as innocuous and have fear. The figure 1 shows the increasing in the world market of products to the base of Plants. The largest market is Europe, being responsible for 38% of the world market. The European country with the largest consumption sli¬ce is Germany, being responsible for 50% of the European market, following for France, England and Italy. The trade is above all driven through Germany, where they are most of the great companies importers. In Europe more than 2000 species are used with com¬mercial ends; The species more cultivated are: lavender, pity-opium and fennel. The larger cultivations in CE: are in France, Hungary, Germany and Spain. In no CE countries the greater cultivations are in Bulgaria and Albania. European German companies, dominate the global medicinal and aromatic plant sector. There are about 20 major wholesalers of MAPs and seven agents. There is an increasing interest in organic certified MAPs and about half of the importers and wholesalers also deal in organic plant material *although the quantities are small compa¬red to conventional products. Only very few importers and processors deal only in organic MAPs and spices.
A new report from the Food and Agriculture Organization of the United Nations (Steinfield et al., 2006) considers lives¬tock production as one of the major causes of the world's most pressing environmental problems. To optimize the rumen mi¬crobial system, feeds must be characterized according to their ingestive and degradation behaviour in the rumen (Tammin¬ga, 1996). Improving the efficiency of feed nitrogen (N) uti¬lization is the most effective means to reduce nutrient losses (Jonker et al., 2002). The challenge is to establish the minimal amount of protein required by dairy cows to achieve optimal, but not necessarily maximal, milk production. This study was designed to investigate the minimal request of N for normal microbial growth using in vitro gas produc¬tion technique, in different feedstuffs. As well as, the effects of different levels of N on the in vitro fermentation kinetics.
Cada vez mais as zonas interiores de Portugal necessitam de um olhar atento que conduza a politicas especificas e de uma estratégia multidisciplinar que possa sustentar um conjunto de acções que contribuam definitivamente e de uma forma clara para o desenvolvimento dessas mesmas áreas, devendo essa estratégia multidisciplinar abordar áreas como o Ordenamento do Território, a Ocupação do Solo, a Evolução da Paisagem, a Conservação da Natureza e o Desenvolvimento Rural. Assim, no âmbito do Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza, Universidade dos Açores, Edição Castelo Branco 2006/2007, procedeu-se a um estudo acerca dos efeitos das Politicas de Conservação da Natureza e Agro-Florestais, durante o período 1986–2007, na Evolução da Paisagem e Desenvolvimento Rural das freguesias de Monforte da Beira e Malpica do Tejo - Concelho de Castelo Branco, correspondendo esse estudo à tese do referido Mestrado. Este trabalho consistiu numa abordagem que tenta integrar as vertentes atrás referidas com o objectivo de conseguir chegar a um conjunto de considerações e/ou propostas que possam contribuir efectivamente para o apoio à decisão no delinear de uma estratégia que vise potenciar o desenvolvimento rural da área em estudo, tentando sempre atingir a harmonia entre as actividades humanas e a gestão e conservação da natureza e dos recursos naturais. No que diz respeito às conclusões do trabalho, percebe-se que é urgente que a politica de ordenamento do território, e sobretudo a ocupação dos solos e a gestão e conservação da natureza, sejam instrumentos fundamentais e que devem estar sempre bem presentes na definição de estratégias futuras que visem o desenvolvimento rural da área em estudo, pois só assim se conseguirá inverter a actual tendência de abandono do território rural existente nesta zona.
O presente trabalho tem como principal objectivo estabe¬lecer uma análise comparativa do processo de classificação supervisionada em três softwares distintos. Utilizando ima¬gens de satélite provenientes do Landsat 7 - sensor Enhanced Thematic Mapper Plus, foram elaborados três testes para a área de estudo correspondente à folha n° 331 da carta militar de Portugal, utilizando o primeiro três bandas e oito classes de ocupação do solo, o segundo três bandas e seis classes e o último seis bandas e seis classes. Os testes foram realizados em Idrisi Kilimanjaro, Envi + IDL v4.4 e PCI Geomatica v10.0, tendo sido os resultados posteriormente comparados recorrendo à estatística do Kappa de Cohen. Da análise da estatística Kappa conclui-se que os sof¬twares em análise produzem resultados bastante seme¬lhantes, tendo-se registado o valor de KHAT mais elevado (0.52) no teste 3 utilizando seis bandas e seis classes de ocupação solo. Os dados obtidos permitem ainda concluir que a redução do número de classes de ocupação do solo no algoritmo influencia positivamente o valor de KHAT, tal como a utilização de um maior número de bandas.
No ano 2012 os 25 docentes que integram a UTCCVA, para além da docência normal em diversos graus de ensino, deram continuidade ao desenvolvimento de ações conducentes à melhoria da sua formação académica e participaram em diversas atividades de investigação, experimentação e desenvolvimento em colaboração, ou não, com outras instituições, em prol dos seus alunos, da região e da comunidade em geral.
