Características sociodemográficas e relação entre a saúde percebida e a perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde dos idosos e futuros idosos de uma região do interior de Portugal
Type
masterThesis
Creator
Identifier
203039289
Title
Características sociodemográficas e relação entre a saúde percebida e a perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde dos idosos e futuros idosos de uma região do interior de Portugal
Contributor
Moreira, Maria João da Silva Guardado
Pinheira, Vítor Manuel Barreiros
Pinheira, Vítor Manuel Barreiros
Subject
Características sociodemográficas
Envelhecimento
Perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde
Saúde percebida
Região do interior de Portugal
Ageing
Perceived health
Perception of accessibility to health care
Region of the interior of Portugal
Sociodemographic characteristics
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais
Envelhecimento
Perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde
Saúde percebida
Região do interior de Portugal
Ageing
Perceived health
Perception of accessibility to health care
Region of the interior of Portugal
Sociodemographic characteristics
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais
Date
2022-07-19T08:19:58Z
2022-07-19T08:19:58Z
2022
2022-07-19T08:19:58Z
2022
Description
Trabalho de Projeto apresentado à Escola Superior de Educação e Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Gerontologia Social.
Introdução: Apesar do envelhecimento populacional constituir uma história de sucesso, é frequentemente visto como uma ameaça ao futuro da sociedade, existindo um impacto a vários níveis, como por exemplo na dinâmica de resposta dos serviços de saúde. Independentemente da heterogeneidade que caracteriza o processo de envelhecimento, a saúde, real e percebida, é para a grande maioria dos idosos um aspeto fundamental quando se avalia a respetiva qualidade de vida. A saúde percebida encontra-se dependente de diversos fatores que, importam ser identificados e analisados, como forma de se intervir com o intuito de evitar resultados negativos de saúde percebida, os quais poderão acarretar diversas consequências. Estudos realizados em vários países demonstram que diversas características sociodemográficas, assim como a acessibilidade aos cuidados de saúde, estão relacionadas com a perceção de saúde da população idosa. Será que o mesmo sucede em Portugal, nomeadamente em regiões do interior do país? O principal objetivo deste Trabalho de Projeto consiste em verificar se a perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde e as características sociodemográficas estão relacionadas com a saúde percebida dos idosos e futuros idosos de uma região do interior de Portugal. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo misto, do tipo transversal, descritivo e exploratório e, pretende analisar os dados recolhidos através de dois inquéritos por questionário, os quais foram aplicados em pessoas a viver na comunidade (N=484), em vários concelhos dos distritos de Castelo Branco, Guarda e Portalegre, no âmbito do Projeto PerSoParAge. Como forma de complementar informação mais atualizada, bem como, possibilitar uma discussão mais aprofundada dos resultados obtidos com os inquéritos por questionário, recorreu-se também à técnica Focus Group, implementada a um grupo de utentes da UMDR da SCM de Idanha-a-Nova (N=8). Resultados/Discussão: Numa amostra (N=484) com uma média de idades de 71,28 anos (DP=10,79), que vai dos 55 aos 99 anos, verifica-se que existe relação entre as variáveis de caracterização e a saúde percebida, assim como, entre a saúde percebida e a perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde (p<0,05). Isto é, existe uma perceção do estado de saúde maioritariamente negativa quando os idosos e futuros idosos: residem em zonas rurais; têm menores rendimentos; têm menores níveis de escolaridade; têm menor proximidade percebida dos cuidados de saúde; não se sentem autónomos para recorrer aos serviços de saúde; precisam de transporte mais vezes do que dispõem atualmente; consideram uma pior qualidade dos transportes públicos relativamente aos custos e horários. Verificou-se também que com o avançar da idade a perceção de saúde tende a piorar, o que se inverte a partir dos 90 anos. Apesar de no geral os resultados obtidos com o Focus Group (N=8; média de idades de 74,25 anos; DP=14,86), não irem no mesmo sentido das hipóteses formuladas (ao invés do que aconteceu com os inquéritos por questionário), verificaram-se como resultados comuns entre as duas amostras: predomínio do sexo feminino; estado civil viúvo(a) e analfabetismo com maior frequência no grupo dos idosos; rendimentos superiores no grupo dos futuros idosos; melhor perceção do estado de saúde a partir dos 90 anos; melhor acesso aos serviços de saúde primários do que aos serviços hospitalares. Considerando os resultados obtidos com a presente investigação, foi elaborada como Proposta de Projeto de Intervenção: “Cuidados de saúde ao domicílio para a população idosa residente em meio rural”. Esta proposta pertente fazer chegar cuidados de saúde, providenciados por uma equipa multidisciplinar, às pessoas idosas com limitações de mobilidade e distantes geograficamente dos serviços de saúde, contribuindo para melhores resultados de saúde percebida e perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde.
