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Organizar no país de acolhimento Erasmus Intensive Language Courses (EILC), cursos intensivos de língua para alunos do ensino superior em mobilidade, cursos esses financiados ou não pela União Europeia através das suas agências nacionais dos Programas de Aprendizagem ao Longo da Vida, não é uma tarefa fácil, em virtude da sua modalidade intensiva, da sua duração breve, do número elevado de horas letivas que têm e da heterogeneidade do público a que se destinam. Ao longo da nossa experiência profissional como docente de cursos de Português desta índole fomo-nos confrontando com problemas variados, que tentámos solucionar de forma cíclica, levando a cabo uma investigação do tipo investigação-ação, que nos permitiu descortinar pontos fracos, experimentar soluções, observar a reação do alunos envolvidos e reorientar o processo de ensino/aprendizagem com vista ao melhoramento do mesmo e à sua adequação aos indivíduos que estavam a frequentar a formação. São estas as questões que afloraremos neste artigo.
A falta de uma definição mais concisa da noção de competência e o excesso de entendimentos que proliferam, têm-se vindo a revelar condições indutoras de confusão terminológica e conceptual e evidenciam a necessidade e urgência de clarificação do conceito. Se ao nível da análise semântica é possível encontrar consensos quanto às principais características da competência - saber em uso, constituída por diferentes elementos, pluridimensional, complexa, dinâmica e interativa, de natureza combinatória, transferível e mobilizável para contextos distintos - ao nível da análise estrutural, verifica-se uma grande diversidade na identificação e definição dos elementos que a compõem. Face a esta diversidade, é evidente a necessidade de a investigação se ocupar da clarificação conceptual da noção de competência, em particular das competências orientadas para o ensino, bem como das suas implicações epistemológicas e pedagógicas, no sentido da criação de um entendimento refletido e partilhado deste conceito, que possa conduzir a uma convergência de linguagem na comunidade científica e nos professores e, também, à elucidação de um quadro orientador. O estudo que se apresenta teve como finalidade desenvolver um quadro orientador da definição das competências para o ensino das ciências (EC), ao nível do Ensino Básico (EB), desenvolvido com base numa análise da literatura de referência e assente no contributo da reflexão partilhada de formadores de professores, alunos futuros professores e professores do EB. Assentou numa metodologia de índole qualitativa, centrada em análise documental. O estudo permitiu uma melhor definição do quadro teórico de referência inicial, uma sistematização e reestruturação das competências para o ensino das ciências no EB existentes na literatura e a discussão e reflexão no sentido da construção de uma linguagem consensual.