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A gestão de uma exploração leiteira em Portugal face ao mercado internacional de lácteos
O ano 2012 foi um ano atípico para a produção nacional de leite. Os produtores estão a atravessar momentos de enormes dificuldades relacionadas com o aumento acentuado do custo dos fatores de produção e com a diminuição do montante que recebem pelo excelente leite que produzem. No âmbito do “Pacote leite” comunitário, a opção do Governo Português foi pelo estabelecimento de contratos entre produtores e empresas recolhedoras/transformadoras de leite. O trabalho aqui apresentado de forma resumida tem por objetivo mostrar o modelo matemático produzido na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, a pedido da APROLEP, com o objetivo para estimar um preço de referenciação para o leite a pagar ao produtor português.
Portugal tem vindo a assistir à redução muito acentuada do número de explorações leiteiras. Na campanha 1995/1996 eram 48.387 explorações. Na campanha 2012/2013 atingiu-se o número mínimo record de 6.918 explorações. Em 17 anos o número de explorações leiteiras diminuiu 7 vezes enquanto que o número de vacas leiteiras apenas diminuiu 1,6 vezes. Isto significou o aumento acentuado do número de cabeças por exploração. A produção média anual de leite por vaca tem vindo a crescer. Dados recentes mostram que em 2008 a produção média de leite/vaca/ano em Portugal foi de 6.051 kg, enquanto que em 2010 aquela produção atingiu 7.115 kg de leite. A evolução da eficiência produtiva em Portugal foi muito superior à registada na Alemanha, França e Polónia onde a produção média em 2010 foi, respetivamente, de 7.076 kg, 6.592 kg e 4.855 kg de leite/vaca/ano. Em Portugal, tal como noutros Estados-Membros, as explorações leiteiras têm introduzido medidas de adaptação ao fim do regime de quotas leiteiras. As medidas passam pelo aumento dos efetivos e pela melhoria da eficiência na produção de leite tornando as explorações europeias mais competitivas a nível mundial. Neste trabalho propomos algumas ações que poderão contribuir para que os produtores de leite portugueses adaptem a sua atividade ao fim do regime de quotas leiteiras que inevitavelmente deixará de existir a partir do dia 1 de abril de 2015.
O IFCN (International Farm Comparison Network) é um consórcio internacional que publica, anualmente, um relatório em que caracteriza o setor leiteiro a nível mundial. O último IFCN Dairy Report, publicado em outubro de 2013, caracteriza a fileira do leite em 95 países, representando mais de 97% da produção mundial de leite de vaca e búfala. Segundo estimativas do IFCN existem 122 milhões de explorações leiteiras, 363 milhões de vacas e búfalas, uma média de 3 animais/exploração com produção média de 2.100 kg de leite/animal/ano. De realçar que existem grandes diferenças entre países relativamente ao tipo de animal utilizado (vaca ou búfala), ao número de animais por exploração, à produção média anual por animal e aos custos do leite produzido. O IFCN Dairy Report 2013 apresenta também dados comparativos sobre os custos de produção de 178 explorações tipo localizadas em 63 regiões leiteiras de 51 países. Nas 178 explorações tipo analisadas (171 com vacas e 7 com búfalas) os custos da produção de leite variaram entre 4 USD/100 kg em sistemas extensivos de produção de leite nos Camarões e 128 USD/100 kg de leite numa exploração de média dimensão no Japão. O custo médio de produção nas 178 explorações foi de 46 USD/100 kg leite o que equivale, aproximadamente, a 33,81 Euros/100 kg de leite (1 Euro = 1,3607 USD). Neste trabalho procurámos resumir alguns dados técnicos e económicos de 7 das 178 explorações tipo avaliadas pelo IFCN em 2012. A exploração tipo reflete a exploração leiteira mais vulgar num país ou numa determinada região leiteira. Como ainda não conseguimos encontrar em Portugal explorações que nos forneçam valores fiáveis sobre custos de produção de leite, o IFCN Dairy Report 2013 não contempla dados técnicos e económicos de explorações tipo portuguesas.