A Quinta da Sr.ª de Mércules é uma exploração agrícola propriedade do Instituto Politécnico de Castelo Branco – Escola Superior Agrária. Está localizada na Beira Interior Sul – Concelho de Castelo Branco. Nos 167 ha que a constituem existem, maioritariamente, terrenos de sequeiro e algumas áreas de regadio. A cultura predominante na Quinta é o olival tradicional. Nas zonas baixas foram instalados prados de regadio e pomares. Também se fazem culturas forrageiras de Outono/Inverno e de Primavera/Verão. Para a rega destas últimas é utilizada a água armazenada nos diversos poços e nas três charcas para rega existentes na Quinta. Entre a fauna rica e diversificada que se pode encontrar na Quinta da Sr.ª de Mércules incluem-se algumas espécies piscícolas. Com o objectivo de informar sobre as espécies piscícolas existentes, foram verificadas as três charcas e os poços da Quinta (Figura 1) tendo sido encontradas três espécies piscícolas diferentes. Na charca grande (Charca B) localizada na zona Este da Quinta (39º49’27,89’’N; 07º26’57,92’’O), foram identificados achigãs (Micropterus salmoides) e gambúsias ou peixe mosquito (Gambusia holbrokii). As duas charcas mais pequenas, Charca A localizada à entrada do Parque Florestal do lado direito (39º49’34,03’’N; 07º27’49,34’’O) e Charca C localizada por detrás do Parque de Máquinas à direita da estrada que dá acesso ao Edifício Principal (39º49’22,25’’N; 07º27’26,44’’O), estão povoadas com gambúsias ou peixe mosquito (Gambusia holbrokii). Em alguns poços, Poço 1 localizado no extremo Norte da Quinta (39º49’43,37’’N; 07º27’24,75’’O), Poço 2 localizado no parque à frente da Vacaria (39º49’33,36’’N; 07º27’17,49’’O), Poço 3 localizado atrás do Picadeiro (39º49’22,70’’N; 07º27’09,71’’O) e Poço 4 localizado num parque próximo das estufas (39º49’31,42’’N; 07º27’09,88’’O), foram encontrados pimpões (Carassius carassius). Os vários locais onde existem peixes estão identificados na figura 1 e de cada uma das espécies encontradas foi feita uma descrição detalhada. No âmbito deste trabalho foram produzidos três posters, documentos elaborados com o objectivo de divulgar de forma resumida, rápida e objectiva, as espécies piscícolas existentes.
O objetivo deste trabalho é apresentar o método de otimização de Jenks como alternativa para determinar os intervalos de classe em mapas temáticos gerados por métodos geoestatísticos. As análises foram realizadas utilizando o conjunto de dados do Aquífero Wolfcamp. Devido a assimetria dos dados, realizou-se uma transformação Box-cox e utilizou-se o estimador robusto de Cressie & Hawkins para estimar o semivariograma empírico dos resíduos. Utilizando o método de estimação de mínimos quadrados ajustou-se diversos modelos teóricos de semivariograma e por meio de estatísticas de validação cruzada escolheu-se um modelo esférico. Os parâmetros obtidos no ajuste foram utilizados para elaborar a matriz dos valores preditos por krigagem universal. Os elementos da matriz dos valores preditos foram classificados utilizando intervalos de mesma amplitude e otimização de Jenks, permitindo elaborar dois mapas temáticos. O índice de acurácia tabular (TAI) foi utilizado para identificar o melhor mapa temático por meio da classificação. O resultado mostrou que a melhor classificação foi obtida pelo método de otimização de Jenks.
O solo é um recurso natural não renovável à escala de tempo humana. O uso agrícola do solo deve ter por base o conhecimento da sua constituição a nível do perfil, da localização topográfica e das propriedades físico-químicas de forma a compatibilizar a produção agro-pecuária com a sustentabilidade do recurso solo e do ambiente envolvente. No presente trabalho foi efectuada a caracterização do uso agro-pecuário das parcelas da quinta da Senhora de Mércules, a evolução da fertilidade do solo ao longo do tempo e, com base nessa informação elaborou-se uma proposta de aptidão potencial para uso agro-pecuário dessas parcelas. Os solos classificam-se como Fluvissolos, Regossolos e Cambissolos. São predominantemente ácidos a pouco ácidos, com níveis elevados de fósforo e potássio. Os teores em matéria orgânica (MO) são muito variáveis. Nas parcelas com maior intensidade de pastoreio e de uso agrícola registam-se os valores mais elevados de MO e de nutrientes no solo, o que constitui uma fonte de poluição difusa. Pontualmente, observam-se valores de Zn, Ni e Cr, acima do limite estabelecido no DL 118/2006 de 1 de Junho, o que será, em princípio, devido às características do material originário. Relativamente à aptidão produtiva potencial, dividiu-se a área em duas classes, uma de Mobilização Mínima e outra de Zonas Sensíveis, por limitação ao pastoreio, excesso de alguns metais pesados e zona de baixa com risco de degradação química e poluição difusa para águas subterrâneas e superficiais. Aconselha-se a monitorização da qualidade do solo nas parcelas da classe Zonas Sensíveis.
Os hábitos alimentares de uma população estão diretamente relacionados com a saúde, bem estar e constituição física dessa mesma população. Embora em Portugal se observe um predomínio da dieta mediterrânica, os hábitos alimentares variam entre populações e entre famílias de uma determinada população, dependendo da tradição, da cultura, da educação e do rendimento das famílias. Contudo, ao longo do período de frequência do ensino superior, os alunos vão alterando os hábitos alimentares que predominam em ambiente doméstico. Tendo em consideração que a Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESA/IPCB) tem em funcionamento o curso de Nutrição Humana e Qualidade Alimentar (NHQA), procurou-se, através deste estudo, caracterizar os hábitos alimentares dos alunos da ESA/IPCB em ambiente doméstico, de modo a, numa fase posterior, avaliar a alteração de hábitos alimentares no final da frequência do ensino superior. Para tal realizou-se um questionário dirigido aos alunos, que decorreu na 2ª feira e 3ª feira, sobre a alimentação realizada em casa da família, no sábado anterior. Do conjunto de resultados obtidos, 171 questionários válidos, podemos concluir que a maioria dos alunos da ESA/IPCB, em ambiente familiar, faz as quatro refeições tradicionais - pequeno almoço, almoço, lanche e jantar. Contudo verifica-se que 15% dos alunos não tomaram pequeno almoço e 30% não lancharam. Observou-se um baixo consumo de sopa, apenas 38% dos alunos comeram sopa ao jantar e 16% dos alunos comeram sopa almoço, assim como baixo consumo de vegetais e fruta, o que indicia um afastamento da dieta mediterrânica.
