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As políticas educacionais do Estado Novo em Portugal tiveram diversos efeitos, segundo o autor, nos vários sectores do ensino, por exemplo, as Escolas do Magistério, de formação de professores primários, foram encerradas em 1936 (reabertas em 1942) alegando-se que um programa de formação de professores centrado em “objectivos pedagógicos” era uma perda de tempo, dinheiro e inteligência. É bem demonstrativo o fato dos currículos dos Magistérios terem sido aprovados em 1943 (Decreto Lei nº 52629), o que no dizer de Filomena Mónica (1978) “a escola salazarista pretendia modelar as crianças em vez de educá-las”. Com o afastamento de Salazar do governo (1968) e a nomeação de Marcelo Caetano como seu substituto, surge em 1973, uma reforma educativa, algo inovadora na época, designada por “Reforma de Veiga Simão”. Discutir com profundidade teórica esta Reforma no período Marcelista Português é o objectivo do autor.
O quadro dos serviços que mais directamente interessam a um país estão, indubitavelmente, o da protecção e prevenção do Estado à infância desvalida, marginalizada e delinquente, através de instituições e serviços oficiais que exerçam uma eficaz e constante vigilância em ordem a impedir a propagação de desvios e comportamentos anti-sociais. Em geral, segundo o autor, esses serviços envolvem toda uma obra de administração, incidindo nos fundamentos mesmos da sociedade e constituindo um âmbito importante da assistência pública. Para Martins a preservação das crianças contra os perigos morais e delitivos desdobrou-se no âmbito do direito penal (jurídico-penal), pelo problema da responsabilidade dos menores (discernimento) e ao âmbito da assistência social e educativa de corrigir e educar esses menores. Esses serviços aos menores e, também, aos adultos, só na 1ª República (1910-1926) logrou ter uma organização adequada à imediata e necessária intervenção (preventiva e correccional) que ao Estado incumbe, que desde os séculos XV e XVI esteve confiado a instituições de índole particular ou religiosa e a movimentos filantrópicos, que criaram instituições ou associações para assistir, amparar, acolher e educar muitos colectivos desprotegidos socialmente, destacando-se a infância desvalida e vadia. Este esforço foi acompanhado pela difusão do ensino popular com a abertura de aulas e escolas nocturnas para aprendizes e trabalhadores. Segundo Ernesto ao nível historiográfico os anuários das câmaras municipais, as memórias de higienistas, médicos (pediatras, psiquiatras), os boletins de associações assistenciais, profilaxia e de puericultura, aos dados demográficos, às publicações de pedagogia e outras obras de relevância médico-pedagógica e, ainda, a própria imprensa, insistem nas problemáticas sociais que implicava o processo de urbanização (concentrado nos centro urbanos) e de industrialização. Os efeitos sociais desses fenómenos, associado à imoralidade, à promiscuidade, miséria, actos delitivos e aumento de desviações sociais na infância, são vistos como situações de insegurança (económica, política, social) que obrigou ao trabalho e exploração infantil e juvenil e a consequente marginalização social e delinquência.