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Foi objectivo deste estudo determinar a frequência de isolados de E. coli produtores de β-lactamases de largo espectro (ESBLs) tanto em infecções nosocomiais como da comunidade, e avaliar a susceptibilidade aos antibióticos entre as estirpes produtoras e não produtoras de ESBLs. Dos 131 isolados investigados apenas 9 (6.8%) se enquadraram nos critérios definidos pelo CLSI para screening de ESBLs, e a sua presença foi confirmada por Etest ESBL. Estes isolados provieram maioritariamente de infecções da comunidade em doentes com idade avançada e história de hospitalização prévia. A maioria (66.6%) mostrou resistência simultânea aos β-lactâmicos estudados, às quinolonas e aos aminoglicosídeos.
É sabido que num mesmo país a prevalência de S. aureus meticilina-resistentes (SAMR) varia substancialmente de um hospital para outro. De modo a compreender a epidemiologia e a resistência aos antibióticos dos isolados SAMR no Hospital S. Teotónio – Viseu, conduzimos um estudo retrospectivo (2000-2001) através da análise da base de dados do laboratório (MODULAB IZASA), que permite obter dados demográficos acerca dos pacientes, e padrões de resistência dos isolados de S. aureus. A identificação das estirpes foi efectuada com o sistema Vitek (bioMérieux, Marcy L’étoile, France) e galerias BBL+ (Beckton Dickinson, Cockeysville, Maryland, USA). Para a susceptibilidade antimicrobiana recorreu-se ao sistema Vitek e ao método de difusão de disco (Kirby-Bauer). Foram seguidas as guidelines interpretativas da NCCLS. Do total de 300 isolados de S. aureus estudados, 110 (37%) provieram de exsudados purulentos, 109 (36.1%) do tracto respiratório, 52 (17.3%) de sangue e 16 (5.3%) de pontas de catéter. A resistência global à meticilina foi de 46.7% (140/300). As amostras mais comuns a partir das quais se isolaram SAMR foram as secreções respiratórias (54.2%), seguidas pelos exsudatos purulentos (24.2%), hemoculturas (12.1%) e pontas de catéter (7.1%). Nos isolados invasivos a resistência à meticilina foi de 32.7%. As taxas de resistência dos SAMR a outros antibióticos foram as seguintes: 96.3% resistentes à ciprofloxacina, 92.7% à eritromicina, 91.7% à gentamicina, 86.3% à tetraciclina, 75% ao trimethoprimsulfamethoxazole e 54.8% à clindamicina. A taxa de multirresistência foi de 87%. Os isolados SAMR exibem altos níveis de resistência à maioria dos antibióticos, excepto à teicoplanina e vancomicina, que continuam a ser as principais armas terapêuticas nas infecções por SAMR, apesar do uso substancial de glicopéptidos ao longo de muitos anos. Concluímos que a prevalência de isolados SAMR é elevada (46.7%) no Hospital S. Teotónio, o que se correlaciona com um estudo anterior de hospitais portugueses (48-50%), e com resultados de países mediterrâneos como Espanha, Itália e França (30-50%). Contudo, contrasta fortemente com os países do norte da Europa como Alemanha, Suécia, Holanda e Dinamarca (<5%). Estes dados serão úteis para a nossa comissão de controlo da infecção.