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O objectivo do presente trabalho foi determinar, em condições laboratoriais e através de um ensaio de incubação de longa duração (443 dias), a mineralização do N orgânico resultante da incorporação de lamas de depuração, compostado de resíduos sólidos urbanos (RSU), chorume de bovinos e lamas celulósicas, num Solo Litólico de granito. À excepção das lamas celulósicas (80 kg N ha-1), os resíduos orgânicos foram incorporados em duas doses (80 e 160 kg N ha-1). A avaliação da mineralização do N orgânico dos resíduos foi efectuada através da medição do teor de N mineral acumulado ( N-NH4+ e N-NO3 - ) no solo com resíduo, tendo as amostragens sido efectuadas aos 1, 2, 3, 4, 8, 11, 15, 22, 29, 36, 46, 59, 74, 88, 120, 144, 186, 249, 338 e 443 dias após o início da incubação. O chorume e as lamas de depuração foram os correctivos orgânicos que promoveram teores iniciais de N mineral no solo mais elevados, tendo o chorume disponibilizado no final do ensaio, na média das duas doses, 50% do N total incorporado, e as lamas 76%. As lamas celulósicas e o compostado de RSU originaram imobilização de azoto, tendo-se observado esse efeito durante todo o ensaio e por um período de 4-5 meses, respectivamente. Em relação ao N total aplicado, e após 443 dias de incubação, o tratamento com lamas apresentou uma imobilização de 43%, enquanto que no tratamento com compostado de RSU a mineralização foi de 26%. Os resíduos orgânicos utilizados apresentaram um comportamento muito distinto no que respeita à disponibilização de azoto após a sua incorporação ao solo. Face a essa diferença, a aplicação de chorume e das lamas de depuração deverá ser acompanhada na prática pela redução das adubações azotadas imediatas, enquanto que na utilização de compostado de RSU e, sobretudo de lamas celulósicas, poderse- á impor um reforço da adubação azotada de fundo e de cobertura.
Os olivais da Beira Baixa têm mostrado aptidão para evoluir para sistemas de agricultura sustentável, capazes de valorizar o ecossistema agrário, a sua biodiversidade, os seus produtos e o rendimento dos olivicultores, de que são exemplo os olivais em modo de produção biológico e em produção integrada. Neste trabalho efectuou-se o acompanhamento de olivais em modo de produção biológico e produção integrada, situados na Beira Baixa. A análise química das características dos azeites da cultivar Galega vulgar não revelou diferenças importantes entre os dois modos de produção, classificando-os na categoria “Azeite virgem extra”. Os resultados preliminares de um primeiro ano de ensaio revelaram que em ambos os sistemas de produção se obtiveram azeites com elevados padrões de qualidade.
Foi avaliado o crescimento das cultivares de cerejeira Regina, Skeena e Sweetheart até ao final da 2ª folha, sob o efeito do portaenxerto Edabriz e quatro densidades de plantação. O ensaio foi implantado em Março de 2003, em quatro locais do Norte e Centro de Portugal, e compreende duas repetições em Caria, Vila Real e Alcongosta, e três em Carrazedo de Montenegro. A largura de entrelinhas é cerca de 5,0 metros, e as distâncias entre plantas na linha são 70, 140, 210 e 280 cm, a que correspondem densidades de 2600, 1300, 860 e 650 plantas/ha, respectivamente. Anualmente, foi registado o diâmetro do tronco de cada planta e calculada a sua área da secção do tronco (AST). No final da 2ª folha foram já significativas as diferenças de crescimento observadas, tanto ao nível do local como da densidade de plantação. As cerejeiras do ensaio de C. Montenegro cresceram mais 76, 36 e 9% do que as dos ensaios de Alcongosta, Vila Real e Caria, respectivamente, sendo o local responsável por 25% da variância total esperada. A densidade de plantação reteve já 3% da variância total, tendo as árvores deixadas a 70 cm na linha crescido menos 22% do que as mais afastadas. Por conseguinte, em Alcongosta e Vila Real as cultivares cresceram muito pouco neste porta-enxerto, pelo que em condições análogas é importante ajustar as dotações hídricas e nutricionais às necessidades específicas do porta-enxerto, de forma a melhor gerir o crescimento vegetativo e preparar as árvores para a sua função primordial: a produção.
A cultura do pessegueiro na região da Beira Interior representa 23% da área total de pessegueiro de Portugal continental e 16% da área de culturas permanentes da região. Para a caracterização do potencial edáfico onde se desenvolve a cultura, foi efectuado um trabalho de sistematização dos dados referentes às análises de terra, através das Organizações de Agricultores reconhecidas para a prática da Protecção Integrada e Produção Integrada de Prunóideas (AAPIM, APPIZÊZERE e Cooperativa dos Fruticultores da Cova da Beira). O total das 117 análises disponíveis diz respeito ao conjunto de agricultores que exploram uma área de pessegueiros de 463 ha, o que corresponde a um terço da área total ocupada pela cultura na região (1500 ha). O conjunto dos dados analisados permitiu concluir que os solos são maioritariamente ácidos, apresentando textura grosseira, baixo teor de matéria orgânica e elevados teores de fósforo e potássio assimiláveis na camada superficial.
