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Dissertação de Mestrado em Cuidados Paliativos. Instituto Politécnico de Castelo Branco. Escola Superior Dr. Lopes Dias, 2022

No âmbito da Unidade Curricular 11 – Estágio Profissional com Relatório Final, lecionada no 1º semestre do 2º ano, do curso de Mestrado em Cuidados Paliativos, da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco, sob a orientação e supervisão da docente Ângela Simões, elaborei o presente trabalho de relatório da prática clínica. Os Cuidados Paliativos são considerados essenciais a um Serviço Nacional de Saúde de qualidade, devendo ser prestados em continuidade nos cuidados de saúde, a todas as pessoas com doenças muito graves e/ou avançadas e progressivas, que deles necessitem, e onde quer que se encontrem, designadamente nos cuidados de saúde primários, hospitalares ou continuados integrados. Uma reflexão crítica sobre todo o percurso percorrido é necessária para a realização de uma autoavaliação e análise associada aos sucessos obtidos e/ou oportunidades para melhorar. Assim o presente relatório procura descrever de forma critico-reflexiva todo o percurso percorrido nos últimos meses, incluindo as trezentas horas de estágio e a aplicação do plano de intervenção. Enquanto enfermeira do Serviço de Urgência várias são as colaborações solicitadas à Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos através da referenciação de doentes. Por isso, escolhi realizar o estágio do mestrado nesta equipa com o intuito de conhecer a sua realidade, funcionamento e adquirir novas competências e conhecimentos. As competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem em Pessoa em Situação Crónica e Paliativa são: cuida de pessoas com doença crónica, incapacitante e terminal, dos seus cuidadores e familiares, em todos os contextos de prática clínica, diminuindo o seu sofrimento, maximizando o seu bem -estar, conforto e qualidade de vida; e, estabelece relação terapêutica com pessoas com doença crónica incapacitante e terminal, com os seus cuidadores e familiares, de modo a facilitar o processo de adaptação às perdas sucessivas e à morte. Assim no presente relatório demonstro, pormenorizadamente, como as competências instrumentais, interpessoais e sistémicas foram adquiridas nas quatro áreas chave dos Cuidados Paliativos – controlo de sintomas, comunicação, apoio à família e trabalho em equipa. O plano de intervenção foi aplicado no Serviço de Urgência acerca da desadequação dos cuidados ao doente em fim de vida neste contexto. No Serviço de Urgência são admitidos vários doentes em situação de doença aguda, incluindo-se também doentes em situação de doença incurável ou grave, em fase avançada e progressiva com sintomas não controlados. O Serviço de Urgência tem como missão a prestação de cuidados em situações de urgência e emergência médica numa perspetiva curativa. Porém, atualmente existe um aumento de admissões de pessoas em situação paliativa, o que exige uma mudança na filosofia do cuidar e inovação da prática clínica, pois subsiste uma lacuna acerca deste tipo de cuidados nos profissionais de saúde dos serviços de urgência. As equipas precisam de reconhecer a importância dos Cuidados Paliativos neste âmbito, redirecionando a perspetiva curativa para o cuidado que preserve a dignidade humana.