Para estudar a influência da disponibilidade de água no crescimento e qualidade do pêssego (Prunus persica L. Batch) durante a fase de rápido crescimento do fruto, foram aplicadas, na campanha de rega de 2011, diferentes dotações de rega em pessegueiros das cultivares ‘Andross’ e ‘August Orebrad’, numa exploração localizada no extremo sul do concelho do Fundão. Os tratamentos foram estabelecidos de modo a aplicar a água necessária para suprir 100% (T100), 70% (T70) e 50% (T50) da ETc, durante o período de maior crescimento do fruto (fase III). A produtividade foi muito semelhante, não se tendo registado diferenças significativas entre os tratamentos de rega. Contudo, a produtividade teve comportamento crescente à medida que a restrição hídrica diminuiu. O peso do fruto, o teor de açúcares e a dureza da polpa foram afetados pelos tratamentos de rega. O tratamento sem restrição hídrica (T100) esteve associado ao maior peso médio do fruto, ao menor teor de açúcar e à menor dureza da polpa, verificando-se o inverso no tratamento com maior restrição hídrica (T50). Um estudo económico baseado no efeito da carga no crescimento do fruto permitiu separar o efeito da carga do efeito da restrição hídrica sobre o crescimento do fruto e determinar a carga ótima correspondente ao máximo benefício para o produtor. O valor da carga ótima para as condições do modelo correspondeu a cerca de 40 t/ha na modalidade sem restrições hídricas e entre cerca de 20-25 t/ha nas modalidades de rega deficitária nas duas cultivares.
Na região da mina de Fonte Santa ocorrem filões de quartzo mineralizados em W, com scheelite, que cortam quartzitos do Ordovícico Inferior aflorantes nas imediações de granitos Variscos, e que se relacionam com a zona de cisalhamento de Moncorvo-Bemposta. Alguns filões com scheelite têm quartzo recristalizado e brechificado e sulfuretos associados, tendo sido explorados para volfrâmio (W) entre 1942 e 1982. As águas relacionadas com a mina da Fonte Santa são pouco mineralizadas, com condutividade eléctrica < 965 μ S/cm, e classificadas como de tipo misto. A maioria dos valores de pH (pH = 5.0 - 8.5) indicam que não há drenagem ácida significativa associada às actividades mineiras e os valores mais ácidos (pH = 3.4) foram obtidos numa lagoa da mina. Nas águas associadas com os filões mineralizados e antigas explorações foram encontradas concentrações elevadas de Fe e Mn que proíbem o seu consumo humano e utilização na agricultura.
A fraca disponibilidade de recursos energéticos não renováveis reflecte-se na crescente procura e na maior relevância dos biocombustíveis, em particular do biodiesel, no panorama nacional. Esta fonte de energia de carácter biológico pode ser obtida a partir de várias matérias-primas de onde se destacam as oleaginosas e as microalgas. Embora sendo de etiologia diferente ambas possibilitam a utilização dos seus óleos que, após sofrerem transesterificação, originam a mistura de ésteres alquílicos designada por biodiesel. Com o objectivo de produzir biodiesel a partir de microalgas foram realizados seis crescimentos da microalga Chlorella protothecoides em reactores batch, em modo fotoautotrófico. A biomassa algal foi utilizada para a extracção dos lípidos e para a produção e análise do biodiesel. Realizou-se o controlo do crescimento da biomassa através de análises diárias. A alga foi colhida durante a fase estacionária de crescimento. A biomassa colhida foi sujeita a tratamentos de centrifugação, ultracongelação, liofilização e moagem, após os quais se procedeu à extracção dos lípidos. Obteve-se um rendimento de lípidos de 12,05%. Os lípidos extraídos foram transesterificados pelo método de Lepage e Roy com o objectivo de produzir biodiesel e simultaneamente derivatizar os ácidos gordos constituintes dos triglicéridos algais de modo a poderem ser analisados por cromatografia gasosa. Pela análise cromatográfica verificou-se que o biodiesel contém uma quantidade exagerada do ácido gordo linolénico 18:3Ω3 (≈ 56% relativamente ao total de ésteres metílicos) o que potencia uma estabilidade oxidativa baixa, incompatível com as exigências requeridas para o biodiesel comercial. No entanto, se o óleo das microalgas for misturado com outros óleos bastante saturados, o biodiesel final produzido a partir desta mistura tornar-se-á viável.
O conhecimento do comportamento do fogo é essencial quando se quer organizar uma estratégia de controle de incêndios. A grande diversidade de elementos dos quais o fogo depende, torna a sua predição muito difícil, conduzindo muitas vezes a situações em que qualquer tentativa de extinção é fracassada. O sistema BEHAVE consiste numa série interactiva de programas de computador em linguagem Fortran VII, que permite prever o comportamento do fogo mediante a análise dos combustíveis da área em estudo. Este sistema é por sua vez dividido em dois outros sub-sistemas; o FUEL, que é responsável pela modelação dos combustíveis e o BURN que faz a previsão do comportamento do fogo. Na execução deste trabalho criaram- se novos modelos com base no sistema referido, sendo aplicáveis a quatro tipos de ecossistemas presentes no Parque Natural da Serra de S. Mamede.
