Search results
4 records were found.
Desc. baseada em: A 10, nº 119 (Set./Out. 2007)
No início de 2012 foi realizada a colheita de material vegetal de Opuntia ficus-indica e foi estabelecido um ensaio de campo na Escola Superior Agrária de Castelo Branco. Foi realizada a caracterização e avaliação de 16 populações portuguesas de O. ficus-indica no que se refere à produção de biomassa e de fruto, nos primeiros três anos após a plantação. Adicionalmente foram avaliados alguns parâmetros químicos do fruto. Duas cultivares italianas, “Gialla” e “Bianca”, foram utilizadas para análise comparativa. A produção de biomassa foi avaliada por métodos não destrutivos com quantificação do número de cladódios, matéria verde e matéria seca (MS). Foram encontradas diferenças significativas nos parâmetros relacionados com a produção de biomassa. No terceiro ano após a plantação, o valor mais elevado de produção de biomassa foi registado na cultivar “Gialla”, 11,9 t ha-1 MS, para uma densidade de 2667 plantas ha-1. Duas populações Portuguesas (OFI-12 e OFI-13) destacaram-se das restantes com um valor médio de 9,9 t ha–1 MS, valor que não difere significativamente da cultivar “Gialla”. A produção de fruto foi avaliada no segundo e terceiro anos após a plantação e foram encontradas diferenças significativas entre populações. As cultivares italianas “Gialla” e “Bianca” apresentaram os valores mais elevados para a produção de fruto no terceiro ano após a plantação, respetivamente 13,8 e 13,6 t ha-1, peso fresco. No mesmo período, nas populações portuguesas a produção de fruto variou entre 2,4 e 10,1 t ha-1, peso fresco. A cultivar “Gialla” e o grupo de populações com frutos de polpa laranja produziram frutos de maior calibre comparativamente com a cultivar “Bianca” e as populações de polpa branca. Os frutos apresentaram valores para os sólidos solúveis totais superiores a 13%, baixa acidez (0,05-0,07 % de ácido cítrico), concentração de ácido ascórbico entre 18 e 34,4 mg 100-1 g de peso fresco e concentração de compostos fenólicos entre 61,7 e 98,1 mg GAE 100 g-1 de peso fresco. A menor concentração de betalaínas foi observada nas populações de polpa branca. Na instalação de um pomar é importante realizar uma escolha cuidadosa do material vegetal que irá ser plantado.
Através de consulta e análise de informação muito recente disponível nas páginas Web de organismos oficiais como Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), o Instituto Nacional de Estatística (INE), o Sistema de Informação de Mercados Agrícolas - Gabinete de Planeamento e Políticas (SIMA-GPP) e o European Milk Market Observatory (MMO), foi possível obter informação atualizada que nos permite ficar a conhecer melhor a bovinicultura de leite em Portugal. Contata-se que o número de vacas leiteiras tem vindo a diminuir, embora a produção anual de leite tenha aumentado ligeiramente. Verifica-se que o número de explorações com vacas leiteiras em atividade tem diminuído acentuadamente e que mais de metade daquelas explorações estão localizadas na Região Autónoma dos Açores. No entanto, é no continente português que se produzem dois terços da quantidade total de leite de vaca, leite de excelente qualidade nutricional e sanitária conforme demonstram os dados da Associação para o Laboratório Interprofissional do Sector do Leite e Lacticínios (ALIP). Relativamente ao preço do leite, os valores pagos aos produtores em Portugal têm sido, quase sempre, dos mais baixos praticados na UE27. Entre julho de 2021 e setembro de 2022 o preço do leite pago aos produtores portugueses foi mesmo o mais baixo de toda a UE27, com tendência crescente para o aumento da diferença negativa entre o valor médio anual do kg de leite pago aos produtores da UE27 e pago aos produtores em Portugal. Esta situação está a contribuir para o esmagamento da produção de leite nacional uma vez que o custo da alimentação das vacas leiteiras tem aumentado, não só devido ao aumento do preço das matérias-primas que entram na formulação dos alimentos concentrados como também devido ao aumento do preço dos fatores de produção associados à produção de forragens. É urgente que as organizações cooperativas que recolhem e transformam a maioria do leite de vaca produzido em Portugal acrescentem muito mais valor a este produto permitindo vender melhor e pagar melhor aos produtores.
O aumento substancial dos preços dos fatores de produção associado à redução do preço pago à produção que ocorreu em 2012 tem tornado a vida dos produtores de leite portugueses ainda mais difícil. O número de explorações tem vindo a diminuir de tal forma que em 2009 eram 10.447 e atualmente são menos de 8.000. A situação verificada em 2012 levou a que Portugal adotasse as recomendações da União Europeia no âmbito do chamado “Pacote leite. No sentido de tornar mais justo o pagamento do leite aos produtores nacionais, devem ser criados mecanismos transparentes que permitam aferir dos custos de produção do kg de leite na exploração. Neste sentido, a pedido da APROLEP, um grupo de investigadores da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESA-IPCB) desenvolveu um modelo que permite estimar um preço de referenciação para o leite.