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Dissertação de Mestrado em Engenharia Zootécnica realizado na Universidade dos Açores em colaboração com a Escola Superior Agrária de Castelo Branco.
O conhecimento dos recursos existentes numa determinada região permite definir objectivos e implementar estratégias com vista à melhoria da qualidade de vida das respectivas populações. A valorização desses recursos possibilitará a dinamização da economia e o desenvolvimento sustentável dos mesmos. Este é um tema que tem merecido, nos últimos anos, a atenção das comunidades locais e regionais de algumas regiões do país. Reveste-se pois de extrema importância a definição e a operacionalização de políticas de desenvolvimento rural que contribuam, de forma eficaz, para uma inversão da tendência de diminuição demográfica que se tem vindo a observar nessas regiões. Contudo, existe um conjunto de aspectos espaciais e sociais que caracterizam o meio rural e lhe conferem uma identidade própria, específica e diferenciada, distinta da realidade urbana. É urgente valorizar os recursos locais, promovendo o desenvolvimento e a comunidade rural (Thirion e Cavaco, 2003). Desde os tempos mais remotos que se tem assistido a uma forte relação do homem com as abelhas. A agricultura desempenhou, através dos tempos, uma importância crucial para o nosso país. Contudo, actualmente, é uma actividade em contínuo declínio, resultado em grande parte das políticas agrícolas implementadas e do êxodo das populações rurais para meios urbanos. Actualmente, ao contrário do que se assistiu noutros tempos, a terra e a agricultura assumem, muitas vezes, uma função de complementaridade de outras actividades numa perspectiva de pluriactividade. Esta situação, além de contribuir directa e/ou indirectamente para a economia familiar, reveste-se também de uma função de previdência, pois constitui um recurso “seguro” contra a aleatoriedade dos ciclos/vínculos profissionais, cada vez mais precários e incertos. A prática apícola constitui uma das múltiplas actividades que podem originar outras fontes de rendimento complementar ou alternativo. O Município de Vila Velha de Ródão, região sobre a qual o estudo incidiu, apresenta boas condições edafo-climáticas para a prática apícola, apresentando uma floração sucessiva e diversificada, promovendo uma riqueza da flora melífera na região. Por outro lado, a actividade apícola apresenta inúmeros benefícios indirectos associados à produção agrícola. Será impensável equacionar a competitividade da nossa agricultura sem a presença de uma actividade apícola que a suporte (GPP, 2007). Todavia, o maior valor que as abelhas acrescentam no ambiente consiste no inquestionável auxílio à polinização, na manutenção dos ecossistemas terrestres, no equilíbrio ecológico da flora e na preservação da biodiversidade (GPP, 2007; Murilhas, 2008). O ordenamento do espaço físico constitui um instrumento necessário para que várias entidades, particularmente as municipais, o utilizem correctamente contribuindo com orientações compatíveis e congruentes ao nível da gestão territorial, para um aproveitamento integrado e economicamente sustentável do espaço rural (Carvalho et al., 2006; GPP, 2007). No decurso deste trabalho foi efectuado um levantamento da flora apícola mais importante no concelho de Vila Velha de Ródão e elaboradas fichas técnicas para servir de ferramenta de apoio aos apicultores e à comunidade em geral. Procedeu-se, ainda, à identificação e referenciação geográfica dos apiários existentes no concelho de Vila Velha de Ródão, geograficamente inserido na zona controlada e sob gestão da Associação de Apicultores do Parque Natural do Tejo Internacional. Com este trabalho é promovida a possibilidade de cruzamento de informações e a melhoria na cartografia, utilizando os dados recolhidos através das análises de mel produzido e/ou de possíveis patologias que possam ocorrer nos apiários. Em síntese, pretende-se identificar as potencialidades deste território nacional ao nível da prática apícola, a fim de dinamizar o sector e fomentar um aproveitamento integrado do espaço rural.