Um dos principais objectivos da criação da Reserva Natural da Serra da Malcata foi a protecção ao lince ibérico (Lynx pardina Temminck) numa área onde se podem encontrar e preservar as fitocenoses mais favoráveis para o seu desenvolvimento, devido ao grande avanço dos povoamentos florestais intensivos. A Reserva Natural da Serra da Malcata está localizada entre a parte setentrional do concelho de Penamacor (distrito de Castelo Branco) e o extremo sueste do concelho de Sabugal (distrito da Guarda), estendendo-se para leste em direcção à fronteira espanhola. A serra da Malcata está incluída, sob o ponto de vista geológico, no complexo xisto-grauváquico, na transição do Pré-Câmbrico para o Câmbrico, existindo um filão de quartzo que atravessa a serra e que tem vários afloramentos rochosos. Do ponto de vista geomorfológico apresenta uma série de cumes arredondados orientados essencialmente na direcção NE-SW. Tem o seu ponto culminante na Machoca à altitude de 1078 m e a cota mais baixa no rio Bazágueda, a 425 m. A rede de linhas de água separa-se em três conjuntos hidrográficos, assim distribuídos de Norte para Sul: rio Côa, ribeira da Meimoa e rio Bazágueda, pertencendo à primeira à bacia hidrográfica do rio Douro e os últimos à do rio Tejo. Os solos são litólicos de origem xistosa e textura mediana, associados por vezes, nas baixas, a aluviossolos modernos, com um enclave de cambissolos a Norte. A pluviosidade média anual, nos postos udométricos do Sabugal (790 m de altitude) e de Penamacor (500 m de altitude), é de 858,5 mm e de 834,2 mm, respectivamente. Estes valores foram calculados para o período de 1932 a 1960. A precipitação estival é de 39,3 mm no Sabugal e de 34,4 mm em Penamacor. Segundo Albuquerque (1978) a temperatura média anual deve oscilar entre os 10ºC no ponto culminante e os 14ºC na base. O piso bioclimático de Emberger é húmido com variantes de Inverno frio nos cumes e vertentes norte, de Inverno fresco nas médias e altas altitudes das vertentes meridionais e de Inverno temperado na base sul da serra (Alcoforado et al., 1982).
Os primeiros métodos de identificação que se conhecem tiveram a ver com a marcação a fogo de humanos criminosos e foram utilizados em diferentes regiões do globo. Mais tarde e com a implementação de sistemas de exploração de grandes grupos de animais em regime extensivo, os criadores rapidamente perceberam que seria indispensável utilizar métodos de marcação. Estes deveriam permitir uma identificação de tal modo eficiente que relacionasse o animal com o seu proprietário. Para a grande maioria dos criadores, a marca ou ferro não era exclusivamente um método de identificação, mas também um motivo de orgulho. Nestes últimos anos, a identificação tornou-se indispensável como consequência da intensificação da exploração dos animais. Constituindo a primeira etapa dos registos zootécnicos, é a base da conduta racional de um grupo de animais, permitindo programar de modo mais eficiente o melhoramento animal, o ordenamento da sua produção e reprodução, o seu controlo sanitário e o seu comércio e transporte. A identificação animal consiste na colocação de sinais individuais suficientemente precisos, permitindo a qualquer observador reconhecer um dado animal no meio de um grupo de animais da mesma espécie. Uma identificação eficaz caracíeriza-se por ser duradoura e de fácil aplicação e observação. São dois os tipos de identificação que se podem usar: - identificação oficial ou nacional; - identificação da exploração, facultativa mas complementar da anterior. Neste trabalho vamos abordar apenas aspectos relacionados com a identificação oficial ou nacional, obrigatória para todos os animais da espécie bovina.
A prática da protecção integrada em pomares de pereira Rocha, na região do Oeste, iniciou-se durante a década de oitenta. Tal como noutros países o principal motivo de adesão dos fruticultores à protecção integrada deveu-se à inviabilidade técnica e económica dos calendários de tratamentos preconizados na luta química cega, com o consequente acréscimo dos custos de protecção. Efectivamente, o uso irracional de pesticidas de largo espectro de acção e elevada toxicidade para os auxiliares existentes no ecossistema favoreceu o aumento dos ataques de determinados inimigos da cultura como é o caso da psila na pereira. Também, as preocupações com o ambiente e as exigências dos mercados externos relativamente ao teor de resíduos de pesticidas contribuiu para a crescente consciencialização do fruticultor. Na protecção integrada pretende-se promover a limitação dos inimigos das culturas através da aplicação de meios de luta cultural, genética, autocida, biológica ou quando necessária, química tendo em consideração preocupações de natureza económica, ambiental e de saúde pública. Deste modo, o agricultor para tomar uma decisão em relação a determinado inimigo da cultura, tem obrigatoriamente de efectuar a estimativa do risco para avaliar qual a intensidade de ataque do inimigo na cultura e o risco associado. Posteriormente, deverá determinar a possibilidade de ocorrência de prejuízos, através da comparação das observações efectuadas no pomar com o nível económico de ataque. Por último, caso se verifique que o custo dos tratamentos é inferior ao valor da redução da produção justifica-se a realização de um tratamento, sendo necessário efectuar a selecção do meio de luta. Toda esta metodologia de trabalho pressupõe maior conhecimento do ecossistema agrário, nomeadamente dos inimigos da cultura (pragas, doenças e infestantes), dos auxiliares, da cultura, da influência dos factores edafo-climáticos no seu desenvolvimento e dos meios de luta disponíveis. Este aumento de conhecimento do fruticultor permite a racionalização da utilização dos pesticidas com os consequentes benefícios económicos e ecológicos, traduzindo-se pela elevada adesão dos fruticultores em vários países da União Europeia (Alemanha, Holanda, Bélgica e Itália).
