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Portugal, no século XVI, continha um vasto número de comendas, que eram um espaço territorial delimitado dentro do qual os freires cavaleiros atuavam como autoridade senhorial, pertencentes à Ordem de Cristo. Esta, tendo a sua sede no Convento de Tomar, instituiu Visitações às Comendas, no sentido de identificar bens patrimoniais e práticas de conduta, especialmente de carater religioso, para retificar procedimentos e administrar bens e direitos de forma mais eficaz. O seu objetivo era inventariar os bens da comenda e registar o seu estado, constituindo assim exames importantes para avaliação do seu património temporal e espiritual. Uma vez que os estudos atuais têm-se dedicado sobretudo ao conhecimento da sua administração e gestão, apresenta-se nesta comunicação o seu património cultural, particularmente o sonoro. Partindo especialmente da transcrição e estudo realizado por José Joaquim M. Hormigo, Visitações da Ordem de Cristo em 1505 e 1537 (1981) e Pedro Dias Pedro Dias, Visitações da Ordem de Cristo de 1507 a 1510: aspectos artísticos (1979), juntamente com um levamento de informações, utilizando documentos vários, como a normativa da Ordem, Regimentos, Estatutos e Constituições se retiraram informações sobre os vários aspetos da sua paisagem sonora, nomeadamente, os campanários ou as campainhas, os coros, além do quotidiano litúrgico e obrigações do capelão. Mas, o mais interessante é as informações que se retraem sobre os livros litúrgicos, muitos deles com notação musical, utilizados nas capelas e igrejas de cada comenda visitada, o que nos dá indícios da existência de uma prática musical organizada no quadro da Missa e do Ofício Divino. Outro aspeto interessante e revelador é o tipo de rito que se praticava em cada região que estava simultaneamente sob a alçada de um determinado bispado.