O aquecimento global promovido pelo aumento da concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera, tais como o dióxido de carbono (CO2) ou o metano (CH4), tem suscitado as maiores preocupações. Entre as medidas de mitigação surgidas ao abrigo do Protocolo de Kyoto, foi proposto o aumento do potencial de consumo de C por parte dos solos agrícolas, nomeadamente através da incorporação de resíduos orgânicos. O solo pode atuar como destino ou fonte de carbono atmosférico, na forma de CO2 ou CH4, sendo escassa a informação disponível sobre o efeito da fertilização nas emissões in situ destes dois gases em ecossistemas agrícolas, nomeadamente para condições mediterrânicas. Durante dois anos foram avaliadas na região de Castelo Branco, as emissões de CO2 e CH4 quando se aplicaram ao solo adubos minerais azotados e/ou diferentes resíduos orgânicos, numa sucessão de culturas milho-aveia, para produção de forragem. Os resíduos orgânicos utilizados foram o compostado de resíduos sólidos urbanos e as lamas de depuração urbanas, aplicados de forma repartida pelas duas culturas (RSU e Ldep, respetivamente) ou só à sementeira da cultura de Primavera-Verão (RSU-P e Ldep-P, respetivamente), e o chorume de origem bovina (Ch), incorporado à sementeira de ambas as culturas. Considerou-se ainda a prática de uma adubação tradicional (Adtrad) e a não aplicação de qualquer fertilizante (Controlo). O total de azoto doseado foi igual em todos os tratamentos com fertilização (aveia 80 Kg N ha-1; milho 170 kg N ha-1). A medição das emissões (em 165 dias) foi feita com recurso a câmaras estáticas de policloreto de vinilo (PVC) e as concentrações dos dois gases foram determinadas usando um analisador de gases foto-acústico de infravermelhos. Em cada dia de medição foram feitas amostragens ao fecho das câmaras (t0) e uma hora depois (t1), tendo os fluxos sido calculados com base nas diferenças de concentração entre t1 e t0. No primeiro ano o Outono foi chuvoso e no Verão foram registadas temperaturas muito elevadas, o que favoreceu a emissão de C por parte do solo, nomeadamente na forma de CO2. Neste ano não se registaram diferenças significativas nas perdas totais de C (C-CO2 + C-CH4) medidas em Controlo e Adtrad (cerca de 6,0 t C ha-1 ano-1) e os valores mais altos ocorreram em RSU-P e Ldep (próximos de 8,0 t C ha-1 ano-1, respetivamente). Para avaliação da eficiência dos diferentes sistemas de fertilização em termos de perdas de C a partir do solo, foram calculadas as perdas percentuais de C acumuladas aparentes relativamente ao C aplicado e determinadas as emissões de C por unidade de matéria seca produzida. Constatou-se que a prática da adubação azotada tradicional tenderá a contribuir mais para o aumento do teor de C no solo do que a não fertilização, e que uma utilização criteriosa de resíduos orgânicos na fertilização de culturas é suscetível de contribuir para o sequestro de C no solo. Como práticas mais aconselháveis recomendar-se-ia a aplicação de chorume, e sobretudo de lamas de depuração, à primavera e, a utilização de compostado de resíduos sólidos urbanos em simultâneo com adubos minerais.
A educação em ciências com orientação Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS) centra-se no reconhecimento da capacidade da ciência para o desenvolvimento de uma sociedade assente nos valores da democracia. Esta orientação implica mais do que ensino de conteúdos estritamente disciplinares. O património artístico construído pode ser fonte inspiradora para o enriquecimento curricular proporcionando aprendizagens ativas e integradas. Foi nesta linha que definimos como objetivo desenvolver, implementar e validar atividades e recursos que articulam as aprendizagens na escola e no Museu Cargaleiro (Castelo Branco), na educação em ciências no 1º Ciclo do Ensino Básico (1º CEB). A investigação, com uma metodologia qualitativa, desenvolveu-se no âmbito do Estágio, numa turma de 4.ºano, inserindo-se na problemática da interação entre contextos de educação formal e não formal para a promoção da aprendizagem através da exploração de conexões das ciências com a arte. Para tal, planificámos uma visita de estudo ao Museu que contemplou a construção de recursos mediante o planeamento das três fases articuladas – antes, durante e após a visita. Da sequência didática, evidenciamos uma atividade de trabalho experimental que decorreu na fase após a visita, a fim de articular os conhecimentos adquiridos nas duas fases anteriores reforçando a compreensão dos fenómenos da luz e da cor, através da arte, envolvendo conhecimento da realidade próxima. Os resultados evidenciam que a aprendizagem dos alunos a nível de atitudes e capacidades e a nível cognitivo, avaliadas através de múltiplos registos, foi muito positiva.