A pereira Rocha ocupa cerca de 75% da área de pereiral cultivada em Portugal (INE, 1993) assumindo particular importância na Região do Oeste, nos concelhos de Torres Vedras, Bombarral, Cadaval, Lourinhã, Óbidos, Caldas da Rainha e Alcobaça. Trata-se de uma variedade portuguesa que possui boas características pomológicas e de resistência ao transporte, bem como excelentes aptidões quer para o mercado interno, quer para a exportação. A obtenção de produtividades anuais dos pomares dentro de valores capazes de satisfazerem as necessidades de mercado, apresentando, simultaneamente, elevados padrões de qualidade dos frutos, mesmo após longos períodos de conservação, obriga a um esforço conjugado no sentido da racionalização das técnicas de produção. Entre estas inclui-se a manutenção de um estado de nutrição mineral do pomar equilibrado, dada a sua influência sobre o nível da produção e sobre a qualidade da mesma. Ora, a fertilização racional de um pomar impõe que se conheça, à partida, o estado de nutrição actual das plantas que o compõem, constituindo a análise foliar a base de diagnóstico mais poderosa que, para o efeito, se encontra actualmente disponível (Lucena, 1997; Guardiola, 1998). A utilização da análise foliar, como suporte ao diagnóstico do estado de nutrição das culturas, fundamenta-se na relação que existe entre as concentrações totais dos nutrientes nas folhas, em fases específicas do desenvolvimento das plantas, e os níveis de produção ou de qualidade desta que atingem (Bould, 1972). No entanto, a interpretação dos resultados da análise foliar constitui a fase mais delicada de todo o processo de diagnóstico, concentrando-se neste aspecto a maioria dos esforços da actual investigação nesta área. Pretende-se, assim, desenvolver sistemas de interpretação dos resultados da análise foliar que permitam identificar o nutriente, ou os nutrientes, que limitam a produção e/ou a sua qualidade (Benton-Jones Jr., 1993). Em todos os casos os resultados da análise foliar da amostra do pomar sujeito a diagnóstico são comparados com valores de referência, estabelecidos a partir de ensaios de campo ou de elevado número de pomares em observação durante determinado período de tempo. No entanto, a composição mineral das folhas está sujeita à influência de factores de diferente natureza variando, nomeadamente, com a espécie e a cultivar, a idade e a posição da folha, a fertilização aplicada, as características do solo, as práticas culturais, o estado sanitário do pomar, o porta enxerto e as condições climáticas, entre outros (Marschner, 1995). Acresce, ainda, que se estabelecem interacções entre os próprios nutrientes ao nível da sua absorção e translocação na planta definindo o equilíbrio nutricional da planta o que torna bastante complexa a interpretação dos da análise foliar. Outros aspectos, como efeitos de diluição ou de concentração dos teores foliares, devidos quer ao normal crescimento e desenvolvimento das plantas, quer os induzidos por crescimentos anormais ou, pelo contrário, por paragens de crescimento devidos à ocorrência de factores aleatórios de natureza diversa podem, também, mascarar os resultados da análise foliar. Tais limitações podem ser ultrapassadas, ainda que parcialmente, através da utilização de sistemas de diagnóstico dinâmicos que têm em consideração a fase do ciclo vegetativo da cultura e o equilíbrio entre as concentrações foliares dos diferentes nutrientes (Lucena, 1997). Deles são exemplo, nomeadamente, o sistema baseado no equilíbrio nutricional evolutivo (ENB), apresentado por Carpena e Carpena em 1982, o sistema integrado de diagnóstico e recomendação (DRIS) proposto por Beaufils (1973), desenvolvido por diversos autores como Walworth e Sumner (1987) e Beverly (1987) e, mais recentemente, o sistema compositivo de diagnóstico (CND), concebido por Parent e Dafir (1992). Do que atrás foi sucintamente referido resulta que a utilização de valores de referência, mesmo que para a mesma espécie, obtidos em condições edafo-climáticas distintas daquelas em que se encontram os pomares sujeitos a diagnóstico, deve ser feita com reserva e tendo sempre presente o seu passado cultural e as condições actuais do pomar a que se refere a amostra de folhas analisada. Acresce, ainda, que a influência das condições climáticas prevalecentes em cada ciclo cultural, conjugadas com a ocorrência de acidentes meteorológicos por vezes inesperados, condiciona a nutrição e a produtividade dos pomares levando a que diversos autores, como Failla et al. (1993) defendam que tais valores de referência devam ser ajustados anualmente. Pese embora o interesse económico da pêra Rocha no quadro da produção frutícola nacional, escassos eram os resultados experimentais publicados até há uma dezena de anos, particularmente no âmbito da fertilização racional e da avaliação do estado de nutrição dos pomares. São de referir, no entanto, os trabalhos desenvolvidos na Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade por Ferreira (1985) e Couto (1987). Mas, dada a manifesta insuficiência dos estudos então realizados e tendo em conta, sobretudo, a modernização das técnicas de condução dos pomares e as actuais exigências comunitárias em matéria de normas de qualidade dos frutos e de aplicação controlada e racional de fertilizantes, iniciou-se, em 1992, a execução do Projecto de Investigação 185/92 do Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIA) " Pêra Rocha": efeito das condições pedo-climáticas e nutricionais do pomar na qualidade e poder de conservação dos frutos submetidos a diferentes regimes de atmosfera controlada levado a cabo por uma equipa constituída por elementos do Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva (LQARS) e da Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade (ENFVN). Em sua continuação, encontra--se em curso o Projecto nº 6034 do PAMAF "Estudo do efeito das condições pedo-climáticas, do estado de nutrição do pomar e das operações pós-colheita na qualidade e poder de conservação da pêra cultivar Rocha, em diferentes regimes de atmosfera controlada" integrando na sua equipa, para além de elementos das citadas instituições do INIA, outros da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica e do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico. Parte dos resultados obtidos no decurso da realização do primeiro projecto de investigação já se encontram publicados, apresentando-se no presente trabalho os que consideramos ser de interesse mais imediato no âmbito da nutrição mineral da pereira Rocha. Entre os objectivos dos referidos projectos de investigação incluem-se alguns mais directamente relacionados com os aspectos da nutrição mineral da espécie e cultivar em questão, nomeadamente (Soveral-Dias et al., 1991;1996): - Estabelecer critérios de fertilização racional para os pomares de pereira Rocha, particularmente no caso do azoto. - Estabelecer valores de referência para os teores foliares que permitam melhor interpretar os resultados da análise química das folhas e, assim, diagnosticar o estado de nutrição dos pomares. - Definir épocas de amostragem de folhas que permitam efectuar o diagnóstico do estado de nutrição dos pomares em fases do ciclo vegetativo das plantas compatíveis com a aplicação de fertilizantes, sem prejuízo da qualidade e do poder de conservação dos frutos. - Definir a época mais adequada de colheita de frutos e estabelecer critérios para a sua determinação, mediante a aplicação de métodos laboratoriais simples, bem como a composição mineral dos frutos que indicie melhores potencialidades de conservação em atmosfera controlada. No âmbito do primeiro projecto de investigação referido foram instalados três ensaios de fertilização, em pomares tradicionais de pereira Rocha, contemplando diferentes níveis de aplicação de azoto (variando entre 0 e 240 g de N por árvore) na presença de boro (2,1 g de B por árvore) e na sua ausência. Estes ensaios, instalados em 1992, ainda se encontram em curso. Simultaneamente, foram seleccionados oito pomares tradicionais da mesma variedade, com idades distintas, instalados em diferentes condições pedo-climáticas e localizados nas zonas mais representativas da produção desta variedade de pêra. Nestes pomares, durante os anos de 1992 a 1995, foi efectuado um primeiro ciclo de observações que contemplaram, nomeadamente, amostragens foliares ao longo do ciclo vegetativo das plantas, controlo final da produção, avaliação de algumas características da sua qualidade intrínseca e da sua composição mineral à colheita. Um segundo ciclo de observações decorre, no âmbito do já citado projecto de investigação PAMAF, em oito novos pomares instalados em condições distintas de solo e clima e sujeitos a diferentes técnicas culturais, nomeadamente no que diz respeito à aplicação de fertilizantes, veiculados, na maioria dos casos, através da fertirrega.
