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Expõem-se algumas considerações acerca do papal da Ecologia da Paisagem, uma disciplina científica relativamente recente, na análise e diagnóstico ecológico do território, abordando-se os seus princípios base e relacionando estes com as problemáticas da conservação da natureza e do planeamento. Alude-se à emergência das redes ecológicas e ao entusiasmo que o seu desenvolvimento tem suscitado num contexto global de destruição e isolamento de habitats naturais e recursos biológicos. Faz-se uma caracterização sintética de algumas redes ecológicas já implementadas ou de concepção recente, reflectindo-se sobre as suas valências não só na promoção da diversidade biológica mas também em alguns processos ecológicos fundamentais à integridade do sistema biofísico.
Decorrem actualmente na Universidade de Évora diversos projectos de investigação visando o desenvolvimento de metodologias de caracterização e avaliação ecológica com vista ao planeamento e gestão do território. Tais projectos, desenvolvidos a escalas complementares (1:10 000; 1:25 000 e 1:100 000), pretendem via a constituir um quadro metodológico inovador integrando num único plano de caracterização e avaliação, o plano dos sistemas de uso e o plano dos sistemas ecológicos espaciais. A necessidade de um tal sistema integrado justifica-se pela carência de um referencial de caracterização e avaliação do território com vista à articulação od sprocesos de gestão e à promoção dos objectivos de Conservação da Natureza. Com efeito, a necessidade de assegurar a preservação da biodiversidade da globalidade do território impõe uma abordagem à gestaõ do uso deste que assegure que o nível de fragmentação, de conectividade residual, e de complementaridade funcional asseguram as condições para a sustentação viável de meta-populações das espécie-objectivo. Para atingir tal objectivo importa conhecer e conseguir articular nos processos de simulação e gestão, as necessidades, processos e funções dos diferentes usos antrópicos de uma dada região e as necessidades processos, funções e condicionantes espaciais dos diferentes sistemas ecológicos susceptiveis de ocorrerem nessa região ou locais. Interessa igualmente identificat a forma como essa articulação se processa e a sua hierarquização escalar e funcional.
O planeamento e a gestão territorial a cada nível escalar de intervenção defrontam-se muitas vezes com dificuldades na articulação da componente biofísica com as actividades socioeconómicas. Com efeito, os constrangimentos a que o funcionamento da paisagem está sujeito gera muitas vezes perturbações resultantes do não equacionamento do espaço segundo uma abordagem hierárquica suficientemente abrangente, no que se refere à sua ecologia. Nesse sentido, encontra-se em desenvolvimento uma metodologia de caracterização e avaliação ecológica que de modo sistematizado integra sucessivamente objectivos e condicionamentos supra-regionais, factores estruturais regionais e exigências locais decorrentes das particularidades de cada uso e de cada local. Com enquadramento conceptual no âmbito das teorias da ecologia da paisagem, a metodologia emergente procura produzir um referencial de caracterização e avaliação ecológica do território, com vista à articulação dos processos de gestão e à promoção dos objectivos de Conservação da Natureza.