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Devido à sua elevada incidência, a infertilidade tornou-se uma questão de saúde pública proeminente, representando um desafio significativo para a medicina reprodutiva moderna. Algumas condições clínicas que levam à infertilidade feminina incluem a síndrome de ovários poliquísticos (PCOS), endometriose, e falência ovárica prematura (FOP). O fluido folicular (FF) é a matriz biológica que tem mais contacto com o oócito, podendo ser utilizado como um preditor da sua qualidade1. A volatilómica surge como um método não invasivo, direto, acessível e simples para a caracterização de várias doenças. Este estudo teve como objetivo determinar o padrão volatómico do fluido folicular de pacientes com PCOS, endometriose, e POF, e encontrar potenciais biomarcadores destas condições clínicas. Para analisar os compostos orgânicos voláteis (VOCs) presentes em amostras de FF de mulheres inférteis foi utilizada a microextração em fase sólida em modo headspace e posterior análise por GC-MS. Foram identificados 136 VOCs em 52 amostras, correspondendo a 15 pacientes com PCOS, 8 com endometriose, 12 com POF, e 17 controlos. Devido à sua prevalência em todas as amostras, apenas 37 compostos foram considerados, e a análise estatística multivariada revelou alterações significativas nos níveis de certos metabolitos de acordo com cada condição clínica. Os perfis bioquímicos analisados revelaram vias metabólicas comprometidas, bem como a presença de compostos fortemente ligados com infertilidade2. Esta metodologia abre a porta para a investigação das diversas vias metabólicas relevantes para o correto funcionamento do sistema reprodutor, bem como a melhoria das ferramentas de diagnóstico existentes.
A tecnologia de envelhecimento tradicional, que consiste na colocação da aguardente vínica em vasilhas de madeira durante vários anos, é uma técnica morosa e onerosa. Assim, têm vindo a ser introduzidas e desenvolvidas novas técnicas, com o intuito de optimizar o processo e reduzir os custos. Uma dessas novas técnicas consiste em introduzir pedaços de madeira (aparas, toros ou outras formas) na bebida a envelhecer, condicionada em depósitos de inox. Têm sido realizados muitos estudos em vinhos, mas em aguardentes a experimentação é escassa [1, 2]. Assim, este trabalho teve como objectivo avaliar a influência da utilização de alternativas ao envelhecimento de aguardentes em vasilhas de madeira, na composição química das aguardentes obtidas, dando particular atenção aos compostos odorantes provenientes da madeira. Para tal, uma mesma aguardente vínica da Lourinhã foi submetida a um processo de envelhecimento, com três formas de madeira: aguardente colocada em vasilha de madeira (V), aguardente colocada em vasilha de inox com introdução de madeira sob a forma de dominós (D) e aguardente colocada em vasilha de inox com introdução de madeira sob a forma de tábuas (T), tendo sido colhidas amostras de aguardente, ao fim de 180 dias de envelhecimento, para análise e quantificação dos compostos odorantes. Os resultados obtidos mostram que a forma da madeira teve um efeito altamente significativo na maioria dos compostos analisados. No caso dos compostos odorantes derivados da lenhina da madeira (fenois voláteis e vanilina), os teores mais elevados foram encontrados nas aguardentes envelhecidas na presença de fragmentos (dominós ou tábuas), enquanto para os compostos odorantes derivados das hemiceluloses da madeira (ácido acético e aldeídos furânicos) os teores mais elevados foram determinados nas aguardentes envelhecidas em vasilha de madeira. Os resultados deste trabalho sugerem a possibilidade de diferenciação química das aguardentes, em função da tecnologia de envelhecimento.