O presente estudo tem como objetivo identificar as circunstâncias que propiciaram o surgimento do secretariado moderno e evidenciar as suas caraterísticas primordiais. Posteriormente, determinam-se as competências exigidas ao profissional de secretariado no mundo global em que nos encontramos: competências científicas e tecnológicas; competências comportamentais e competências profissionais. Os exemplos concretos aportados facultam uma compreensão clara do processo evolutivo da profissão. A internacionalização dos serviços e das empresas é uma realidade incontornável nos nossos dias e anima o mercado de trabalho no âmbito do Secretariado. Longe de se ver ameaçada, a atividade, em permanente evolução, tem sabido adaptar-se e acaba por ver a sua importância reforçada, dado o significativo acréscimo de exigências e responsabilidades que lhe são atribuídas.
A aquisição de línguas estrangeiras revela-se imprescindível para a formação do profissional de Secretariado na era da globalização em que vivemos. Não obstante a importância do inglês e do espanhol na rápida integração no contexto empresarial dos nossos dias, é inegável o papel diferenciador do domínio do francês. Dado que pertencem à mesma família linguística, o francês e o português apresentam algumas semelhanças, tanto a nível fonológico como morfológico, que induzem, frequentemente, o aprendente de francês língua estrangeira em erro. Decorrente dos estudos realizados pela Análise Contrastiva, a expressão falsos amigos refere-se a palavras que em geral têm uma origem comum, são morfologicamente semelhantes entre diferentes línguas, mas apresentam significados diferentes. Com este estudo pretendemos apresentar um conjunto de falsos amigos da área específica do francês para fins empresariais a partir de um corpus de produções orais e escritas de alunos de Secretariado, contribuindo, deste modo, para a facilitação do processo de ensino/aprendizagem do francês língua estrangeira.
Encuadrado tanto dentro del proyecto financiado por el programa Erasmus+ de la UE, ICCAGE – Intercultural Communicative Competences: An Advantage for Global Employability (2105-1-CZ01-KA203-013992), que pretende incrementar la competencia comunicativa intercultural de los estudiantes de enseñanza superior de Portugal, España, Hungría y la República Checa, para así hacer frente a los elevados niveles de paro juvenil existentes en estos cuatro países europeos, como en el programa de mejora de la formación de alumnos en la licenciatura de Secretariado de la Escuela Superior de Educación del Instituto Politécnico de Castelo Branco, surge el presente estudio de caso. El objetivo central del mismo es identificar qué competencias comunicativas interculturales, específicas del turismo de hospitalidad, necesitan incorporar y activar los recepcionistas de hotel portugueses a la hora de actuar eficazmente en sus encuentros de servicio con clientes hispanohablantes provenientes de España. En este artículo exponemos el análisis teórico que fundamenta este estudio de caso, describimos el diseño metodológico adoptado, así como el trabajo de campo que llevaremos a cabo en esta investigación, y, 1 Instituto Politécnico de Castelo Branco / Escola Superior de Educação lgomes@ipcb.pt; marg.morgado@ipcb.pt; imatos@ipcbcampus.pt Idalina Ascensão - Alumna del tercer curso de la licenciatura en Secretariado de la Escuela Superior de Educación del Instituto Politécnico de Castelo Branco. Práxis e Inovação em Secretariado por último, adelantamos qué tratamiento daremos a los resultados obtenidos.
O atual avanço tecnológico torna necessária uma aproximação entre todas as instituições sociais e, neste contexto, o profissional de secretariado deve saber utilizar os meios tecnológicos/digitais para poder produzir e difundir informação com qualidade e clareza. As Tecnologias de Informação e Comunicação pretendem constituir-se como um conjunto de intervenções favoráveis à aquisição de competências científicas, pedagógicas e técnicas neste domínio e, por esta via, um espaço dedicado ao estudo, à reflexão e à crítica como componentes essenciais de formação e desenvolvimento pessoal, indispensáveis à vida profissional. No momento em que se comemoram 20 anos do curso de Secretariado da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, ainda que sob diversas denominações, pretende-se com o presente trabalho retratar a evolução do perfil do profissional de secretariado tendo por base a influência das Tecnologias da Informação e Comunicação, assim como fazer uma breve resenha acerca das competências que o profissional desta área deve adquirir ao nível das Tecnologias da Informação e Comunicação. É ainda feito um estudo de caso da utilização do software Simple Concordance Program na elaboração do estudo de concordância do discurso de tomada de posse do atual Presidente da República.
