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Descrição baseada em: Vol. 7, nº 13 (Jan. 1993)-
Entre as questões teológicas e antro-pológicas de âmbito educativo, que nesta época marcam clara e sistematicamente todas as dimensões do “actuar/ser humano”, destacamos especialmente o conceito de “emancipação”. Este termo pedagógico influente na acção educativa, tende a libertar a criança/jovem das coerções, disciplina/autoridade exteriores, sendo visto pelos pedagogos como uma nova meta ou fim educativo (normatividade categórica do homem). Ele constitui a “chave” do entendimento humano e do mundo posmoderno cheio de movimentos emancipadores e autónomos. A sua importância no processo formativo é o conceber a “educação” ou “formação” como uma acção dinâmica processual nos “meios” e nas “situações/ambientes” do educar integralmente o homem. “Emancipação” (de e no homem) /”autonomia” e liberdade (de e no homem) são termos análogos e correntes nos meios educativos (emancipação dos jovens/gerações, da mulher, movimentos sócio-culturais, económicos e políticos, emancipação das étnias e povos nacionalistas…) apresentando-se às vezes com significados contraditórios na área das Ciências Sociais e Humanas. A conotação comparativa que vulgarmente utilizamos entre “emancipação”, “autonomia” e “liberdade”, os valores/interesses/necessidades, as atitudes e comportamentos, são normatividade que partem das reinvindicações dos grupos sociais, das novas gerações/valores e dos avanços científico-tecnológicos, que modificam as normas educativas (pré)estabelecidas. O seu uso, às vezes vulgarmente mal utilizado nas situações/contextos/ambientes, levou a uma desconfiança da verdadeira meta educativa da “emancipação”. Em qualquer campo do saber humano falamos com obsessão da necessidade de “autonomia”/”independência” ou “emancipação” livre de educar a criança/jovem, convertendo-se num “talismã” do processo formativo superador dos obstáculos que podem satisfazer os objectivos e metas educativas do homem a emancipar. Os conceitos pedagógicos (em geral antinómias) mencionados actuam inter/intra-individualmente de modo progressivo na formação da personalidade, na liberdade real (razão crítica, cultura, espírito…) nos valores/interesses/necessidades/motivações/ de formação de “ser pessoa”, nas pré-disposições das atitudes e dos comportamentos do indivíduo na sua conquista de “autorealização”.
A discussão epistemológica que atravessa o campo de educação em relação ao conhecimento quotidiano, científico e escolar merece ser retomada na actualidade. O autor analisa a relação da “continuidade-descontinuidade” dos conhecimentos quotidiano e científico, sendo o conhecimento escolar o resultado da transposição didáctica do conhecimento científico em contexto de aprendizagem em sala de aula. Num primeiro ponto aborda-se as opções epistemológicas do conhecimento quotidiano e científico em três perspectivas diferentes. O segundo ponto parte da diversidade das formas de conhecimento, insistindo na (des) construção do conhecimento escolar, orientada à integração didáctica das várias formas de conhecer. A visão do mundo, desde dos seus paradigmas científicos, actua como marco referencial da conceptualização escolar e da evolução do conhecimento. Pretende-se clarificar o estado da arte da epistemologia das formas de conhecimento.
Pensamos ser de algum interesse actual para os que nos dedicamos no ensino da Filosofia da Educação, formular algumas questões prévias, as quais pretendemos reflectir ao longo do texto, para entender o próprio conceito e o seu enquadramento nas Ciências do saber e principalmente das Ciências da Educação. Por exemplo, referimo-nos aos objectivos do nosso estudo: O que é a Filosofia da Educação? Quais as características que a distinguem de outros tipos de filosofias (p. ex., a Filosofia do Direito, Filosofia das Artes, Filosofia da História, Filosofia das Ciências, etc.)? Necessita a educação de uma reflexão filosófica? Será aberrante recorrer a conceitos mais ou menos abstractos da filosofia para tratar os problemas modernos da prática educativa? O que é que fornece a Filosofia, em especial a Filosofia da Educação, à prática educativa? Que limites existem, se os há, entre a Filosofia da Educação e a Teoria da Educação? Que função compete à Filosofia da Educação no contexto das Ciências da Educação? Que âmbitos educativos (formação dos professores) são prioritários dentro da actividade da Filosofia da Educação? Evidentemente estas questões apresentam-se como os objectivos desta reflexão, coincidindo tantas vezes nas próprias interrogações que fazemos no desejo de indagar e de afrontar a realidade educativa. Contudo esta abordagem, por razões compreensivas de complexidade e tempo será feita superficialmente. Aceitamos a Filosofia da Educação como racionalidade prática, considerando-a como uma estratégia racional que guia as nossas acções/processos educativos.