A monitorização da população de traça-verde foi efectuada, em olivais da Cova da Beira, em armadilhas com três formulações comerciais de feromona sexual: Russell (em armadilha funil tricolor) e SEDQ e Suterra (ambas em armadilha delta). As contagens, semanais, decorreram: nas armadilhas iscadas com feromona SEDQ, entre Março e Novembro de 2010; nas armadilhas com feromona Russell e Suterra, de Setembro a Novembro. As capturas variaram de 0 a 4 indivíduos/armadilha/semana. Nas armadilhas com SEDQ surgiram indivíduos de um lepidóptero, contaminante, ainda não identificado, mais pequeno, acastanhado e em número mais elevado do que o da traça-verde. Comparando as curvas de voo obtidas com as das Estações de Avisos de Castelo Branco, do Ribatejo e do Baixo Alentejo, regiões onde esta praga tem sido monitorizada com a metodologia seguida neste estudo, verifica-se a ocorrência de enorme disparidade no número de indivíduos capturados, o que levanta a hipótese da contaminação detectada poder também ocorrer em algumas destas regiões.
Os ataques de traça-verde foram monitorizados em três cultivares de oliveira, ‘Arbequina’, ‘Cobrançosa’ e ‘Galega Vulgar’,numolival de cincoanos de idade e na ‘Galega Vulgar’ também numaparcela com um ano de idade, na zona de Belmonte. As observações decorreram de 5 de Abril a 7 de Novembro de 2010, tendo sido observados os primeiros sintomas em 7 de Julho. ‘Cobrançosa’ foi significativamente menos atacada ao longo de todo o períodode observações, não tendo sido detectadas diferenças significativas entre as restantes. Com o objectivo de procurar explicar o maior ataque à ‘Cobrançosa’, compararam-se as espessuras de folhas das diferentes cultivares em corte histológico, não se tendo verificado diferenças significativas. A nível histológico também não se observaram diferenças relativamente à presença e abundância de tricomas.
A cultura do pessegueiro na região da Beira Interior representa 23% da área total de pessegueiro de Portugal continental e 16% da área de culturas permanentes da região. Para a caracterização do potencial edáfico onde se desenvolve a cultura, foi efectuado um trabalho de sistematização dos dados referentes às análises de terra, através das Organizações de Agricultores reconhecidas para a prática da Protecção Integrada e Produção Integrada de Prunóideas (AAPIM, APPIZÊZERE e Cooperativa dos Fruticultores da Cova da Beira). O total das 117 análises disponíveis diz respeito ao conjunto de agricultores que exploram uma área de pessegueiros de 463 ha, o que corresponde a um terço da área total ocupada pela cultura na região (1500 ha). O conjunto dos dados analisados permitiu concluir que os solos são maioritariamente ácidos, apresentando textura grosseira, baixo teor de matéria orgânica e elevados teores de fósforo e potássio assimiláveis na camada superficial.
No sentido de identificar três variedades de oliveira (Galega, Bical e Cordovil), da região de Castelo Branco, foram realizadas análises de electroforese de isoenzimas em gel de poliacrilamida. Foram estudados três sistemas enzimáticos - EST, ACP e PRX. Nas folhas foi detectada actividade para os sistemas PRX e EST, contudo o sistema PRX não apresenta bandas polimórficas. No pólen detectou-se actividade para os três sistemas, contudo, devido à baixa expressão de PRX e ACP, foram realizados estudos comparativos apenas para o sistema EST. Os zimogramas de EST da folha apresentam duas bandas polimórficas permitindo a definição de dois padrões isoenzimáticos. Os zimogramas do pólen apresentam quatro bandas polimórficas, sendo possível definir três padrões de bandas. Nas árvores estudadas não foi detectada variabilidade intravarietal. Os resultados obtidos com o sistema enzimático EST permitem a distinção das três variedades estudadas.
A implementação de culturas perenes, em Portugal, sofreu nas últimas décadas grandes alterações quer na instalação da cultura quer nas técnicas de gestão. Este artigo revê a gestão das infestantes nas principais culturas perenes em Portugal, o que se julga pertinente dado que se tem verificado a implementação de sistemas de modo de produção biológica (MPB) e de produção integrada (MProdi). Por infestante, os autores, consideram as populações de uma dada espécie vegetal que acima de determinados níveis e sob condicionalismos ecológicos particulares sejam responsáveis por prejuízos “líquidos” (balanço benefícios prejuízos negativo) inaceitáveis em termos económicos e/ou ecológicos ou sociais. Primeiramente, apresentam-se os dados de 2015 relativamente às áreas e produções das culturas perenes mais importantes em Portugal – vinha, olival, pomares de macieira, pereira e citrinos. De seguida, referem-se os principais prejuízos e benefícios das infestantes, salientando-se os estudos relativos aos prejuízos na vinha e os meios de controlo disponíveis mais adotados–mobilização do solo, controlo químico e enrelvamento, as vantagens e inconvenientes de cada método. Por último, refere-se a conveniência da integração das técnicas de gestão, de modo a potenciar os benefícios de cada uma e evitar as suas limitações.