Provas públicas apresentadas à Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do Título de Especialista em Desenvolvimento de Sistemas de Informação.
A planta aromática e medicinal Origanum vulgare pertence à família Lamiaceae. Esta erva aromática é vulgarmente chamada de orégão vulgar ou manjerona selvagem e são utilizadas várias partes da sua estrutura física para diversos fins, pois os seus metabolitos secundários conferem-lhe algumas propriedades tanto condimentares como medicinais. Trata-se de um artigo de revisão abordando diversos aspetos das possíveis utilizações desta planta espontânea no nosso país.
A conservação da Emys orbicularis tem vindo a ser desenvolvida em várias zonas de Portugal, nomeadamente no Monte Barata. Nesse sentido, elaborou-se uma análise fitossociológica que poderá ser concluída com base nos dados recolhidos; análises à água que mostram que as ribeiras detêm uma boa qualidade da água; realizaram-se censos que nos permitiram depreender que a população de E. orbicularis no Monte Barata é pequena e análises dos dados meteorológicos que nos informaram sobre a atividade da espécie. Desta forma, estabelecemos possíveis ameaças e sugerimos novas medidas a adotar para que se possam criar melhores condições ao nível de habitat, alimentação e reprodução da espécie.
O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo comparativo em microplantas de castanheiro com dois sistemas de expressão e desenvolvimento radicular, in vitro e ex vitro, e com duas intensidades luminosas (150 e 250 μmol m-2 s-1) durante a aclimatização, e a sua influência no desenvolvimento das microplantas durante esta fase, através da quantificação de parâmetros fotossintéticos. A concentração de clorofilas, após os tratamentos de aclimatização, dependeu quer do tipo de sistema radicular que as plantas possuíam no início da aclimatização, quer do regime luminoso a que as plantas estiveram submetidas. As plantas com enraizamento in vitro e aclimatizadas sob menor irradiância foram as que apresentaram valores superiores para a clorofila total (7,74 mg g-1ps), mas com o valor mais baixo na razão entre clorofila a/b (2,7). Quando comparamos os valores registados para os parâmetros fotossintéticos das plantas dos diferentes tratamentos, verificamos que as taxas de fotossíntese aparente vão gradualmente aumentando à medida que as novas folhas se vão desenvolvendo (0,75 μmol CO2 m-2 s-1 nas folhas persistentes e 3,43 μmol CO2 m-2 s-1 na folha 3 das plantas aclimatizadas a 250 μmol m-2 s-1). O mesmo acontece na capacidade fotossintética (3,93 μmol O2 m-2 s-1 nas folhas persistentes e 7,87 μmol O2 m-2 s-1 na folha 3 das plantas aclimatizadas a 250 μmol m-2 s-1). Estes valores foram tendencialmente superiores nas plantas com enraizamento ex vitro e aclimatizadas a maior irradiância, pelo que a um melhor sistema radicular e uma maior disponibilidade luminosa correspondeu um acréscimo na competência fotossintética, o que resultou num melhor desenvolvimento morfofisiológico das plantas.
Em solos de menor aptidão agrícola a figueira-da-índia tem interesse como cultura alternativa, quer para a produção de fruto quer como espécie forrageira. Foram caracterizados e avaliados, quanto ao vigor vegetativo e produção de biomassa, por métodos não destrutivos e nos dois primeiros anos após a plantação, 16 ecótipos portugueses e duas variedades italianas (“Gialla” e “Bianca”) de figueira-da-índia (Opuntia ficus-indica (L.) Miller). A produção de biomassa e vigor vegetativo foram aferidos através da determinação do número de cladódios, área de cladódios e peso verde por planta. Através da análise biométrica de 180 cladódios, foram estabelecidos modelos lineares para a quantificação não destrutiva da área de cladódios e do peso verde por planta. Não foi possível estabelecer um modelo linear para a quantificação não destrutiva da matéria seca. Relativamente aos parâmetros estudados, verificou-se a existência de diferenças significativas entre as populações. Das dezasseis populações portuguesas de O. ficus-indica em avaliação, é possível eleger um grupo de quatro ecótipos que não diferem significativamente da variedade “Gialla” em termos de produção de biomassa. A variedade “Gialla” destaca-se das restantes populações, o que reflete a sua origem como material vegetal melhorado. O grupo de ecótipos eleitos apresenta reduzido número de espinhos e poderá constituir material de partida para iniciar um programa de melhoramento desta espécie.
No início de junho de 2014, efetuou-se um ensaio de estacaria de medronheiro (Arbutus unedo L.) na estufa do viveiro florestal da Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESA/IPCB). Selecionou-se um medronheiro no Parque Botânico da ESA/IPCB, de origem seminal (com cerca de 30 anos), com bom vigor vegetativo, onde foram recolhidas 150 estacas. Utilizaram-se, também, 150 estacas terminais provenientes de plantas jovens com um ano, provenientes de sementes de plantas de medronheiro do campus da ESA/IPCB. Pretendeu-se comparar a capacidade de enraizamento de estacas obtidas a partir de plantas jovens com estacas retiradas de uma planta adulta, sujeitas a diferentes tratamentos: a aplicação de diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB) (0, 2000, 5000 e 8000 ppm) após realização de uma ferida longitudinal na base da estaca. Os parâmetros analisados foram a taxa de enraizamento e o número de estacas com callus, mortas e vivas. Contou-se o número de raízes (NR) e mediu-se o comprimento da maior raiz (CMR), em cada estaca enraizada. A recolha de dados teve lugar três meses após o estabelecimento do ensaio. Nas estacas ”jovens” e adultas os tratamentos não tiveram efeitos significativos nos diferentes parâmetros analisados, exceto no parâmetro formação de callus em estacas adultas e no NR e CMR das estacas jovens. Nas estacas provenientes de plantas jovens obtiveram-se valores entre 80% e 90% de enraizamento com a aplicação de AIB, valores não significativamente diferentes dos tratamentos testemunha (73%) e só ferida (80%). Nas estacas provenientes da planta adulta obteve-se 10% de enraizamento nos tratamentos com 2000 e 5000 ppm de AIB e no tratamento com 8000 apenas enraizaram 3% das estacas. Nos tratamentos testemunha e apenas ferida não enraizou nenhuma estaca. Nas estacas jovens, os valores mais elevados para o NR e o CMR foram obtidos no tratamento de 8000 ppm de AIB, com 13,3 raízes e 9,6 cm, em média, respetivamente. Pudemos comprovar que esta espécie é recalcitrante ao enraizamento no estado adulto, embora só tenha sido testado um genótipo e, em estado jovem, a aplicação de auxina (juntamente com a realização de ferida) aumenta a qualidade do enraizamento, mas não a quantidade.
