Search results

4 records were found.

Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, tendo sido apontado pela Direcção Geral de Saúde como a principal causa de incapacidade para idosos em Portugal. A (in)capacidade funcional é um dos outcomes mais importantes após um AVC. A fisioterapia tem um papel fundamental no processo de reabilitação, sendo que a Fisioterapia domiciliária deve dar uma resposta útil perante o aumento significativo de solicitações por parte dos utentes, o aumento da esperança média de vida, o aumento de utentes com patologias crónicas e a necessidade de diminuição dos dias de internamento hospitalar. O objectivo desta investigação correspondeu à avaliação da capacidade funcional, dos utentes com diagnóstico de AVC submetidos a um programa de fisioterapia domiciliária através da sua integração em Equipas de Cuidados Continuados Integrados. Materiais e Métodos: A amostra foi constituída por 46 idosos a quem foi diagnosticado um AVC, que se encontravam integrados nas ECCIs da ULS Guarda. Cada utente foi submetido a dois momentos de avaliação, com intervalo de dois meses e meio, e correspondente a um total de 20 sessões de fisioterapia domiciliária, com periodicidade de 2 sessões por semana. Em cada momento de avaliação foi avaliada a capacidade funcional dos utentes através da aplicação do Índice de Barthel (IB) e da Motor Assessment Scale (MAS), e na primeira avaliação foi ainda aplicado um questionário de caracterização. Resultados: Dos 46 utentes incluídos no estudo 28 eram do sexo masculino e 18 do feminino, e 41,3% apresentavam idades entre 75-84anos. O tipo de AVC mais frequente foi o Isquémico (60,9%), sendo a lesão do hemisfério esquerdo a predominante (56,5%). Na maioria dos casos o cuidador é o cônjuge (60,9%) com idade média de 62,98. Relativamente à avaliação da capacidade funcional, os resultados apontam para um aumento de 10,17 pontos na média da MAS (média em t0 = 15,24 e em t1 = 25,41) e de 21,41 pontos na média do IB (média em t0 = 40,11 e em t1=61,52), sugerindo uma melhoria na funcionalidade, que se evidenciou significativa após a realização de 20 sessões de fisioterapia domiciliária (p=0,001 para a MAS e p=0,001 para a IB). Conclusão: A realização de um programa de 20 sessões de fisioterapia domiciliária evidenciou uma melhoria significativa na capacidade funcional em idosos vítimas de AVC, quando medida pelo Índice de Barthel (p=0,001) e pela Motor Assessment Scale (p=0,001).
A hemiparésia é a consequência mais comum e a principal causa de incapacidade funcional resultante do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Alguns estudos concluíram que a actividade muscular antecipatória responsável pela estabilidade proximal antes de um movimento, está diminuída em indivíduos com hemiparésia pós-AVC. Outra das alterações presentes neste tipo de população é o desequilíbrio agonista/antagonista e a incapacidade de produção de força. Estas alterações estão associadas a padrões de movimento errados e a uma cinemática articular potencialmente lesiva. Em indivíduos com hemiparésia, os mecanismos de recrutamento e equilíbrio muscular do ombro ainda não estão suficientemente estudados. Os objectivos deste estudo foram investigar o padrão de recrutamento e o tempo de latência relativo dos músculos estabilizadores da omoplata (Trapézio Superior, Trapézio Médio, Trapézio Inferior) durante a abdução dinâmica do ombro, assim como analisar desequilíbrios musculares entre os rotadores externos e internos do ombro em indivíduos com hemiparésia pós-AVC, comparativamente com um grupo controlo de indivíduos saudáveis. Materiais e Métodos: Foram avaliados 7 sujeitos (54,4 ±15,4 anos) com hemiparésia pós-AVC que constituíram o grupo experimental e 10 sujeitos saudáveis (52,9 ±7,3 anos), que constituíram o grupo controlo. O padrão de recrutamento muscular e tempo de latência relativo dos músculos deltóide médio (DM), trapézio superior (TS), trapézio médio (TM) e trapézio inferior (TI) foram avaliados com recurso a electromiografia de superfície durante o movimento de abdução do ombro no plano escapular. A dinamometria isocinética (Biodex System 3) foi utilizada para mensurar a performance muscular dos rotadores externos e rotadores internos do ombro e calcular o rácio entre estes grupos musculares (RE:RI). Resultados: Foram detectadas diferenças significativas entre os grupos relativamente ao tempo de latência relativo dos músculos trapézio superior (p=0,008) e trapézio inferior (p=0,011) que comprovam um atraso no tempo de activação dos mesmos. Em relação ao rácio RE:RI não foram encontradas diferenças significativas entre grupos (p=0,079). Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que no grupo experimental ocorreu atraso na activação muscular dos estabilizadores da omoplata durante a abdução do ombro. Em relação ao equilíbrio muscular traduzido pelo rácio RE:RI, foi detectado uma diminuição destes valores no grupo experimental que, apesar das diferenças não serem significativas, apontam para o desequilíbrio de forças entre os grupos musculares avaliados. Estas informações deverão ser tidas em conta durante o processo de avaliação e tratamento deste tipo de sujeitos, de modo a prevenir e minimizar os efeitos destas alterações na estabilidade do complexo articular do ombro.
