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Trata-se de um estudo histórico-descritivo que aborda a educação especial às crianças surdas-mudas no séc. XIX e começos do XX, em Portugal. O seu marco conceptual assenta em fontes documentais e arquivísticas e de outras fontes secundárias no âmbito da História da Educação (Especial) sobre surdos. A nossa argumentação historiográfica, de teor hermenêutico (analítica) incide na educação, ações de ensino (métodos) aos surdos e nas iniciativas institucionais para essas pessoas com deficiência sensorial, ditas ‘anormais’ na época. O debate entre as técnicas de ensino aos surdos (oralismo, gestualismo), no âmbito de uma pedagogia diferenciada, acompanhou as tendências europeias divulgadas (métodos: francês e alemão). Em oitocentos, criaram-se classes/aulas e instituições, com o apoio dos municípios e misericórdias (Lisboa, Porto) e de filantropos ou beneméritos, destacando-se o papel da Casa Pia de Lisboa, instituição pioneira na educação dos surdos-mudos. Os nossos objetivos são os seguintes: compreender a existência de uma pedagogia nacional para os surdos (séc. XIX e parte do XX) e respetivas iniciativas educativas; analisar os métodos ou técnicas de ensino (oralista, gestual) seguidos por alguns pedagogos em instituições; compreender a organização de estudos do Real Instituto para surdos-mudos da Casa Pia e as principais características de aprendizagem. Este retrospecto histórico sobre educação da surdez intenta configurar práticas, orientações metodológicas e propostas educacionais, algumas diferentes, que desenvolveram muitas capacidades nos surdos, apesar de limitações. Toda esta visão historiográfica feita em 4 pontos do texto permitiu conhecer os caminhos percorridos pela comunidade surda, as suas dificuldades e lutas e as formas de intervenção.
Pedro Maria Aguilar (1828?-1879) foi um pedagogo religioso dedicado ao ensino da surdez. Este sacerdote, nascido em Pinhel, foi capelão, professor de moral e bibliotecário na Escola Normal de Marvila (Lisboa), desenvolvendo nesse período as suas leituras e investigações na área da educação especial (domínio dos surdos-mudos), engrandecendo a pedagogia diferencial no ensino. Fundou Instituto de Surdos-Mudos em Guimarães (1870), que viria a encerrar por falta de recursos financeiros. Em 1877, recebe um subsídio da Câmara Municipal e funda Instituto de Surdos-Mudos do Porto, extinto em 1887, sob as ordens do seu sobrinho, Eliseu Aguilar. Analisaremos, de forma hermenêutica e reflexiva, os contributos deste educador, no âmbito da educação especial e pedagogia diferenciada. Utilizámos várias fontes primárias (arquivos, centros de documentação) e secundárias. Padre Aguilar foi um pedagogo, de pouca obra escrita, que aprofundou o método de ensino dos sinais metódicos e perfilou métodos intuitivos nesse ensino relevantes na época.