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Assumindo que a localização é uma fonte de competitividade empresarial isso significa que não se pode dissociar a empresa da região onde ela se insere. Deste modo, há que perceber quais são os factores de atractividade que uma região pode oferecer para que as empresas aí se instalem e de que modo esses factores podem (ou não) ser acentuados pela actividade conjunta de todos os actores regionais.
Quer isto dizer que as unidades territoriais (região, país, região supranacional) competem entre si, rivalizam na oferta de condições para captação de investimento, instalação de novas empresas e atracção de recursos humanos qualificados (entre outros factores); as regiões são distintas devido à sua localização a qual resulta em diferentes condições de acesso aos mercados; porque proporcionam diferentes condições para as actividades humanas; porque possuem recursos naturais específicos e não replicáveis.
Neste contexto, levanta-se a seguinte questão de investigação: como surge e se aprofunda a capacidade ou habilidade para atrair empresas e como se garante a sua sustentabilidade? A presente comunicação tem como objectivo contribuir para a resposta desta questão.
A competitividade regional refere-se à capacidade de uma região para implementar e manter um ambiente económico que permita, de modo sustentado, criar valor para as empresas e proporcionar um elevado nível de vida para a população; depende, não só da competitividade das empresas locais mas, fundamentalmente, do ambiente empresarial que a região propicia. Os modelos de inovação territorial permitem materializar a relação entre o território/região e a sua capacidade de criação de conhecimento, aproveitamento das oportunidades de inovação e sua consequente difusão.
Nesta comunicação pretendeu-se analisar o desempenho inovador da região NUT III Beira Interior Sul, através da aplicação do modelo da Tripla Hélice. Assim, mediante uma metodologia qualitativa, com recurso á entrevista e a dados secundários, foi possível identificar e caracterizar os actores regionais que constituem o modelo bem como as instituições de interface que resultaram do estabelecimento de redes organizacionais entre os actores individuais. As actividades já desenvolvidas e os projectos que estão a ser concluídos permitem inferir sobre o impacto positivo da Tripla Hélice na competitividade regional e considerá-la como o embrião de um futuro sistema regional de inovação.
As incubadoras de empresas são importantes instrumentos de desenvolvimento regional, uma vez que, através da oferta de um conjunto de serviços operacionais e financeiros, criam condições que facilitam e promovem o empreendedorismo, a geração de novas empresas e a transferência de conhecimentos/tecnologia. Ao reduzir os riscos inerentes ao período inicial de funcionamento da empresa, as incubadoras potenciam o crescimento e a taxa de sucesso de novas empresas contribuindo, assim, para a revitalização e crescimento económico da região onde se inserem. Situado na NUT III Beira Interior Sul, o concelho de Idanha-a-Nova é um território de baixa densidade, caracterizado por um forte decréscimo populacional e uma estrutura produtiva que assenta, fundamentalmente, no sector primário. Numa perspetiva de valorização do território e de pleno aproveitamento dos recursos endógenos, a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, a Escola Superior Agrária de Castelo Branco e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro constituíram, em parceria, a Incubadora de Empresas de Base Rural de Idanha-a-Nova. Este projeto visa apoiar o estabelecimento de jovens agricultores numa área de terreno de 552 hectares que se encontrava devoluta após a desativação, por parte do Ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas, da Herdade Experimental do Couto da Várzea. O funcionamento da incubadora de empresas de base rural já permitiu a constituição de 40 empresas, com uma área total de 463,73 hectares que se dedicam, fundamentalmente, à produção frutícola e hortícola, integrando uma forte componente de inovação, quer ao nível das espécies cultivadas, quer no que respeita à tecnologia de produção. Estas empresas vão revitalizar o tecido produtivo, criar novos postos de trabalho e contribuir para o aumento do VAB regional. Nesta comunicação, para além da apresentação do projeto, serão também apresentados alguns dados que permitirão inferir sobre o impacto positivo que a implementação deste projeto poderá ter no desenvolvimento do concelho de Idanha-a-Nova.