Os atuais documentos de orientação curricular para o Ensino Básico incluem o pensamento computacional como uma das capacidades matemáticas a desenvolver. Trata-se de uma novidade curricular em Portugal que acompanha tendências internacionais ancoradas na assunção da premência de dotar os cidadãos de ferramentas e competências cruciais para enfrentar os desafios e a complexidade que marcam o século XXI. Estes aspetos, também associados ao incremento do uso de ferramentas computacionais, estão refletidos no quadro do PISA 2022 no qual se assume que os jovens devem possuir e evidenciar capacidades de pensamento computacional na resolução de problemas em matemática. Neste trabalho apresentamos uma ação de formação desenvolvida com professores de matemática em que pretendemos evidenciar a relação entre pensamento computacional e resolução de problemas, através da apresentação, exploração e discussão de tarefas que mobilizem práticas associadas ao pensamento computacional, contemplando, se relevante, o recurso a tecnologias digitais.
As atuais orientações curriculares para o ensino da estatística na educação básica preconizam estratégias de ensino e aprendizagem que promovam a análise exploratória de dados através de tarefas de índole investigativa, bem como do recurso a tecnologias digitais que apoiem o tratamento de informação estatística e a análise da situação em estudo. Destaca-se, em particular, o valor de uma abordagem que enfatize as relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade, nomeadamente através da escolha de temáticas centradas em questões sociais e científicas relevantes, relacionadas com a vida pessoal e escolar dos alunos, que apoiem abordagens interdisciplinares e, especialmente, uma aprendizagem matemática com significado. O workshop que aqui se apresenta tem como objetivos: desenvolver um ciclo de investigação estatística (tomando como ponto de partida a formulação de um problema a ser resolvido através de procedimentos estatísticos e com recurso a tecnologia); e refletir sobre o valor e limitações do uso de tecnologias. Pela importância da água para a vida humana e pelo caráter interdisciplinar do tema no Ensino Básico, a água é a temática da qual emergirá a questão a partir da qual a sessão se organiza. Em termos de tecnologias digitais, privilegia-se o uso de folha de cálculo e de Applets (App) de uso livre, disponíveis on-line.
O recurso ao património artístico local proporciona um novo foco de atenção para o desenvolvimento de tarefas em que o questionamento constitua o ponto de partida para a atividade do aluno e cuja resolução envolva desafio mental, físico e afetivo, favorecendo a compreensão concetual e a integração das áreas curriculares. Neste pressuposto, a exploração de tarefas de investigação através da metodologia de trabalho experimental permite desenvolver conhecimentos e mobilizar capacidades processuais básicas como prever, planear, testar as previsões, observar, registar, argumentar, elaborar conclusões.... Tal impõe a identificação prévia de um contexto a explorar que favoreça a formulação de questões-problema. A oficina de formação contínua que aqui se apresenta desenvolve-se a partir da análise de um dos quadros de Manuel Cargaleiro marcado pela geometrização da tela e pela profusão de cores que a luz transforma. Da chuva de ideias desencadeada pela apreciação da obra e seus efeitos estéticos resultam várias questões-problema. Apresentam-se duas, uma centrada na pavimentação do plano com quadriláteros e a outra na relação da cor dos objetos com a luz. A obtenção de resposta às duas questões, percorrendo as várias etapas do trabalho experimental, culmina com a obtenção de uma composição plástica que releva as conexões da matemática com as ciências e a arte.
A geometria é um domínio curricular genuinamente presente em situações quotidianas, sociais e culturais e que tem um papel central no desenvolvimento de processos cognitivos característicos da atividade matemática. Não obstante, as práticas de ensino tendem a seguir uma abordagem tradicional, pouco exploratória e pobre em conexões, intra e extra-matemáticas, que relegam, com frequência, a geometria e o raciocínio espacial para segundo plano, dando prioridade aos números e operações aritméticas. A investigação destaca que a educação em contextos não formais, quando articulada com o trabalho em sala de aula, pode favorecer a diversificação das metodologias de ensino, potenciando aprendizagens ativas, significativas, integradas e socializadoras, e, simultaneamente, conduzindo a uma maior motivação e cooperação na realização de atividades. Os resultados da investigação nesta temática têm vindo a evidenciar a relevância educativa de contextos do meio próximo da escola/cidade, nos quais se enquadram, por exemplo, museus, exposições ou elementos do património natural e edificado. Partindo de orientações curriculares atuais para o ensino da matemática/geometria e ancorados nos princípios da Educação Matemática Realista e no modelo de pensamento geométrico de van Hiele, propomo-nos, com base numa revisão de literatura sobre as problemáticas acima referidas: discutir o papel e o valor da interação da escola com contextos do meio local para o ensino- aprendizagem da matemática; apresentar e analisar experiências didáticas desenvolvidas na interação entre contextos formais e não-formais propiciadas pela participação em visitas de estudo ou em trilhos matemáticos levados a efeito em espaços exteriores à escola.