Introdução O AVC é uma das principais causas de mortalidade e morbilidade em todo o mundo. Em Portugal é a primeira causa de morte e de incapacidade nos idosos. A localização e extensão da lesão determinam o quadro neurológico apresentado pelo indivíduo. Segundo vários estudos e orientações internacionais a prestação de cuidados de fisioterapia em indivíduos com sequelas de AVC em condição crónica tem resultados positivos a nível de equilíbrio, coordenação da marcha e mobilidade, mas esses efeitos não são clinicamente significativos e são temporários. Objetivos Verificar a efectividade dos cuidados de fisioterapia em indivíduos com sequelas de AVC em condição crónica, após dois meses de tratamentos de fisioterapia; comparar os resultados com indivíduos nas mesmas condições sem cuidados de fisioterapia; reavaliar e comparar ambos os grupos no final de quatro meses. Metodologia Estudo não experimental do tipo comparativo e corte longitudinal. A amostra foi constituída por vinte sujeitos, com episódio de AVC anterior, ocorrido entre 12 e 30 meses antes, que se encontrava em lista de espera para receber cuidados de fisioterapia. O estudo teve três momentos de recolha de dados: imediatamente antes do início dos tratamentos (T0), no final dos tratamentos (T1) e dois meses após o fim dos tratamentos (T2), para o grupo que recebeu tratamento. Os sujeitos que não receberam tratamento foram avaliados nos mesmos intervalos de tempo. Utilizou-se o Índice de Barthel para avaliar as actividades da vida diária, e o número de passos e distância percorrida num minuto. Utilizaram-se testes estatísticos não paramétricos nas comparações entre grupos. Resultados. A comparação das variáveis em T0 não revelou diferenças significativas entre grupos. O grupo que recebeu cuidados apresenta ganhos significativos em algumas variáveis em T1, mas sem significado quando comparado com o grupo que não recebeu cuidados. No follow-up aos quatro meses não se encontram diferenças significativas quando se comparam os dois grupos. Conclusões Cuidados de fisioterapia produzem alterações significativas em indivíduos com sequelas de AVC em condição crónica a nível da marcha e AVD´s, mas essas alterações não são significativas quando comparadas com as alterações encontradas em indivíduos nas mesmas condições a quem não foram prestados cuidados de fisioterapia, e os resultados revelaram-se temporários.
INTRODUÇÃO O Acidente Vascular Cerebral continua a ser a condição mais prevalente e com grande impacto na sociedade, sendo classificado como a doença crónica mais incapacitante, apesar dos inúmeros avanços ao nível da prevenção e intervenção perante o AVC. A mortalidade tem diminuído, contudo a taxa de incidência do AVC mantém-se, e o número de indivíduos com sequelas de AVC e a necessitar de reabilitação pode aumentar, considerando o aumento da esperança média de vida da população portuguesa. OBJECTIVOS Caracterizar os cuidados de fisioterapia prestados e avaliar os seus resultados na independência funcional e no estado de saúde de uma amostra de sujeitos após AVC. METODOLOGIA Estudo descritivo, longitudinal, não experimental, com uma amostra de 27 sujeitos organizados em quatro grupos consoante o processo de cuidados de fisioterapia recebidos, com quatro momentos de avaliação. Foi avaliada a independência funcional (Indice de Barthel) e a perceção do estado de saúde (MOS-SF-12).Para análise estatística utilizaram-se testes não-paramétricos (Wilcoxon-Mann-Whitney) na comparação entre grupos e medidas de tendência central e de dispersão para caracterização da amostra. RESULTADOS Os 27 participantes pertenciam a uma população de 51 indivíduos internados num Serviço de Medicina Interna, após AVC. Foram distribuídos em quatro grupos: grupo A, que não realizou tratamentos de fisioterapia (n=3; 72,00±2,646 anos; 66,7% masculino); grupo B que recebeu cuidados de fisioterapia no internamento (n=4; 80,00±8,124 anos; 75,0% masculino); grupo C que recebeu cuidados de fisioterapia no ambulatório (n=8; 71,50±6,481 anos; 62,5% masculino) e grupo D que recebeu cuidados em internamento e ambulatório (n=12; 71,25±9,275 anos; 33,3% masculino). Nas relações inter-grupos para a independência funcional e para o estado de saúde, encontraram-se diferenças significativas entre os grupos que receberam e os que não receberam cuidados de fisioterapia. Em relação à independência funcional, contudo foi na comparação entre os grupos C e D que o valor de p teve maior significância. Em relação ao estado de saúde, apenas se obteve significância estatística, bastante forte, para a relação entre os grupos C e D. CONCLUSÕES Foram encontradas diferenças na avaliação inicial entre os grupos, que poderão explicar o recurso à intervenção da fisioterapia. Nos grupos que receberam cuidados de fisioterapia estes mostraram resultados significativos com vantagem para o grupo que recebeu cuidados ao longo de todo o processo de recuperação funcional.