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O envelhecimento demográfico é um desafio que nos últimos anos tem sido objeto de estudo na sociedade contemporânea. Todos tentam compreender o envelhecimento e intervir para reduzir os seus efeitos naturais, evitando a exclusão da pessoa idosa. Em Portugal e nas sociedades mais modernas o grande desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) geraram maior dependência para tratar de assuntos quotidianos por parte dos cidadãos. Neste contexto surgiu o interesse em realizar esta investigação com o objetivo de identificar os fatores socioculturais que influenciam a opção pela aprendizagem das TIC, em populações 50+ e conhecer os impactos desta aprendizagem no Bem-estar ao longo do processo de envelhecimento. Foi efetuada uma investigação exploratória descritiva de natureza qualitativa e quantitativa com uma amostra de 374 participantes que frequentaram as universidades seniores do distrito de Castelo Branco. Os instrumentos de colheita de dados utilizados foram a aplicação de questionários, respondidos pelos participantes supracitados e a realização de entrevistas semiestruturadas a cinco diretores e cinco professores de TIC destas universidades seniores. Os resultados mostram que os fatores que explicam a escolha pela aprendizagem das TIC relacionam-se com a atualização de conhecimentos, necessidade de estar ativo intelectualmente e utilizar melhor o computador, com impactos positivos, nomeadamente ao nível da memória, aptidões intelectuais,comunicação com familiares e amigos e inclusão digital.
O excesso de comportamento sedentário diário encontra-se associado a múltiplos malefícios para a saúde
biopsicossocial da população idosa, independentemente do nível de atividade física. Os idosos são o
segmento da população que mais tempo sedentário acumulam diariamente. Compreender os efeitos e as
características das intervenções existentes para a redução do comportamento sedentário permite
orientar a prática dos diferentes técnicos de intervenção geriátrica, e desenvolver iniciativas de saúde
pública com o objetivo de melhorar a saúde dos idosos. Para isso, realizámos uma revisão rápida de
literatura com o objetivo de descrever um conjunto de intervenções, baseadas na melhor evidência
científica disponível, que podem contribuir para a redução do excesso de comportamento sedentário
diário da população idosa. Foi definido um conjunto alargado de critérios de elegibilidade, entre os quais
foram considerados estudos randomizados controlados e estudos quase-experimentais. Posteriormente,
foi desenvolvida uma estratégia de pesquisa sistemática de literatura em três bases eletrónicas de dados
científicos. Os estudos foram incluídos na síntese final através de um processo de seleção por fases e os
dados relevantes dos estudos foram extraídos por dois revisores independentes. Os dados foram
analisados através de uma análise temática indutiva. As intervenções que tiveram como objetivo a
redução do comportamento sedentário diário da população idosa parecem ser eficazes. Nesse sentido,
os técnicos de intervenção geriátrica podem utilizar estratégias específicas, tais como abordagens
psicológicas e educacionais, auto monotorização do tempo sedentário, através de ferramentas
tecnológicas, e programas de exercício físico.
A referência ao envelhecer como associado à “passagem do tempo” indica que é algo natural e inevitável,
em que ocorrem transformações a vários níveis, que a sociedade assume como fazendo parte do processo
de envelhecimento. De tal modo que quando alguém mais jovem apresenta, de forma mais evidente,
algumas dessas transformações associadas à “passagem do tempo”, referimo-nos a essa pessoa como
parecendo um velho. Mas também existe a situação inversa, em que pessoas mais velhas não apresentam
essas transformações, características das pessoas da sua idade. Estes exemplos demonstram que o
envelhecimento não ocorre de forma homogénea, e varia de pessoa para pessoa. Os recursos de que cada
pessoa dispõe para se adaptar a esta fase da vida são fortemente influenciados pelos percursos de cada
um, os quais influenciam, de forma determinante, o processo de envelhecimento. Não se envelhece da
mesma maneira no espaço rural ou numa grande metrópole, tendo uma vida ativa ou uma vida
sedentária, partilhando uma ampla rede de relações sociais ou vivendo de forma solitária.
No entanto, as inevitáveis alterações verificadas durante o processo de envelhecimento têm conduzido a
representações sociais tendencialmente associadas a estereótipos e preconceitos, que influenciam e
modelam a forma, muitas das vezes discriminatória, como a sociedade interage com as pessoas idosas,
como se estas pessoas, chegadas a esta fase da vida, vissem esbatidas as diferenças individuais que as
caracterizam e distinguem enquanto seres humanos, e passassem todas a estar desprovidas de quaisquer
competências.