Dada a verificação da existência de inúmeros incidentes de várias origens, em toda a vida útil de um qualquer edifício, foi publicado em 12 de novembro de 2008 o Decreto-Lei n.º 220/2008, o qual estabeleceu o novo Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndios em Edifícios (SCIE). Este novo diploma procurou garantir que os novos edifícios, bem como os já existentes, dispusessem de um maior grau de segurança para os seus utentes através da obrigatoriedade de implementação de equipamentos e sistemas de segurança, bem como de uma efetiva manutenção, durante todo o ciclo de vida e utilização desses mesmos edifícios. Com a publicação deste normativo legal, surgiu também uma nova preocupação de forma a dar resposta à gestão de segurança contra incêndios em edifícios e recintos, durante a exploração ou utilização dos mesmos, preocupação esta, denominada por Medidas de Autoproteção. De modo a garantir o encaminhamento rápido e seguro dos ocupantes de um determinado espaço ou edifício para o exterior é necessário, antes de mais, conhecer bem o espaço que se está a ocupar, mas também ter consciência de que a evacuação se torna mais fácil quando se está na presença de utentes com boas capacidades de perceção de um alarme e com boas capacidades de locomoção. Tal não se verifica quando estamos na presença de utentes com idades inferiores a seis anos e pessoas idosas. Numa situação de incidente a maior preocupação deverá ser a evacuação dos utentes do edifício. Neste trabalho procura-se focar a problemática do planeamento da evacuação de utentes com capacidades vulneráveis durante a execução do Plano de Evacuação, parte constituinte do Plano de Emergência Interno tal como previsto através do número 5 do Artigo 205º da Portaria n.º 1532/2008 de 29 de dezembro, bem como formular propostas que sejam aplicadas em projetos futuros, de modo a que a evacuação deste tipo de utentes seja entendida como a maior preocupação a observar numa situação de emergência.
O risco de incêndio nos centros históricos tem sido uma problemática de difícil resolução ao longo de vários anos. A resolução de problemas desta natureza será tanto mais fácil quanto melhor conhecermos a realidade existente. Assim, neste trabalho, caracteriza-se o risco de incêndio de um conjunto de edifícios que representam de forma genérica o edificado existente no centro histórico de Castelo Branco, com base na sua ocupação, volumetria e utilização. Os edifícios em estudo são, como na maioria dos centros urbanos antigos, de pequena altura (inferior a 4 pisos) com uma construção mista de pedra e madeira. De entre os vários métodos de análise de risco de incêndio existentes, neste estudo utilizou-se o Método de Gretener para calcular o risco de incêndio na zona do centro histórico da cidade de Castelo Branco, a Rua dos Peleteiros. Os resultados obtidos permitiram concluir que os edifícios de construção tradicional com um máximo de 2 pisos e utilizações correntes, tais como habitação e comércio, apresentam um risco de incêndio dentro dos valores aceitáveis. Obtém-se os mesmos resultados para os edifícios com construções em betão. O Método de Gretener permitiu uma avaliação expedita do risco de incêndio, no entanto, de forma a obter um valor de risco admissível, foi necessária a implementação de medidas ativas em alguns edifícios, tais como a instalação de um sistema automático de deteção de incêndios e a formação de pessoal.
As medidas de autoproteção são disposições de organização e gestão da segurança, que têm como objetivo incrementar a segurança de pessoas e dos edifícios/recintos face ao risco de incêndio. Estas medidas incluem no seu conjunto procedimentos de prevenção, preparação e resposta face a um cenário de incêndio. Aplicam-se a todos os edifícios e recintos, incluindo os existentes, de acordo com o estipulado no artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro (regime jurídico da segurança contra incêndio em edifícios). Estas medidas são determinadas em função da utilização-tipo e da respetiva categoria de risco. As medidas de autoproteção são atualmente um instrumento preventivo e de gestão operacional que sistematizam um determinado conjunto de procedimentos estabelecidos com o objetivo de reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio, de limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios, de facilitar a evacuação e salvamento dos ocupantes em risco e ainda de permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro. O presente trabalho consiste na verificação das medidas de autoproteção do Conservatório Regional de Castelo Branco localizado em zona histórica. A localização do edifício, os antecedentes históricos e os processos construtivos que o caracterizam, são fatores que constituem um risco acrescido na resposta a situações de emergência por parte dos utilizadores que usufruem das instalações e serviços. Para que as medidas de autoproteção possam ser implementadas é necessário o levantamento de várias condicionantes dos edifícios, tendo sempre em consideração a utilização-tipo dos edifícios/recintos, assim com a categoria de risco. O Conservatório Regional de Castelo Branco, estando dotado dos meios necessários de combate ao incêndio, nomeadamente o sistema automático de detecção de incêndios, deve também implementar as medidas de autoproteção.