Determinación del potencial del Centro Interior de Portugal para el Ecoturismo utilizando un Sistema de Suporte a la Decisión Espacial

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Quinta-Nova, L.C.

Quinta-Nova, L.C. (2023) - Determinación del potencial del Centro Interior de Portugal para el ecoturismo utilizando un Sistema de Suporte a la Decisión Espacial. In XVIII Conferencia Iberoamericana de Sistemas de Información Geográfica, Cáceres, 16-19 de maio.

Determinación del potencial del Centro Interior de Portugal para el Ecoturismo utilizando un Sistema de Suporte a la Decisión Espacial

Análise Espacial Multicritério
Potencial turístico
Sistemas de Informação Geográfica
Sustentabilidade

2023-05-19T15:44:07Z
2023-05-19T15:44:07Z
2023

O Turismo de Natureza pode contribuir para a conservação dos valores ambientais e para o desenvolvimento de sinergias positivas entre os agentes do sector do turismo, os turistas e a população local. O Turismo de Natureza, como prática alternativa de turismo, envolve a visita a espaços naturais para vivenciar a simbiose entre os recursos naturais, a herança cultural e o modo de vida rural. Trata-se de um tipo de turismo que procura cenários que permitam ao turista satisfazer curiosidades e aprender sobre a paisagem, a flora, a fauna ou os habitats locais, e o envolvimento com maior proximidade com a comunidade local. O crescente interesse por ofertas turísticas de baixo impacto ambiental, que suportem a economia local, traduzem-se numa vantagem competitiva para os territórios de baixa densidade. Com base neste princípio, no âmbito do presente estudo, pretende-se avaliar o potencial dos recursos naturais e rurais existentes na região da Beira Interior. A região da Beira Interior é uma divisão administrativa do Centro Interior de Portugal que inclui duas sub-regiões principais: Beira Baixa e Beiras/Serra da Estrela. Esta região abrange uma área de 10.919 km² e possui uma população de 325.086 habitantes. Este território é maioritariamente ocupado por floresta, usos agroflorestais e terras agrícolas, podendo ancorar a criação de produtos turísticos sustentáveis. Apesar do inegável interesse na realização de estudos que permitam determinar um índice agregado de aptidão para o desenvolvimento do Turismo de Natureza através da Análise Espacial Multicritério de Decisão, ainda não existem estudos realizados em Portugal. Este estudo teve como objetivo analisar o potencial para a prática de atividades de Turismo de Natureza nos 21 concelhos que integram a região da Beira Interior. Foi utilizada a ferramenta de análise espacial multicritério – Processo Analítico Hierárquico (AHP) - em ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG), integrando diferentes fatores biofísicos e humanos do território para a produção de mapas de aptidão. O método AHP consiste em quatro fases essenciais: geração de critérios e análise espacial, normalização e avaliação de adequação. A seleção dos critérios, para determinar a aptidão do território em causa para a prática de atividades de Turismo de Natureza, considerou todos os fatores de atração para a realização de atividades de natureza, bem como a existência de infraestruturas e equipamentos que permitam um melhor aproveitamento do território. Os critérios selecionados resultaram da pesquisa bibliográfica realizada, consulta a especialistas, tendo em consideração os objetivos do estudo. Uma base de dados espacial foi criado para incluir todas as camadas vetoriais e matriciais, e modelos de dados. Todas os temas espaciais foram preparados no software ArcGIS 10.8. Todos os critérios incluídos na análise tiveram que ser normalizados. Deste modo, todas os temas vetoriais foram convertidos para formato matricial e o comando reclassificar do ArcGIS foi usado para normalizar, atribuíndo valores inteiros para cada critério. Uma matriz de comparação par-a-par foi criada usando uma escala de 1 a 9 de modo a determinar a importância relativa de cada critério, na qual 1 corresponde a igual importância e 9 a extrema importância de um critério relativamente a outro. A aplicação deste método permitiu identificar os municípios com maior potencial para o Turismo de Natureza com base nos recursos naturais, designadamente o valor de conservação da natureza, a riqueza de espécies vegetais e animais, o valor