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A transição para uma sociedade sustentável requer um longo e complexo processo de aprendizagem colectiva. O processo em cada actor social exige práticas com regras, assume novas responsabilidades e adquire relativamente novas capacidades. Este artigo envolve a educação/formação de um sector particular que será responsável pelo desenvolvimento de produtos – Designer. A chave da questão reflectida por educadores de designers e explorada neste artigo é: o que deve ser mudado nas capacidades técnicas e criativas do designer para que este possa estar pronto e habilitado para fazer frente às mudanças exigidas numa sociedade cada vez mais desejosa de novos produtos, de produtos de inovação? Como se pode contribuir ao nível da formação de designers para que os mesmos possam adquirir as competências necessárias para dar resposta às constantes necessidades do meio empresarial?
A problemática do Ensino Superior em Design, no quadro do processo de adequação a Bolonha, implica a necessidade de definir o perfil de competências em design que deverá enquadrar a estruturação dos novos planos curriculares dos cursos de 1º e 2º ciclos. Tendo em consideração que, desde que é detectada uma necessidade de mudança de plano curricular até que os primeiros graduados com o novo perfil de competências entram no mercado de trabalho, decorre um período mínimo de três a cinco anos, importa que as Escolas Superiores desenvolvam estudos prospectivos que permitam antecipar as alterações de necessidades no que respeita às competências futuras dos designers. Com o objectivo de analisar em que medida a formação superior em design dota os graduados de competências empresariais, foi realizado um estudo por questionário junto de designers nacionais a exercer profissão, através do qual se pretendeu avaliar em que medida as respectivas competências empresariais foram por eles adquiridas por via da formação superior ou da experiência profissional. Os inquiridos foram também questionados quanto à sua visão sobre a evolução de exigências futuras no que respeita a essas mesmas competências (horizonte 2015). O conjunto de competências empresariais questionadas foi definido através de pesquisa bibliográfica e de documentação recolhida junto das principais organizações nacionais e internacionais ligadas ao design. A análise estatística dos resultados obtidos permitiu concluir que as competências empresariais são adquiridas pelos designers sobretudo através da prática profissional, sendo o contributo da formação superior insuficiente. No que respeita à visão das necessidades futuras, os inquiridos consideram que os profissionais de design se confrontarão com um aumento significativo das exigências de desempenho no que respeita às competências empresariais. Face às conclusões obtidas, tendo em consideração a adequação a Bolonha, o conjunto de competências definido foi analisado e desenvolvida uma proposta de estrutura curricular que contempla aquisição daquelas competências empresariais ao longo da formação superior em Design de 1º e 2º ciclos.