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O objetivo do estudo foi compreender de que forma é que as crenças de saúde compensatórias podiam determinar o comportamento sedentário dos idosos praticantes de exercício físico regulamente. Foram selecionados dez idosos (67.8 ± 3.9) e os dados foram recolhidos através de uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados foi realizada a partir de um processo indutivo e dedutivo. Os resultados mostraram que as crenças dos idosos sobre as consequências negativas do comportamento sedentário na saúde estavam em conflito com as suas ações comportamentais, sugerindo uma dissonância cognitiva. Nesse sentido, os resultados sugeriram a existência de um conflito motivacional entre o desejo dos idosos em realizarem várias atividades sedentárias e o objetivo de serem fisicamente ativos. Assim, parece que os idosos podem resolver esse conflito motivacional, evitando sentimentos de culpa acerca do tempo que passam sentados, ativando
as crenças de saúde compensatórias. Os resultados sugeriram, ainda, que os idosos reconheceram que praticavam exercício físico por incentivo familiar e, sobretudo, por indicações médicas, sugerindo uma motivação extrínseca para a prática de atividades físicas. Desta forma, os idosos também podem apresentar baixos níveis de autoeficácia, na regulação do conflito motivacional, entre o desejo de estarem sentados e o objetivo de serem fisicamente ativos, dificultando o envolvimento autónomo em prática de atividades físicas diariamente. Deste modo, parece que os idosos acreditam que por um lado podem realizar atividades sedentárias do seu agrado, e por outro podem eliminar as consequências para a saúde do tempo sedentário através da prática de exercício físico.
As evidências científicas sugerem que o excesso de comportamento sedentário é um fator de risco para a saúde física dos idosos, independentemente dos seus níveis de atividade física. No entanto, o conhecimento acerca das consequências do comportamento sedentário em diversos indicadores psicossociais na população idosa, está, ainda, pouco explorado. O objetivo do estudo foi identificar e compreender as consequências do comportamento sedentário no bem-estar psicossocial de idosos residentes em Portugal. Participaram no estudo 14 idosos com idades compreendidas entre os 65 e os 73 anos. Com a finalidade de descrever os participantes entrevistados, utilizou-se questionários que permitiram estimar o tempo médio diário utilizado em
diferentes comportamentos sedentários e o nível habitual de atividade física. Além disso, os dados foram recolhidos através de entrevistas semiestruturadas e analisados em função dos procedimentos da análise temática. Foi identificado que as diferentes dimensões do comportamento sedentário (o tipo de
comportamento sedentário, a interrupção do comportamento sedentário, o tempo ininterrupto sentado e a frequência) podem ter influência no bem-estar psicossocial dos idosos. Além disso, foram identificados três temas (a perceção de melhoria e de manutenção de funções cognitivas, a perceção de estados afetivos positivos e a interação social percebida) associados à promoção do bem-estar psicossocial dos idosos e dois temas (a perceção da diminuição de relações sociais e a perceção de sintomas de fadiga mental) que podem contribuir para a deterioração do mesmo. Os resultados deste estudo são úteis para a compreensão da experiência dos idosos em relação ao comportamento sedentário e as implicações deste na dimensão cognitiva, emocional e social, das suas vidas