geológico, a disponibilidade de recursos hídricos, a diversidade paisagística, o valor paisagístico, e o grau de hemerobia, e incorporando informação relativa às infraestruturas que suportam a oferta turística, nomeadamente a rede viária, a oferta de alojamento e oferta de percursos na natureza. Os resultados revelam que a região tem uma aptidão elevada para atividades de Turismo de Natureza, dado o importante património natural. Os concelhos com maior aptidão para o desenvolvimento do Turismo de Natureza são Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Covilhã, Seia, Sabugal e Almeida. Estes municípios caracterizam-se por possuírem paisagens de elevado valor, caracterizadas pela predominância de usos agrosilvopastoris, aliadas a níveis assinaláveis de diversidade e valor animal e vegetal, bem como pela presença de sítios de interesse geoturístico. Também o maior potencial do território coincide com as áreas naturais protegidas, como o Parque Natural do Tejo Internacional, o Parque Natural da Serra da Estrela e a Reserva Natural da Serra da Malcata, o que revela que as medidas de proteção e conservação da natureza têm um efeito benéfico na proteção dos valores naturais. Estes são recursos importantes que devem ser valorizados, sendo o turismo uma atividade que poderá ter um impacto positivo na geração de rendimentos para a sua conservação. Embora exista uma pequena percentagem de território com baixo potencial para o Turismo de Natureza, é importante destacar o facto de se tratar de um território com baixo valor paisagístico onde a floresta de produção, onde predomina o eucaliptal e o pinhal na paisagem. O que se traduz-se numa baixa aptidão para práticas de Turismo de Natureza. Áreas de moderada aptidão merecem atenção especial, principalmente na adequação das medidas de conservação da natureza decorrentes das atividades antrópicas. Os resultados também são influenciados pelo baixo nível de acessibilidade local. Esta é uma característica particular deste destino transfronteiriço, onde a densidade de empreendimentos, a oferta cultural e os serviços de saúde ou educativos são baixos. Contrariando esta realidade, o Turismo de Natureza pode contribuir para o desenvolvimento desta região e atrair novos investimentos, como mostram estudos anteriores. A abordagem AHP/SIG revelou-se adequada na avaliação da aptidão para o desenvolvimento de atividades de Turismo de Natureza na região da Beira Interior, uma vez que permite integrar vários critérios como a extensão de áreas classificadas, de interesse paisagístico e diversidade do mosaico paisagístico, o valor geológico, a diversidade da fauna, a disponibilidade de superfícies de água e a densidade de percursos, sendo uma ferramenta interativa muito útil na análise do território. Além disso, a técnica AHP/GIS corresponde a uma ferramenta adequada para considerar as preferências de vários atores no processo de tomada de decisão, permitindo uma investigação qualitativa da natureza, quantidade e importância dos recursos. Do ponto de vista instrumental, a exploração da metodologia pode ter interesse como instrumento de apoio à decisão dos agentes da administração pública com funções de planeamento, gestão do território e gestão de mecanismos de apoio ao setor turístico, mais especificamente às atividades de Turismo de Natureza, bem como como uma ferramenta de apoio ao planeamento de atividades turísticas específicas. Além disso, os resultados deste estudo podem ser úteis para a conceção de novas políticas de valorização dos recursos naturais por meio do turismo. Sendo o turismo uma atividade complexa, importa ter em conta os impactos negativos que pode gerar e, por isso, a sua promoção deve assegurar os princípios da sustentabilidade, a necessidade de um controlo e gestão eficaz do número e distribuição turística que se revelou como um dos razões mais importantes para estudos de caso insustentáveis. O Turismo de Natureza pode beneficiar as áreas protegidas e as comunidades locais circundantes se for de pequena escala e operado ou detido localmente. Além disso, é uma boa forma de prestar assistência económica à população local, com diversas atividades económicas no âmbito do Turismo de Natureza a população local pode obter rendimentos financeiros significativos.
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