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A doença oncológica, atendendo à sua natureza, percurso e tratamento assume-se numa dimensão especial pelo enorme impacto no indivíduo - ao nível físico, psicológico, espiritual, social e na família e comunidade. O sintoma mais temido pelos pacientes e famílias é indubitavelmente a dor. Apesar de nos últimos anos os avanços na área do tratamento da dor terem sido enormes ainda existem lacunas para um tratamento global, como é o caso da dor irruptiva. A dor irruptiva é uma dor de aparição espontânea, idiopática, não relacionada com uma pauta analgésica determinada, nem a funções ou movimentos corporais. O objetivo deste estudo foi sistematizar conceitos e definições de dor associados à doença oncológica, entender o mecanismo do aparecimento da dor irruptiva e conhecer as melhores formas para o seu alívio. Através da revisão bibliográfica encontramos as principais barreiras ao tratamento correcto deste tipo de dor e as formas mais adequada, na actualidade, para a controlar.
Numa sociedade em que se discute cada vez mais a autonomia do ser humano na decisão de viver ou morrer, vezes de mais nos confrontamos com a palavra eutanásia quando se fala de doentes com impossibilidade de cura. A eutanásia revela paradoxalmente o poder e a impotência perante a morte. O poder da morte perante a impotência de superar a dor, a solidão e a angústia. Um poder que procede da sua impotência e que revela uma profunda debilidade, incapacidade e contingência do ser humano. Um poder pobre e aniquilante. Perante o pedido de eutanásia devemos descobrir o que o motivou e acolher esse motivo com Cuidados Paliativos de qualidade.
A compressão medular maligna é uma emergência oncológica grave e frequente que requer um imediato reconhecimento e tratamento para alívio da dor e preservação das funções neurológicas. A falha no diagnóstico correcto conjuntamente com um limitado conhecimento do necessário referenciamento para tratamento imediato traduz-se numa paralisia completa e na maioria dos casos irreversível, já que 90% dos doentes ambulatórios podem permanecer ambulatórios se agirmos prontamente. Sem terapêutica, a compressão medular maligna é fonte de uma significativa morbilidade e mortalidade, dor severa, paralisia, incontinência e um decréscimo da qualidade de vida.
O “timbre ético” de uma sociedade não é determinado pela forma como trata os seus membros mais fortes, poderosos e ricos, mas pela forma como trata os mais frágeis, mais necessitados e mais vulneráveis, onde se incluem os idosos, especialmente os que residem em instituições. O que será que o nosso cuidado e preocupação (ou descuidado e despreocupação), em particular durante a pandemia COVID19, dirá sobre nós e sobre o “timbre ético” da sociedade contemporânea? Objetivo Este artigo visa contextualizar o dantesco cenário pandémico da Covid-19 em relação aos idosos institucionalizados, evidenciando a invisibilidade da vulnerabilidade da pessoa idosa. Materiais e Métodos Procedeu-se a uma investigação bibliográfica de documentos atuais, com foco qualitativo e reflexão ética. Resultados Principais A Pandemia Covid 19 atinge de forma dramática os nossos idosos. A explicação veiculada é que os idosos correm um maior risco de morte por causa do vírus. Mas podemos perceber que essa não é a única explicação. Um razão importante é o ageísmo crescente e a colisão destas duas “pandemias”, COVID-19 e ageísmo tem-se revelado realmente letal. Conclusão Dezenas de milhares de idosos morrem todos os dias, vítimas não apenas do vírus, mas de décadas de avisos ignorados, de que as instituições onde residem são vulneráveis. Agora é o momento, de aprender com as “fendas” percebidas durante a pandemia, e iniciar uma conversa profunda e urgente a nível local, nacional e internacional, para ainda tentar evitar uma “catástrofe ética e moral” de que todos nos envergonharemos
Dissertação de Mestrado en tratamiento de soporte y cuidados paliativos en el enfermo oncológico apresentada à Universidade de Salamanca.
Segundo a WHO (2002), as sociedades estão a envelhecer, sendo possível observar uma transformação demográfica sem precedentes na história da humanidade. O sucesso das transformações sociais, ao acolherem o envelhecimento saudável, é proporcional à precariedade dos mecanismos que dispomos para lidar com a velhice frágil e dependente. É um facto que se acrescentou mais anos de vida à população em geral; contudo, a inexorabilidade da velhice só poderá ser evitada se houver uma morte prematura. Para muitos idosos, os últimos anos de vida são devastados pela doença crónica, deficiência ou demência, e dependência maior. Do ponto de vista histórico da humanidade, somos uma sucessão de gerações, cada vez mais velhas, amparadas pela ilusão da renovação. O passado foi mais jovem que o presente, e o futuro terá ainda mais idade. Este artigo pretende apresentar a reflexão acerca do envelhecimento individual, realizada durante a investigação acerca da Promoção e Preservação da Dignidade no contexto de cuidados em lares de idosos, realizada no contexto do Doutoramento em Enfermagem da Universidade de Lisboa, Portugal.
O Ser Humano conhece e compreende através da observação e quando da observação resultam dúvidas, o Ser Humano questiona. A observação e a entrevista, como ato intelectual de questionar o fenómeno estudado, tornam-se uma técnica científica a partir do momento em que passam pela sistematização, planeamento e controlo da subjetividade. Não se trata apenas de ver, de questionar, mas de examinar. Não se trata somente de auscultar, mas de entender. Este artigo pretende apresentar uma revisão metodológica acerca da utilização da entrevista e observação como instrumentos de recolha de dados, elaborada durante a investigação apoiada na Grounded Theory, realizada no contexto do Doutoramento em Enfermagem da Universidade de Lisboa. A partir da exploração teórica e da vivência pessoal da utilização dos instrumentos apresenta-se as contribuições e riscos da aplicabilidade dos mesmos. Conclui-se que a entrevista e a observação constituem elemento fundamental na investigação qualitativa.
Este artigo apresenta alguns dos resultados da investigação acerca da Promoção e Preservação da Dignidade no contexto de cuidados em Lares de Idosos, tese final do Doutoramento em Enfermagem, Universidade de Lisboa, concluído em 2017. Dentro do paradigma interpretativo, adotou-se a Grounded Theory (GT) como metodologia. Os dados foram recolhidos durante 21 meses, através da observação participante e entrevistas, num Lar de idosos (IPSS) com cerca de 350 residentes distribuídos por três estruturas residenciais no concelho de Castelo Branco, tendo como participantes idosos residentes, enfermeiros e ajudantes de ação direta. Resultados: Uma abordagem comparativa constante entre a recolha e análise de dados foi aplicada até alcançar a saturação teórica, incorporando um quadro inovador interpretativo e ilustrativo. Da análise dos dados foi possível construir uma teoria de médio alcance - Promoção e Preservação da Dignidade em Lares de Idosos: A Conservação do Eu. Um fenómeno complexo, imprevisto, multidimensional, edificado no entrelaçado de saberes, valores e competências de forma contínua, sistemática e dinâmica. Nesta teoria encontramos subcategorias importantes relacionadas com o cuidado no final de vida dos idosos como “cuida dos detalhes”, “respeita vontades antecipadas” e “acompanha últimos momentos” que agrupados formam a categoria “Preserva a Identidade”.