Introduction: Although population ageing is a success story, it is often seen as a threat to the future of society, having an impact at several levels, such as the dynamics of the response of health services. Regardless of the heterogeneity that characterizes the aging process, health, real and perceived, is for most of the elderly a fundamental aspect when evaluating their quality of life. Perceived health is dependent on several factors that must be identified and analysed as a way of intervening in order to avoid negative perceived health outcomes, which may have different consequences. Studies carried out in several countries show that different sociodemographic characteristics, as well as accessibility to health care, are related to the perception of health of the elderly population. Does the same happen in Portugal, namely in regions in the interior of the country? This Project Work aims to verify if the perception of accessibility to health care and the sociodemographic characteristics are related to the perceived health of the elderly and future elderly in a region in the interior of Portugal. Materials and Methods: This is a mixed, cross-sectional, descriptive, and exploratory study that aims to analyse the data collected through two questionnaire surveys, which were applied to people living in the community (N=484), in several municipalities in the districts of Castelo Branco, Guarda and Portalegre, within the scope of the PerSoParAge Project. As a way of complementing more up-to-date information, as well as enabling a more in-depth discussion of the results obtained with the questionnaire surveys, the Focus Group technique was also used, being implemented with a group of users of the MTRU of the SCM of Idanha-a-Nova (N=8). Findings/Discussion: In a sample (N=484) with an average age of 71.28 years old (SD=10.79), ranging from 55 to 99 years old, it appears that there is a relationship between the characterization variables and perceived health, as well as between perceived health and the perception of accessibility to health care (p<0.05). That is, there is a mostly negative perception of health status when the elderly and future elderly: live in rural areas; have lower incomes; have lower levels of education; have less perceived proximity to health care; do not feel autonomous to use health services; need transportation more often than they currently have; consider a worse quality of public transport in terms of costs and timetables. It was also found that with the advance of age, the perception of health tends to worsen, which is reversed after 90 years of age. Although, in general, the results obtained with the Focus Group (N=8; average age of 74.25 years old; SD=14.86), do not go in the same direction as the formulated hypotheses (unlike what happened with the questionnaire surveys), the following results were found to be common between the two samples: female predominance; widowed marital status and illiteracy more frequently in the elderly group; higher incomes in the future elderly group; better perception of health status after 90 years old; better access to primary health services than to hospital services. Considering these findings, it was elaborated as an Intervention Project Proposal: “Health care at home for the elderly population residing in rural areas”. This proposal aims to provide health care, provided by a multidisciplinary team, to elderly people with mobility limitations and geographically distant from health services, contributing to better perceived health outcomes and perception of accessibility to health care.
Introdução: Apesar do envelhecimento populacional constituir uma história de sucesso, é frequentemente visto como uma ameaça ao futuro da sociedade, existindo um impacto a vários níveis, como por exemplo na dinâmica de resposta dos serviços de saúde. Independentemente da heterogeneidade que caracteriza o processo de envelhecimento, a saúde, real e percebida, é para a grande maioria dos idosos um aspeto fundamental quando se avalia a respetiva qualidade de vida. A saúde percebida encontra-se dependente de diversos fatores que, importam ser identificados e analisados, como forma de se intervir com o intuito de evitar resultados negativos de saúde percebida, os quais poderão acarretar diversas consequências. Estudos realizados em vários países demonstram que diversas características sociodemográficas, assim como a acessibilidade aos cuidados de saúde, estão relacionadas com a perceção de saúde da população idosa. Será que o mesmo sucede em Portugal, nomeadamente em regiões do interior do país? O principal objetivo deste Trabalho de Projeto consiste em verificar se a perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde e as características sociodemográficas estão relacionadas com a saúde percebida dos idosos e futuros idosos de uma região do interior de Portugal. