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O primado do pensamento do autor é de que as diferentes infâncias se obtém por dedução do nuclear socio-histórico: infância. Não cabe aqui dialogar com o autor sobre a justeza deste primado, mas anotar quanto há de esforço no texto do autor para constituir e instituir o que chama de “infâncias outras”. Cabe também desafiá-lo a que não esmoreça na coragem de pedra a pedra e de modo indutivo, trazer ao leitor esses outros perfis de infância, (in)terrompendo contínuos temporais e demarcando tempos fortes nos planos socioeconómicos, culturais, educativos, pedagógicos.
O propósito deste livro foi o de saber como e de que maneira os historiadores sociais e da educação abordaram o tema das crianças ‘SEM' uma infância normalizada, ou seja, analisar a criança abandonada, vadia, pobre, desamparada, desvalida, em perigo moral e delinquente inserida na História (Social) da Infância, História Social e da Educação e História das Instituições Educativas (não formais). O autor analisa esse tipo de criança, no domínio da sua infância, à luz da História da Educação Social, História Social da Infância, desde a modernidade à contemporaneidade. Ou seja, recorrendo a uma variedade de fontes embrenha o seu discurso argumentativo nessas infâncias nos contextos da época, intentando perceber como eram encaradas essas ‘Outras Infâncias’, que respostas sociais, medidas e dispositivos lhe foram dados na sua proteção, prevenção e (re)educação, seja na vertente médico-social, assistencial e jurídico social, seja ao nível da sua institucionalização. Destaca, nessa aproximação temporal descritiva e crítica, as situações e condições sociais, as problemáticas e necessidades dessa infância que estavam à margem da sociedade da sua época, mas que conseguiram refazer o seu percurso de normalização, educando-se e sendo cidadão válidos.
Trata-se da análise à Sessão de Lançamento e apresentação do livro (12 de junho em Castelo Branco, na Escola Superior de Educação), de autoria Ernesto Candeias Martins, com título "As infâncias na história Social da Educação, editada pela Editora Cáritas em 2018, com Prológo da Dr.ª Rosário Farmhouse (Presidente da Comissão Nacional para a Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens) e Prefácio do Professor catedrático Justino Magalhães (IE/ULisboa) abordando as crianças ditas 'anormais' na época do século XIX e/ou as 'Outras Infâncias no período da contemporaneidade, com incidência em pressupostos e teorias que tratam da criança(s) e a sua infância(s) no âmbito da História Social da Educação/História da Educação e História (Social) da Infância. Este cadernos da Editorial Cáritas integra palavras da Dr.ª Rosário Farmhouse, do Professor Doutor Justino Magalhães, do apresentador do livro na Sessão de lançamento Juíz Desembargador Dr. Paulo Guerra (CEJ da UCoimbra), conversa com o autor, o tema do «Papel das instituições de acolhimento e da Escola com as Crianças e Jovens em Risco» do Dr. João Gaspar (UCoimbra) e da "Plataforma de Apoio a Jovens Ex Acolhidos (PAJE) a cargo da Dr. Fernanda Gaspar.