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo misto, do tipo transversal, descritivo e exploratório e, pretende analisar os dados recolhidos através de dois inquéritos por questionário, os quais foram aplicados em pessoas a viver na comunidade (N=484), em vários concelhos dos distritos de Castelo Branco, Guarda e Portalegre, no âmbito do Projeto PerSoParAge. Como forma de complementar informação mais atualizada, bem como, possibilitar uma discussão mais aprofundada dos resultados obtidos com os inquéritos por questionário, recorreu-se também à técnica Focus Group, implementada a um grupo de utentes da UMDR da SCM de Idanha-a-Nova (N=8). Resultados/Discussão: Numa amostra (N=484) com uma média de idades de 71,28 anos (DP=10,79), que vai dos 55 aos 99 anos, verifica-se que existe relação entre as variáveis de caracterização e a saúde percebida, assim como, entre a saúde percebida e a perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde (p<0,05). Isto é, existe uma perceção do estado de saúde maioritariamente negativa quando os idosos e futuros idosos: residem em zonas rurais; têm menores rendimentos; têm menores níveis de escolaridade; têm menor proximidade percebida dos cuidados de saúde; não se sentem autónomos para recorrer aos serviços de saúde; precisam de transporte mais vezes do que dispõem atualmente; consideram uma pior qualidade dos transportes públicos relativamente aos custos e horários. Verificou-se também que com o avançar da idade a perceção de saúde tende a piorar, o que se inverte a partir dos 90 anos. Apesar de no geral os resultados obtidos com o Focus Group (N=8; média de idades de 74,25 anos; DP=14,86), não irem no mesmo sentido das hipóteses formuladas (ao invés do que aconteceu com os inquéritos por questionário), verificaram-se como resultados comuns entre as duas amostras: predomínio do sexo feminino; estado civil viúvo(a) e analfabetismo com maior frequência no grupo dos idosos; rendimentos superiores no grupo dos futuros idosos; melhor perceção do estado de saúde a partir dos 90 anos; melhor acesso aos serviços de saúde primários do que aos serviços hospitalares. Considerando os resultados obtidos com a presente investigação, foi elaborada como Proposta de Projeto de Intervenção: “Cuidados de saúde ao domicílio para a população idosa residente em meio rural”. Esta proposta pertente fazer chegar cuidados de saúde, providenciados por uma equipa multidisciplinar, às pessoas idosas com limitações de mobilidade e distantes geograficamente dos serviços de saúde, contribuindo para melhores resultados de saúde percebida e perceção da acessibilidade aos cuidados de saúde.
Introduction: Although population ageing is a success story, it is often seen as a threat to the future of society, having an impact at several levels, such as the dynamics of the response of health services. Regardless of the heterogeneity that characterizes the aging process, health, real and perceived, is for most of the elderly a fundamental aspect when evaluating their quality of life. Perceived health is dependent on several factors that must be identified and analysed as a way of intervening in order to avoid negative perceived health outcomes, which may have different consequences. Studies carried out in several countries show that different sociodemographic characteristics, as well as accessibility to health care, are related to the perception of health of the elderly population. Does the same happen in Portugal, namely in regions in the interior of the country? This Project Work aims to verify if the perception of accessibility to health care and the sociodemographic characteristics are related to the perceived health of the elderly and future elderly in a region in the interior of Portugal. Materials and Methods: This is a mixed, cross-sectional, descriptive, and exploratory study that aims to analyse the data collected through two questionnaire surveys, which were applied to people living in the community (N=484), in several municipalities in the districts of Castelo Branco, Guarda and Portalegre, within the scope of the PerSoParAge Project. As a way of complementing more up-to-date information, as well as enabling a more in-depth discussion of the results obtained with the questionnaire surveys, the Focus Group technique was also used, being implemented with a group of users of the MTRU of the SCM of Idanha-a-Nova (N=8). Findings/Discussion: In a sample (N=484) with an average age of 71.28 years old (SD=10.79), ranging from 55 to 99 years old, it appears that there is a relationship between the characterization variables and perceived health, as well as between perceived health and the perception of accessibility to health care (p<0.05). That is, there is a mostly negative perception of health status when the elderly and future elderly: live in rural areas; have lower incomes; have lower levels of education; have less perceived proximity to health care; do not feel autonomous to use health services; need transportation more often than they currently have; consider a worse quality of public transport in terms of costs and timetables. It was also found that with the advance of age, the perception of health tends to worsen, which is reversed after 90 years of age. Although, in general, the results obtained with the Focus Group (N=8; average age of 74.25 years old; SD=14.86), do not go in the same direction as the formulated hypotheses (unlike what happened with the questionnaire surveys), the following results were found to be common between the two samples: female predominance; widowed marital status and illiteracy more frequently in the elderly group; higher incomes in the future elderly group; better perception of health status after 90 years old; better access to primary health services than to hospital services. Considering these findings, it was elaborated as an Intervention Project Proposal: “Health care at home for the elderly population residing in rural areas”. This proposal aims to provide health care, provided by a multidisciplinary team, to elderly people with mobility limitations and geographically distant from health services, contributing to better perceived health outcomes and perception of accessibility to health care.
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